Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Luís Paulo Músico Santa Maria da Feira, Portugal 17K

Coloquei uma dúvida sobre a existência ou não da palavra "ponderância" no português falado e escrito em Portugal. Hoje recebi pedido vosso solicitando o contexto em que ela surgiu. Pois então foi assim:

A dúvida sobre a sua existência ou não surgiu no meio de uma acalorada tertúlia universitária. Subitamente a palavra surgiu e rapidamente foi contestada tendo dado início a uma acalorada discussão sobre a sua validade ou não.

Quem a proferiu inadvertidamente pretendia utilizar o termo ponderação, mas, num instinto, sai-lhe «ponderância» eventualmente por analogia com tolerância. Claro que consultámos várias fontes, incluindo a Diciopédia X, da Porto Editora, e a palavra "ponderância" não aparece. Mas consultando o Google verificamos que a palavra é utilizada no Brasil e encontrámo-la num documento da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (encontram a palavra «ponderância» na 2.ª linha do 4.º parágrafo, na página 5).

O meu objectivo ao recorrer à vossa ajuda era o de desvanecer as dúvidas que permaneceram na maioria dos intervenientes da discussão (incluindo quem a proferiu).

Pelo exposto lhes rogo que desenvolvam um esforçozinho um pouco para além da consulta de dicionários para que as nossas dúvidas desapareçam.

Grato pela atenção.

Gonçalo Elias Eng. ele{#c|}trotécnico Loures, Portugal 9K

Gostaria de saber se existe feminino para melro. Já ouvi o termo "melroa", mas não sei se é correcto.

Helena Rodrigues Professora Coimbra, Portugal 5K

Agradeço a confirmação da existência, ou não, da possibilidade de usar o termo itinerância, em português de Portugal.

Anabela Nogueira Coordenadora editorial Barcelona, Espanha 26K

Gostaria que me esclarecessem se as palavras vila, concelho, cidade e aldeia deverão aparecer (segundo a regra geral) em minúscula ou maiúscula.

Por exemplo: o correcto será «vila de Pedroso» ou «Vila de pedroso»?

Sinceros agradecimentos.

Ana Vilaça Docente V. N. Famalicão, Portugal 12K

Está correcta a frase «Tu és uma ranhosa!», ou deverá ser dito «Tu és uma ronhosa!»?

Obrigada pela vossa atenção.

Renilda Schowantz Auxiliar de educação Lisboa, Portugal 10K

Como vivo aqui em Portugal procuro me adaptar, mas tem coisas que não consigo entender... tais como «porque escrevem certo e pronunciam errado». Ex.:

correios (pronunciam "curreios")

coração ("curação")

piscina ("pixina") e por aí afora.

Já procurei explicações, mas ninguém me deu uma que fosse convincente ou correta.

Se puder, «diga lá». Obrigada.

Pedro Andrade Desempregado Braga, Portugal 23K

Vi as vossas respostas relacionadas com a questão reserva o direito/reserva-se o direito, mas não estou satisfeito com elas.

Digam-me, por favor, como devo traduzir para português o seguinte início de frase em inglês: «XPTO reserves the right to change product features...»

Eu acredito que a seguinte forma é a correcta:

«A XPTO reserva o direito de alterar as características dos produtos...»

No entanto, as vossas respostas parecem indicar que o correcto seria dizer «A XPTO reserva-se o direito de alterar as características dos produtos...»

A XPTO não se está a reservar-se a si própria, nem pretende dizer explicitamente que está a reservar o direito para si própria (isso deve estar apenas implícito, dado que proporciona vários subterfúgios legais que as empresas consideram ser muito úteis). Quanto ao reservar o direito para si própria, também não vejo como a conjugação reflexa "reserva-se" (dado que o sujeito está imediatamente antes) poderia significar «reserva para si».

Sem sujeito/nome, não há dúvidas. A forma correcta é «Reserva-se o direito de admissão», por exemplo.

Obrigado.

Emerson Soares Técnico de som São Bernardo - SP, Brasil 6K

Me deparei com uma frase que emprega os dois-pontos, e o sentido ficou obscuro pra mim, a frase é um verso da bíblia na versão Almeida revista e corrigida de 94, e a frase em questão é a seguinte:

«Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?»

Minha dúvida é se o ponto de interrogação no fim da frase se refere a toda ela ou apenas ao período que vem depois dos dois-pontos. Disso, creio, depende a interpretação correta do sentido do texto. Se válido para toda a frase, implica em que o Espiríto em questão tem ciúme, e se válida a interrogação apenas para o que vem após os dois-pontos, esse período seria uma pergunta retórica sem necessidade de resposta.

Qual seria a forma correta de se interpretar essa frase?

Fernando Pestana Estudante Rio de Janeiro, Brasil 23K

Uma propaganda de uma rede educativa, que traz de vez em quando questões relacionadas à língua portuguesa aqui no Brasil, disse que a norma culta não considera correto o uso de «Eu vou precisar de fazer as questões»; o problema apontado por esse programa é a presença da preposição antes do verbo no infinitivo, mas, buscando respostas no Ciberdúvidas, vi que ambas as formas estão adequadas à norma culta, ou seja, «Eu vou precisar de fazer» ou «Eu vou precisar fazer», ambas estão corretas segundo vocês, mas não segundo o programa daqui do Brasil. Afinal, existe alguma referência, algum gramático que acabe com a minha dúvida se ambas as formas podem estar corretas, ou só uma delas, como disse o programa?

Muito obrigado.

Miguel Oliveira Economista Lisboa, Portugal 11K

Gostaria de saber se a palavra "substitutibilidade" existe em português, porque não a consegui encontrar em nenhum dos dicionários que consultei. No entanto, parece-me ser um termo correcto para caracterizar algo que pode ser substituído, por exemplo: «Não sendo produtos substitutos, o grau de substitutibilidade entre obrigações e depósitos a prazo é elevado.»