Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Gabriel Souo Estudante Pequim, China 7K

Gostaria de saber se existe uma diferença entre as frases «vou ficar em casa a estudar» e «vou ficar a estudar em casa».

O professor disse que ambas as preposições a e para têm um significado de "motivo", mas queria saber qual é a diferença.

Por exemplo, posso dizer:

«Vou ficar em casa para estudar» em vez de «vou ficar em casa a estudar»

ou

«Quantas pessoas são ao todo a jantar» em vez de «quantas pessoas são ao todo para jantar»?

Não tenho palavras para agradecer.

Maria Sousa Professora Gondomar, Portugal 52K

No outro dia, ao ler-se a expressão «No que concerne à expressão escrita», numa acta, alguém que lecciona Francês afirmou que se deveria utilizar a — este faria parte de um complemento directo — e não à, que daria origem a um complemento preposicional. Para ser franca, a explicação não convenceu a maior parte dos professores presentes. Discutimos o assunto mais tarde, mas a dúvida persistiu. Gostaria que me ajudassem a clarificá-la.

Muito obrigada!

Matheus Gustavo de Oliveira Borges Escritor, reda{#c|}tor São Paulo, Brasil 6K

Gostaria de saber acerca de uma pequena diferença de uma palavra que a meu ver define a interpretação do texto. É muito importante isso para mim e para toda uma comunidade cristã. Na realidade, claro que não estou em posição, mas precisava com urgência de uma explicação de um perito na área. Veja a seguir o texto:

«No Sermão do Monte, Jesus declarou plenamente que não podia haver dissolução do casamento, a não ser por infidelidade do voto conjugal. "Qualquer", disse Ele, "que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério." Mat. 5:32.»

O que aconteceria caso fosse substituída a palavra do para ao ao ser dito da exceção no texto? Haveria alguma diferença? Eu entendo que sim. Claro que não é posição de vocês fazerem teologia, mas para que seja entendido o meu ponto de vista é necessário explicar. O texto da Bíblia abaixo é a fonte pela qual o autor acima tira sua conclusão, sendo que entendo que:

O texto mais esclarecedor quanto ao significado de fornicação (na Bíblia isto), que é a base para o autor dizer «infidelidade do voto conjugal» no seu texto, baseado isto numa interpretação do que seria a cláusula de exceção de Jesus, é este: «Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. Vós fazeis as obras de vosso pai. Replicaram-lhe eles: Nós não somos nascidos de fornicação; temos um Pai, que é Deus.» (João 8:40-41) Fica claro o significado da palavra no episódio de Maria, sendo que ela era acusada de fornicação; em Maria, quando noiva de José, não casada ainda, tinha sido gerada pelo Espírito Santo uma criança (Jesus), sendo que José pensou que ela tinha sido infiel a ele, e que ela deveria ser entregue para os judeus a apedrejarem. Para a Bíblia, fornicação é o mesmo que «relação sexual ilícita por parte de alguém não casado», apenas usado em casos de uma pessoa solteira; quando é por parte de um casado, é utilizado na Bíblia a palavra adultério. Desta forma entendemos que, ao contrário dos judeus que aceitavam o divórcio por diversos motivos, Jesus só aceitou o divórcio e novo casamento baseado em Deuteronômio 22, que era como um seguro que o noivo tinha contra uma possível traição por parte da moça, a qual anularia os votos naquelas circunstâncias (isto acontecia logo após a noite de núpcias). Porém, se o noivo já tinha aceitado a não-virgindade da moça, não havia motivo para a anulação, pois já era caso conhecido; apenas se fosse desconhecido pelo noivo seria feita a anulação. No Brasil havia esta lei quanto a anulação do casamento por causa da perda da virgindade até a década de 90, depois por causa de movimentos feministas foi retirado (não sei quanto a Portugal).

Dada estas explicações, peço paciência e ajuda para conduzir o assunto ao final. Como se pode ver o problema é acerca de entender o texto reproduzido acima que é baseado na Bíblia, e necessariamente preciso conciliar a interpretação já definida na Bíblia, agora no texto. Assim, «infidelidade do voto conjugal» não seria infidelidade "ao" voto conjugal, o que entraria no adultério, um evento pós-casamento, que não entraria em acerto com a interpretação Bíblica já definida. Entendo que «infidelidade do voto conjugal» seria uma outra forma de dizer infidelidade da noiva ao fazer o voto conjugal, porque ela está sendo falsa ao seu noivo, enganando o noivo quanto a sua virgindade (temos que entender que no contexto bíblico é importante sim a virgindade e relacionamento sexual apenas quando casados), não tendo nada a ver com infidelidade depois de casado, sendo que a infidelidade teria sido antes de casar, e isto, segundo esta legislação, daria o direito de anulação de casamento.

Espero que tenha sido claro na minha questão: há realmente como ilustrado por mim uma diferença entre "infidelidade do voto conjugal" e "infidelidade ao voto conjugal", levando em conta o máximo possível que puderem todo o contexto bíblico envolvido no texto? É possível conciliar a interpretação bíblica definida, com o texto em questão? Tenho certeza de que esta é uma ciberdúvida, e conto com a ajuda de vocês.

Ficaria imensamente grato caso resolvessem de alguma forma a questão.

Joanna Drzazgowska Professora Gdynia, Polónia 13K

Queria perguntar se, segundo a sua opinião, é possível construir as seguintes perífrases que exprimem o valor incoativo: «começar a ficar aceso/alegre/azedo/barato/branco/caro/claro/doente/pálido/preto/sujo/triste/stressado/pobre/preguiçoso/velho.» Seria também possível substituir o verbo ficar por ser ou estar?

Obrigada pela ajuda.

Tiago Carreira Professor Porto, Portugal 45K

Com o verbo atentar, com o sentido de «tomar atenção», podemos utilizar a preposição ao, como, por exemplo, «atenta ao fragmento do texto X». Se não, com que preposições poderemos utilizar este verbo?

Adelaide A. Professora Mirandela, Portugal 11K

Poder-me-iam-dizer se a expressão «para além de» é um articulador do discurso?

Rogério Silva Estudante Macau, China 11K

Nas frases «Quando chegares a casa, dá de comer ao cão» e «Quando chegares a casa, dá o que comer ao cão», não consigo entender a associação do verbo dar com a preposição de (1.ª frase), a construção «dá o que comer» (2.ª frase) nem as diferenças (isto é, se as houver) existentes entre estas frases.

Obrigado.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 7K

Há alguns anos, um jornal brasileiro ostentou a manchete «Real desvaloriza!». Fiquei imaginando se a construção correta não seria «Real desvaloriza-se!».

Existem outras que também me deixam na dúvida. Aqui vão elas:

«Com as muitas chuvas, a represa encheu e rompeu», ou «Com as muitas chuvas, a represa encheu-se e rompeu-se»?

«João e Antônia casaram», ou «João e Antônia casaram-se»?

Se puderem acrescentar outros exemplos semelhantes e analisá-los, ficaria grato.

O veredito que nunca mente nem erra — o do Ciberdúvidas — por favor.

Muito obrigado.

Sofia Costa Professora Coimbra, Portugal 5K

Na frase «O Outono dá umas pinceladas douradas nas uvas brancas», qual é a função sintáctica de «nas uvas brancas»?

Alice Carvalho Professora Alenquer, Portugal 13K

Na frase «Efectivamente, a ficha parece fácil», qual é a função sintáctica de efectivamente, uma vez que se trata de um advérbio de afirmação e não de modo?

Na mesma linha de pensamento, qual é a função de outros advérbios, como sim e não?