Gostaria de saber se existe algum verbo na língua portuguesa que consubstancie a ideia de «tornar nítido» ou «melhorar a nitidez de algo» (por exemplo, uma fotografia digital num programa de edição de imagem).
Especulei sobre a possibilidade de "nitidizar", embora não tenha encontrado tal verbo dicionarizado. Através de uma pesquisa no motor de busca Google, encontrei uma ocorrência de "nitidizar" num acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, do qual transcrevo o relevante excerto:
«(...) nas suas dinâmica e características envolventes, consente nitidizar, em geral, circunstancialismo por si só revelador de especial censurabilidade e perversidade, sintomatologia que, como é sabido, nem sequer depende da verificação particularizada de qualquer dos itens que, apenas exemplificativamente, se elencam nas diversas alíneas do n.º 2 do citado artigo 132.º, do Código Penal.»
Assumindo que o verbo "nitidizar" neste excerto é empregado numa acepção próxima da supramencionada, gostaria também de saber se "nitidizar" é um neologismo aceitável.
Grato pelo esclarecimento.
Tenho uma dúvida sobre uma palavra, que insiste em aparecer no meu trabalho.
Já fiz algumas pesquisas e não consegui encontrar uma resposta definitiva. Desta forma, preciso da sua ajuda.
A palavra é reenfitar. Já vi essa palavra escrita de várias formas: "renfitar", "reenfitar", "re-enfitar", "re-fitar" e por aí vai...
Na verdade, não sei se essa palavra existe, pois no Houaiss não consegui encontrar.
Para exemplificar, trabalho numa empresa onde temos componentes "enfitados". A palavra em questão é a ação para colocarmos componentes na fita novamente.
Agradeço, pela sua ajuda.
Poderiam definir o significado da expressão «relacionamento convoluto»?
Tendo encontrado dicionarizada a palavra quadrilheiro, com sentido de «coscuvilheiro, bisbilhoteiro», estranhei não encontrar "quadrilhice", que é uma palavra de uso corrente na zona oeste [Portugal], e penso que também em Lisboa, pelo menos.
Outra situação com algum paralelo talvez seja "pastelar", com o sentido de «preguiçar», ou «demorar a fazer», que não encontro dicionarizada, e me parece de uso generalizado.
Estranho sempre a nossa facilidade em adoptar vocabulário estrangeiro, enquanto há tanta resistência em assumir vocabulário deste tipo, que faz parte do léxico de tantos falantes. Gostaria de saber como as classificam quanto à generalização do uso e se consideram aceitável o seu uso escrito.
A forma de plural com que mais frequentemente deparamos é "sociais-democratas", mas também já li e ouvi a forma "social-democratas". "Social-democrata" pode ocorrer, conforme o contexto, como substantivo ou como adjectivo, o que, de acordo com as regras de formação do plural dos nomes compostos e dos adjectivos compostos que encontramos em Celso Cunha e Lindley Contra, não será indiferente. Na verdade, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, pode ler-se:
a) relativamente aos substantivos compostos (pág. 189): «geralmente ambos os elementos tomam a forma de plural quando o composto é constituído de dois substantivos, ou de um substantivo e um adjectivo»;
b) relativamente aos adjectivos compostos (pág. 253): «Nos adjectivos compostos, apenas o último elemento recebe a forma de plural».
De acordo com estas regras, "social-democrata" terá, então, duas formas diferentes de plural, conforme ocorra como substantivo ou como adjectivo?
A expressão «facinho facinho» está na "boca do povo". Ana Maria Braga lançou e a CEF está usando no comercial. Nas escolas, professores empregam a expressão para mostrar a facilidade de certo conteúdo e criticam aqueles que acham isso um erro. Gostaria que o Ciberdúvidas comentasse a respeito.
Obrigada pela atenção.
Vi na frente de uma casa uma tabuleta com os dizeres: «Conserta-se roupas.» A concordância verbal não se fez, pois o certo é «Consertam-se roupas». Algo, porém, diz-me que o verbo que se empregou não está correto. Acaso podem consertar-se roupas? Não houve um erro de semântica? Consertam-se muitas coisas, sem dúvida. Não há, entretanto, um verbo que se possa usar com mais propriedade nesse caso?
Muito grato!
Transcrevo do livro A Infanta Capelista, de Camilo Castelo Branco, 1.ª Edição Ulmeiro: Novembro de 1998 – ISBN: 972-706-288-1, o seguinte (pág. 42):
«Isto dizia o democrata, enquanto o outro do cérebro rabido e fulminativo, esmurraçando o mármore, nos certificava que...»
Qual o significado de "rabido"?
Obrigado pela vossa atenção.
Quando na mesma página de um livro aparecem na sua parte inferior os sinais (*) asterisco e (#) cardinal, é verdade que o primeiro (asterisco) deve ler-se: «a nota ao pé da página diz» e o segundo (cardinal): «a nota de rodapé diz»? Há diferença entre «nota ao pé da página» e «nota de rodapé»?
Li no jornal Público de 7 de Janeiro de 2010 o título de uma notícia que dizia: «Documentos sobre a ditadura argentina foram desclassificados.» No contexto da notícia, o que se queria dizer é que os documentos foram mostrados ao público ou que deixaram de estar em segredo. Eu pergunto se o termo desclassificados está devidamente empregado neste contexto ou se se trata de uma adaptação para o português da palavra inglesa declassified e que é portanto incorrecta.
Obrigado.
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