Em jornais de 1834-1884, neste período, se encontra, com frequência, a expressão «uma dita de livros», «uma dita de mandioca», «uma dita de micelaneas».
A minha pergunta é o que é «uma dita», qual é a sua medida? É uma parte, é uma dúzia, é uma caixa?
Como se chamam os sumários que, nalguns livros, antecedem as narrativas dos vários capítulos? Uns são bastante curtos («Em que a donzela vai prosseguindo sua história», Menina e Moça, cap. II), outros mais esclarecedores («De como o autor (...) se resolveu a viajar na sua terra (...). Parte para Santarém. Chega ao Terreiro do Paço, embarca no vapor de Vila Nova (...). A Dedução Cronológica e a Baixa de Lisboa. Lord Byron e um bom charuto. Travam-se de razões os Ílhavos e os Bordas-de-água (...)», Viagens na Minha Terra, cap. I). Isto implica designações diferentes?
Obrigado.
Qual a classe e subclasse a que pertence a expressão «ou seja»?
No poema a seguir, gostaria de saber como interpretar o valor estilístico do termo relógio. Poderia ser considerado uma metonímia referente ao tempo ou à passagem do tempo?
Obrigado.
REGISTRO IMPLACÁVEL
Do alto da igreja-matriz
Espreita o relógio arcano
Seus ponteiros marcam sutis
A realidade presente
Num inexplicável engano
Espia homens que passam
Fruindo um tempo fecundo
Felizes e despreocupados
Com a vida que viaja
Num curtíssimo segundo
Para ele, nada é obscuro,
Pois tudo vê e verá
Do passado e do futuro
E a vida fica contida
Nesse caminho circular
A todos, do relógio vela
O olhar aborrecido
Confrontando, inerte e mudo,
Todo sonho inalcançável
Todo desejo reprimido
Se algo de fato assinala
A sua continuada ação,
É o ilusório valor
De um descuidado viver
Sem a morte por condição.
Qual é o signiifcado de sic?
Antes de mais, queria felicitá-los pelo excelente trabalho que têm vindo a desenvolver e pelo apoio que representam para aqueles que, como eu, usam a língua como ferramenta de trabalho.
A minha dúvida surgiu a propósito de uma pergunta que me colocou uma aluna espanhola. Segundo ela, em espanhol, o uso da voz passiva é característico da linguagem jurídica. Gostava de saber se em português podemos afirmar que a voz passiva se caracteriza por ser usada em registos específicos da língua e quais seriam esses âmbitos de utilização.
Muito obrigada pela atenção.
Suponha que, em uma festa, Ana não comeu nenhum doce, Bia comeu um doce, Carla comeu dois doces, e Daniela comeu três doces. A pergunta «Quem comeu menos doces?» diz respeito somente às pessoas que comeram doces (e a resposta seria «Bia, pois ela comeu apenas um doce»), ou abrange todas as pessoas que estavam na festa, independentemente de terem comido doce ou não (e a resposta seria «Ana, pois ela não comeu nenhum doce»)? Gostaria de saber quais são as implicações do termo «menos» nessas frases.
Em um caso semelhante, quando digo que uma fábrica A produz menos poluição que uma fábrica B, estou, obrigatoriamente, afirmando que a A produz poluição, ou há a possibilidade de interpretar que a fábrica A produz menos poluição que a B porque, na verdade, ela nem sequer produz poluição?
Desde já, agradeço-lhe os esclarecimentos. Parabéns pelo importante trabalho deste site, sempre muito útil!
É erro dizer: «significa dizer»? Diz-se apenas «significa», ou «quer dizer»?
Na revisão de um trabalho, deparei-me com uma estrutura que me causa muita estranheza: «Quem raio é aquele?»
Percebo o objetivo do tradutor, uma vez que o original é: «Who the hell is that guy?» O pronome quem foi bem empregado, porque se usa em relação a uma pessoa, mas penso que não pode ser usado com o substantivo. Talvez o tradutor tenha tentado adaptar a frase à expressão «Que raio?», mas, para ser correto, teria de ser algo do género: «Que raio!» Quem é aquele?' ou «Diabos, quem é aquele?».
A opção do tradutor está correta?
Usar & por e é asneira?
Exemplo: «José Mário Costa e Eunice Marta», ou «José Mário Costa & Eunice Marta»?
Um abraço meu, directamente de Angola!
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