A palavra embarcado é formada por parassíntese, ou por prefixação e sufixação?
Lendo uma notícia de jornal (Diário de Notícias, 8/02), a propósito do primeiro aniversário do sismo no Japão (que originou o gigantesco tsunami que se sabe), vejo escrito Fucoxima, num presumível aportuguesamento do nome original Fukushima.
Está certo?
Em que circunstâncias se pode utilizar a expressão latina «opus magnum»?
Gostaria de saber se existe alguma expressão equivalente em português.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
num’ hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um´ hora.
Camões
Solicitava o favor de me esclarecer quanto à classificação da oração «que em mil anos não posso achar um´ hora».
Na frase «Meu pai, levai-me por quem sois», o me é complemento directo, ou indirecto?
Dirijo-me a Ciberdúvidas para pedir a gentileza (caso seja possível) de me esclarecer se os nomes dos dias da semana são ou não compatíveis com determinados tempos verbais usados, abaixo mencionados.
A minha primeira pergunta é se o nome do dia da semana, que desempenha outra função que não o sujeito, é considerado sintagma nominal ou adverbial. Assim, na frase:
«Quinta-feira foi ao teatro.» «Quinta-feira» é sintagma adverbial, ou sintagma nominal?
As minhas outras duas questões partem da frase: «Segunda vou ao teatro.»
Foi-me explicado que a diferença entre «na segunda-feira» e «segunda-feira» (informalmente: «na segunda» ou «segunda») consiste no facto de a forma segunda(-feira) só referir a (+a) segunda-feira que antecede ou segue imediatamente ao momento de enunciação. Caso esta afirmação seja válida, quereria verificar, se percebi e deduzi bem, os seguintes dois pontos:
1. As frases abaixo mencionadas são consideradas agramaticais porque os eventos não são localizados no espaço iminente do Ie (momento de enunciação)?
Veja-se os seguintes exemplos:
* «Terça tinha ido/fora ao teatro.» Pretérito mais-que-perfeito (Ij – símbolos usados em Gramática da Língua Portuguesa (Mateus et. al.: 1989).
* «Terça ia/costumava ir ao teatro.» Tempo Ik imperfeito do passado (não no sentido do condicional).
* «Terça viajarei a Londres.» Tempo Ip (mas no sentido de futuro do futuro: na próxima terça-feira, não na terça-feira da semana corrente).
2. Como se reflete a iminência do evento localizado pelo nome do dia da semana, núcleo do sintagma, no discurso relatado?
Se desejar transmitir para o discurso relatado a seguinte frase:
«Segunda(-feira) fui/vou ao teatro» (neste caso segunda, sim, antecede ou segue imediatamente o momento de enunciação), qual seria o resultado? Como se mudam estas expressões adverbiais no discurso relatado que tem que ver com a ordenação temporal, quando o termo-origem da localização temporal do enunciado produzido não contém a enunciação pelo João?
João: «Segunda vou ao teatro.»
discurso relatado:
«O João disse que segunda(-feira) tinha ido/iria ao teatro»?
Ou
«O João disse que na segunda(-feira) tinha ido/iria ao teatro»?
Ou
«O João disse que na segunda(-feira) passada/próxima tinha ido/iria ao teatro»?
Agradeço-lhe, desde já, a disponibilidade de me explicar as questões levantadas. Todas as opiniões, todo o apoio linguístico que me proporcionarem são sempre muito preciosos para as minhas análises.
Gostaria de saber se as palavras tese e teoria podem ser sinónimas.
Agradeço, desde já, o esclarecimento.
A palavra exclamou é esdrúxula, ou aguda?
Surgiu-me a seguinte dúvida: na frase «O João deu o livro aos pais», se quisermos substituir o GN «o livro» pelo pronome pessoal o, com a função sintática de complemento direto, e o GP «aos pais» pelo pronome pessoal lhes, com a função de complemento indireto, e depois quisermos contrair os dois pronomes, como é que fica a frase?
Palavras como malmequer, claraboia, língua da sogra, fim de semana, em que não é possível deduzir o seu significado a partir dos elementos que as constituem, são palavras com estrutura complexa, mas que, quanto ao significado, se assemelham a palavras simples.
Quando expliquei que fim de semana era uma locução e que, com o novo Acordo Ortográfico, perdia os hífenes, classifiquei-a de composto morfossintático. Estarei correta, ou tratar-se-á de uma palavra simples. Na TLEBS falava-se em palavras lexicalizadas.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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