Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Jairo Pedro Aux. de escritório Aracruz, Brasil 7K

Pé-de-moleque é uma palavra derivada, ou primitiva?

Paulo Mário Beserra de Araújo Economista Rio de Janeiro, Brasil 10K

Estou escrevendo um glossário de retórica e poética e admiro particularmente certas figuras, como a litotes, o oximoro, o quiasmo e a antimetábole. Cada página é um verbete exemplificado com a poesia galega, portuguesa ou brasileira.

Compreendo a litotes como a sugestão meio eufemística, irônica de uma ideia; ou em dizer pouco para sugerir muito; atenuantemente. Portanto, um conceito um tanto mais elástico, tirado da etimologia da palavra, contrariando a maioria das definições que encontro, costumeiras em enfatizar apenas a negação do oposto. Como um dos exemplos, dentro da minha formulação, escolhi os seguintes versos de Guerra Junqueiro (A Morte de D. João, Introdução):

E o povo... o povo é rei! E rei como Jesus,

Para beber o fel, para morrer na cruz.

Disse-o pouco, mas sugeriu muito o tipo, e de forma irônica, da única "realeza" que cabe ao povo. Se a Sra. Eunice Marta me der o prazer de comentar minha proposição, tomarei por fé seus ensinamentos, ainda que contrários ao que imagino.

Agradeço antecipadamente.

Isabel Machado Professora de Geografia Vila Real, Portugal 5K

Há uma aldeia na serra do Alvão com o nome de Muas. Gostaria de saber qual o significado ou a origem deste nome.

Obrigada.

Marta Oliveira Estudante Oliveira do Hospital, Portugal 7K

Bosque é um nome comum, ou coletivo?

Filipe Direito Estudante Porto, Portugal 13K

Gostaria de saber o plural da palavra látex, caso exista. A formação do plural desta palavra segue alguma regra?

Obrigado.

Manuela Correia Médica Lisboa, Portugal 5K

Tenho-me confrontado com a tradução de «near miss sudden infant death syndrome» por síndrome de morte súbita do lactente abortada. Não me parece que o abortada esteja correcto (como em near drowning – que geralmente traduzo por pré-afogamento, mas não sei se correctamente). Existe uma forma mais adequada de traduzir o near miss nestas duas situações? Obrigada.

Paulo Aimoré Oliveira Barros Servidor federal Garanhuns, Brasil 9K

Certa vez li um artigo cujo autor expressou a opinião de que o pronome relativo cujo está na realidade com os dias contados, ou seja, previu-se a sua extinção para dentro em breve. De fato, pelo menos aqui no Brasil, quase ninguém o emprega na linguagem falada e, quando se usa na escrita, muitas vezes esse pronome está fora de propósito (sem função ou com função errada). Vendo o quadro por esse lado, realmente não existem boas perspectivas para a sobrevivência do cujo, o qual tende a sumir-se como tem acontecido à mesóclise. Parece-me que o cujo sofre da «síndrome de Filinto Elísio», que o empregava muito mal. Qual é, portanto, a vossa opinião? Credes também que o cujo não sobreviverá?

Fábio Vasco Estudante universitário e operador de call center Qta. Conde, Sesimbra, Portugal 8K

Ainda em relação à resposta à questão A pronúncia do plural do substantivo gosto (português do Brasil), colocada por uma consulente brasileira, não poderemos dizes "gostos" com "o" aberto ao referirmo-nos ao plural do famoso "gosto" ("gósto") do Facebook...? Exemplo: «Colocaram muitos "gostos" ("góstos") na minha publicação do mural ontem.»

Obrigado!

Carolina Macedo Estudante Braga, Portugal 24K

[...] [T]enho um outro comentário a fazer [sobre a forma engripar]: [...] à forma "gripar" (com remissão no Houaiss a "grimpar") corresponde o étimo francês "gripper" (na acepção de mecânica), no entanto, o mesmo, bem como outros dicionários — o Priberam, por exemplo — apresentam o verbo gripar como produto de uma formação portuguesa (mesmo se a palavra primitiva tenha entrado na língua portuguesa através de um empréstimo ao francês grippe, atestado em português desde 1881), sendo constituído por gripe+ar, um derivado sufixal, portanto é homónimo do primeiro (por isso mesmo têm direito a entradas diferentes). A forma gripar na acepção de «provocar ou ficar com gripe» é atestada pelo menos desde 1942 e o seu particípio, grippado (sic), desde 1928, como nos informa o Houaiss.

Quanto a engripar, foi-lhe acrescentado o prefixo en- à forma já existente gripar (de gripe+ar e não de gripper), sendo por isso decomposto em: en-+ a base gripe +sufixo -ar, tendo, então todas as características para ser um derivado parassintético, embora me custe a compreender, pelas razões já anteriormente expostas e que conto com a vossa magistral ajuda para a sua resolução.

Ainda a propósito deste tema, teria uma outra pergunta (de resposta bem mais fácil, segundo creio).

Na vossa primeira explicação à minha questão, que remetia então a engripado, foi-me dito que este era "apenas" o particípio passado de engripar, e que engripar, esse sim, teria sido formado parassinteticamente. Mas, seguindo essa lógica de raciocínio, deveríamos responder também que engripar é o infinitivo impessoal. Ambos têm a marca da desinência do tempo verbal a que pertencem: engripado- ado, do lat.-atu, engripar - ar, do lat -are, forma do infinitivo dos verbos da primeira conjugação.

Por último gostava de vos pedir um conselho para uma obra de referência acerca das regências verbais e nominais que não fosse uma gramática.

Um grande bem-haja a toda a vossa equipa por todo o excelente trabalho que tem vindo a realizar.

Margarida Barradas Investigadora literária Oxford, Inglaterra 7K

O que quer dizer redivivo?

Antecipadamente grata.