DÚVIDAS

O pretérito perfeito do indicativo
Só tenho visto conteúdos em que se diz que o pretérito perfeito só é usado para ações terminadas no passado e que não tem relação com o presente, isto é, pretérito absoluto. Mas, às vezes, sinto que possui parcialmente o valor do present perfect do inglês. Por exemplo, em «Maria, a maçã caiu ao chão», o verbo cair pode nos mostrar que a maçã ainda está caída ou que ela já foi removida do chão. A ambiguidade é resolvida pelo contexto, é claro. Mas em alguns casos, não se dá para perceber muito bem. Existe alguma expressão para se referir a esse aspecto que envolve a língua portuguesa? Outro exemplo: «Claro! Ela roubou o meu carro.» Pode ter dois significados: «que o meu carro está com ela»; e «que o meu carro tinha sido roubado por ela, mas o recuperei».
A locução «em suspenso» e «em aberto»
Napoleão Mendes de Almeida, no verbete «Em» do seu Dicionário de questões vernáculas, doutrina: «2. É também do francês formar locuções adverbiais com a preposição em seguida de adjetivo; são espúrias locuções como “em absoluto”, “em definitivo”, “em suspenso”, “em anexo”». Insiste, portanto, em que digamos «Deixei tudo suspenso», em vez de «Deixei tudo em suspenso». Duas páginas depois, porém, no verbete «Em duplicado», parece aceitar não só esta expressão, como ainda a análoga «Em separado». Ora, não consigo enxergar a diferença entre, por exemplo, «em suspenso» e «em separado»! Acaso não temos, em ambos os casos, particípios usados como adjetivos, precedidos da mesma preposição? Peço que me esclareçam, por gentileza, qual fundamento teria o ilustre gramático para censurar as construções do primeiro tipo, e aceitar as do segundo. Isto é, quais razões de ordem gramatical distinguiriam um caso do outro. Desde já, o meu muito obrigado e os meus efusivos cumprimentos pelo sempre ótimo trabalho!
A origem de biruta
Qual a etimologia (origem) da palavra biruta? A dúvida é sobre qual dos significados veio primeiro? O meteorológico, «saco cônico, com a abertura mais larga presa a um aro e fixa a um mastro, e a outra, mais estreita, solta, que se enfuna quando o vento sopra, indicando, assim, a direção deste»? Ou o sentido informal utilizado no Brasil, «relativo a ou indivíduo sem norte, sem opinião ou vontade firme, ou que se deixa influenciar; que é inquieto, de comportamento variável; amalucado»? Antecipadamente agradecemos.
O pronome vós e formalidade
Tenho uma dúvida referente ao uso do pronome vós em situações mais formais. No norte de Portugal, o pronome vós é comummente usado em situações informais, entre amigos, por exemplo. No entanto, gostava de saber se também é apropriado usar o vós em contextos mais formais. Por exemplo, se estou a falar com duas pessoas mais velhas do que eu, individualmente, vou tratá-las por você. A minha dúvida é saber, se estiver a falar com as duas ao mesmo tempo, se posso usar o pronome vós? Não sei se pode ser considerado informal ou desrespeitoso dizer algo, como: «Tudo bem convosco?» ou «Este carro é vosso?» Agradeço desde já!
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