«... torna o outro detentor de um certo saber»; «certo saber» não possui o mesmo significado que «saber certo». A alternativa que mostra um caso semelhante é:
a) resposta correta/correta resposta;
b) paisagem bela/bela paisagem;
c) autor conhecido/conhecido autor;
d) várias respostas/respostas várias»
O gabarito marcava a resposta d), porém, sempre sinto dificuldades em questão desse tipo.
Agradeço.
Gostaria de saber se se diz que um cosmético é "hipoalergénico", ou "hipoalérgico".
Obrigado.
O substantivo coletivo ramalhete se refere a flores e ramos também?
Tenho encontrado o verbo pagar associado a fazer-se com um sintagma nominal introduzido directamente (i. e. sem preposição):
1. «Dessa vaga de anulações têm estado a beneficiar os artistas da "segunda divisão" mais temerários, que têm vindo a substituí-los no circuito maior, fazendo-se pagar, em média, o dobro dos seus honorários normais.»
2. «E aqueles deputados que foram apanhados a roubar (fazendo-se pagar viagens que não fizeram)(...)»
Não deveríamos usar aqui a preposição por («fazer-se pagar por viagens…/pelo dobro…»)?
Julgo que deveríamos usar por em vez de de nas frases que se seguem (não?):
3. «Seis das oficinas, além de substituírem peças a mais, fizeram-se pagar de componentes não substituídos.»
4. «(…) a autarquia pretendia fazer-se pagar de um serviço anterior à privatização da recolha de lixos.»
E tenho deparado com o uso de «fazer-se cobrar» no sentido de «fazer-se pagar»:
5. «Há lojas que o fazem gratuitamente, enquanto outras se fazem cobrar pela prestação destes serviços suplementares.»
Creio que «fazer-se cobrar» é inaceitável, mas queria confirmar.
Grato pela atenção.
Em confronto com revisores e dicionários, entendo que o termo Pombalismo, enquanto aplicado ao período específico de governação de Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de Oeiras e marquês de Pombal, deve ser escrito com maiúscula, ou em caixa alta, no jargão dos tipógrafos cujo uso preservamos. Não apenas por assim surgir na historiografia, mas pela razão muito simples de a palavra representar um tempo específico, rigorosamente balizado, irrepetido e irrepetível, isto é, único, específico, individualizado. Trata-se, portanto, de um nome próprio. Sabemos desde a escola primária qual a regra que rege a grafia de substantivos próprios... Que me têm a dizer sobre isto?
Se as palavras terminadas em "u" não têm acento, então qual é a excepção para a palavra baú? Terá a ver com o ditongo oral?
Obrigada pelo esclarecimento.
Na qualidade de estudante da língua japonesa, permitam-me ajudar a esclarecer o consulente da pergunta 22227, independentemente das grafias dicionarizadas/oficializadas em Portugal.
Em kanji (logogramas japoneses), o nome da arte marcial em questão escreve-se '柔術' (lit. «arte da suavidade»), que se desdobra no hiragana (silabário japonês) 'じゅうじゅつ'. Aplicando as regras do rōmaji (romanização do japonês, i.e., escrita deste idioma com o alfabeto latino), sabe-se que 'じゅ' = 'ju', 'う' = 'u', e 'つ' = 'tsu'. Substituindo as letras japonesas pelas latinas obtém-se 'juujutsu', porém empregam-se antes as formas 'jūjutsu' — indicando o mácron uma vogal longa — ou simplistamente 'jujutsu' dada a invulgaridade daquele diacrítico no português.
O aportuguesado 'jiu' surge do facto de 'jyu' ser também aceite como romanização de 'じゅ', uma vez que 'じ' = 'ji' e 'ゆ' = 'yu', cuja versão reduzida ('ゅ') se traduz na aglutinação fonética à letra precedente bem como numa quase supressão do 'i' e do 'y' pronunciados. 'Jiu' é assim infiel à romanização, pois na realidade representa o hiragana 'じう', alheio a 'じゅうじゅつ'. Além disto, '柔' encontra-se igualmente presente no kanji de 'jūdō' ('じゅうどう'), '柔道' (lit. «caminho da suavidade»), pelo que é tão legítimo escrever 'jiujutsu' como 'jiudo', o segundo imediatamente percepcionado como um disparate. O mesmo se passa relativamente ao hífen em 'ju-jutsu' ou ao espaço em 'ju jutsu': ninguém escreve 'ju-do' nem 'ju do'.
Por último, e neste contexto, 'jitsu' revela-se apenas um erro, infelizmente massificado à escala global, que seguindo a lógica do incorrecto 'jiu' até deveria ser 'jiutsu'. 'Jitsu' é uma das leituras de vários outros kanji, com significados que nada têm que ver com o de 'jutsu' (lit. «arte»), ou seja, uma palavra diferente e consequentemente deslocada.
Resumindo, presumo que a leitura do japonês 'ju', a nós estranha, esteja na principal origem histórica das imprecisões/incorrecções mencionadas, e considero correcto em português apenas 'jujutsu'.
Aproveito para acrescentar que, tal como ao praticante de judo se chama 'judoca', aportuguesamento de 'jūdōka', também o praticante de jujutsu se denomina 'jūjutsuka' ('jujutsuca'?).
Gostaria de saber qual a diferença entre as palavras dar e doar.
Obrigado.
Quando nos referimos a uma banda musical, deveremos utilizar o plural/masculino como em «Uma dessas bandas foram os The Iguanas», ou singular/feminino — «Uma dessas bandas foi a The Iguanas»?
Caso o primeiro exemplo seja o correcto, ele configura uma excepção em relação às regras de concordância?
Obrigado.
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