DÚVIDAS

A sintaxe do verbo favorecer
Primeiro agradeço pelas várias vezes em que fui atendido, em minhas dúvidas, pelo Ciberdúvidas. Minha dúvida é a respeito da construção de uma frase que, aos meus ouvidos, não pareceu muito apropriada: «Professor, para favorecer que os alunos construam uma história pessoal de leitura...» Esse «para favorecer que os alunos» me pareceu agramatical, pois entendo que favorece-se alguém ou alguma coisa (inclusive procurei a construção em www.corpusdoportugues.org e não encontrei nada semelhante), de modo que, para mim, a construção adequada seria: «para favorecer os alunos a que construam (a construir) uma história...» Estou certo, ou a outra construção é possível? Muito obrigado.
Sobre os complementos circunstanciais, novamente
Há dias tive uma prova de Língua Portuguesa em que o professor pedia para fazer a análise sintática da seguinte frase: «Esta sopa é de cenoura.» Minha resposta para esta frase não foi correcta. Na correção, o professor fez da seguinte maneira: Sujeito subentendido — «ela» Predicado — «é» Complemento circunstancial de conteúdo — «cenoura». Nunca tinha ouvido falar de tal complemento. Procurei na gramática e pesquisei na Net e não achei nada a respeito do complemento circunstancial de conteúdo. Gostaria que vocês me esclarecessem acerca deste complemento. Obrigada.
A palavra nem e os advérbios de negação
Na Gramática Universal da Língua Portuguesa, de António Afonso Borregana, a palavra nem aparece no quadro dos advérbios de negação. Procurei informação em outras gramáticas e encontrei uma grande diversidade de informação. Pergunto: 1. Nem, além de conjunção, também pode ser advérbio de negação? Em que casos? 2. Apenas a palavra não é advérbio de negação, ou também nunca e jamais? Em Celso Cunha e Lindley Cintra apenas figura não como advérbio de negação... Obrigada.
Auxiliar aspectual acabar: uso do presente e do pretérito perfeito do indicativo
Eu tenho uma dúvida sobre o uso do verbo «acabar de» para localizar a ocorrência de factos no tempo. Na imprensa aparecem frases como: a) «Gisele Bündchen acaba de chegar ao Brasil, para curtir o Carnaval.» b) «PR acaba de chegar à ilha da Madeira.» c) «Madonna acaba de chegar no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro!» Se se trocasse «acaba de» por «acabou de», as frases acima teriam o mesmo sentido quanto ao “tempo” de ocorrência dos factos. Qual é a diferença entre o uso do presente e pretérito nestes casos?
«Ter dúvidas de» e modo da completiva
Agradecia que me esclarecessem uma dúvida decorrente da leitura desta frase: «De resto, não tenho dúvidas que a FMUP é uma excelente faculdade.» A minha dúvida prende-se com a utilização do presente do indicativo por oposição ao presente do conjuntivo. Por outras palavras, pergunto-me se o uso do presente do indicativo do verbo ser será aceitável neste contexto, ou se o correcto seria mesmo recorrer ao presente do conjuntivo do mesmo — «De resto, não tenho dúvidas que a FMUP seja uma excelente faculdade.» Gostaria que se justificassem, para que a dúvida fosse completamente exterminada.
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