DÚVIDAS

Cheiinha, saiinha
O Acordo Ortográfico menciona como exemplos, no item 4.º, Base X, da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas com I e U, as palavras cheiinha e saiinha como palavras que não levarão mais acento. Perguntas: a) essas palavras tinham acento? b) no Brasil não consegui encontrar ocorrências com acento; em Portugal usava-se o acento, grafando-se "cheiínha", "saiínha"? c) no Brasil, a regra antes do Acordo (ver Celso Cunha e Lindley Cintra, p. 71) dizia que se esse I ou U tônico, sozinho na sílaba, fosse seguido de nh, não deveria ser acentuado. Não é o caso de "cheiínha" e "saiínha"? Agradeço sua atenção.
A definição da palavra sinalética
Ao consultar um livro sobre teatro, deparei-me com a palavra sianalética. Não consegui, nas minhas pesquisas, encontrar uma definição para este termo. Peço, pois, a vossa ajuda. Obrigada. «Função do figurino [...] O corpo sempre é socializado pelos ornamentos ou pelos efeitos de disfarce ou ocultação, sempre caracterizado por um conjunto de índices sobre idade, sexo, a profissão ou classe social. Essa função sianalética do figurino é substituída por um jogo duplo: no interior do sistema da encenação, como uma série de signos ligados entre si por um sistema de figurinos mais ou menos coerente; no exterior da cena, como referência ao nosso mundo, onde os figurinos também têm um sentido.[...]» PAVIS, Pratice, 1947 — Dicionário do Teatro; tradução para língua portuguesa sob a direção de J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira — São Paulo: Perspectiva, 2005 (p. 169).
Classificar orações em discurso indirecto
Gostaria de saber como se classificam as frases complexas cujas orações se repartem pela introdução do discurso directo e o discurso directo propriamente dito. Exemplo: «Quando o José abriu a caixa disse:— É para mim!» Atentando na frase/oração introdutória, se a 1.ª oração é facilmente classificável (subordinada adverbial temporal), já a segunda, ao reduzir-se apenas ao verbo declarativo «disse», suscita algumas dúvidas, pois um dos constituintes fundamentais deste verbo — o complemento directo (CD) — é enformado pela frase simples já em discurso directo. Assim, poderá «disse» ser considerado por si só oração subordinante ou, pelo contrário, e como está em falta um dos elementos essenciais por ele pedido, não poderá de modo algum sê-lo? Caso não possa considerar-se como oração principal, como classificá-lo? E a oração subordinada adverbial continua a sê-lo? Quanto à frase já em discurso directo («É para mim!»), devemos classificá-la como frase simples (porque o é por si só), ou, sabendo nós que se trata do CD do verbo declarativo antecedente, devemos analisá-la na sua forma de discurso indirecto e classificá-la como oração subordinada completiva? O mesmo para «Penso — disse meu pai — que te darás melhor em letras»: «disse meu pai» — frase simples, ou, convertendo toda a frase para o discurso indire{#c!}to («O meu pai disse que pensava que me daria melhor em letras»), oração subordinante? Já agora, aproveito para colocar a mesma questão em relação a frases complexas na interrogativa. Exemplo: «Será que expulsá-lo da aula foi bem pensado?» Espero ter sido clara na exposição da dúvida. Obrigada.
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