De acordo com o E-Dicionário de Termos Literários, coordenado pelo prof. Carlos Ceia (consultado em 3 de novembro de 2013), a metonímia é, «em sentido lato, [...] a figura de linguagem por meio da qual se coloca uma palavra em lugar de outra cujo significado dá a entender. Ou a figura de estilo que consiste na substituição de um nome por outro em virtude de uma relação semântica extrínseca existente entre ambos. Ou, ainda, uma translação de sentido pela proximidade de ideias. Consiste, assim, na ampliação do âmbito de significação de uma palavra ou expressão, partindo de uma relação objetiva entre a significação própria e a figurada [...]».
Tendo em conta esta definição, de facto, no texto proposto pelo consulente, sim, relógio pode ser entendido como uma metonímia de «tempo», visto que não será de forma alguma despropositado considerar, depois de analisado o conteúdo do poema, assim como a mensagem que dele se pode retirar, que o nome relógio pode substituir o nome tempo, «em virtude de uma relação semântica extrínseca existente entre ambos».
Contudo, e na minha opinião, a figura de retórica que mais salta à vista neste poema será a personificação, já que o «relógio» (ser inanimado) assume, ao longo de todo o texto, qualidades, comportamentos, atitudes e impulsos humanos.