Gostava de saber se é correcto dizer «Não vale de nada fazeres isso», «Isso não adiantou de nada» e «Vou fazer de tudo para conseguir o que quero».
1 – «Ela ameaçou-me com uma faca.»
2 – «Ela ameaçou-me que partia o serviço de porcelana Vista Alegre.»
A segunda frase suscita-me uma dúvida. Será que «ameaçou-me» implica uma acção contra a integridade do visado? Será que se deve escrever: «Ela ameaçou que partia o serviço de porcelana Vista Alegre»?
Há um advogado que tem por costume tratar as testemunhas por «senhoras testemunhas» independentemente do género das mesmas.
Ex.: dirigindo-se directamente a mim: «a senhora testemunha viu...», ou dirigindo-se ao juiz falando de uma testemunha masculina: «preciso de fazer mais uma pergunta à senhora testemunha.»
Este tipo de tratamento é correto independentemente do género da testemunha?
Na frase de Bernardo Soares «estão ligados em música pela mesma intenção melódica», o adjetivo será relacional, ou qualificativo? Penso que seja qualificativo, entre outras razões, por admitir antónimos, poder ocorrer em posição predicativa e ser graduável. Estarei certa?
Solicito o esclarecimento relativamente à classificação do adjetivo vencedora, quanto à sua subclasse. Surgiu-me esta dúvida e já ouvi opiniões divergentes, logo não sei como justificar se é relacional ou qualificativo. Não sendo flexionável em grau e aparecendo apenas posposto ao nome, não deverá classificar-se como relacional?
Obrigada pela atenção.
Se se considerar a forma de construir o verbo amandar, com o prefixo a-, à imagem de atirar (a- + tirar), percebemos que existe uma similitude de sentidos distintos entre as acções que estes dois pares de verbos indicam.
Mais do que comparar amandar com assentar, que tem o mesmo sentido de sentar, alevantar quando é o mesmo que levantar, convém pensá-lo em comparação com tirar e atirar, que têm significados diferentes.
Amandar implica movimento, é sinónimo de lançar, atirar.
Mandar indica uma ordem, implícita (ordenar que uma carta siga de acordo com as normas de envio do correio) ou explícita (mandar que alguém se cale, ordenar, impor, fazer obedecer).
São, claramente, verbos com significado distinto.
De resto, é isto que afirma o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, na entrada amandar: «Etim. a + mandar, lançar-(se), atirar(s), arremessar(se)»; sem qualquer indicação de uso arcaico, regional ou popular. Assim sendo, o verbo existe para lá da oralidade e está inscrito na língua portuguesa (repito, sem regionalismos ou origens diferenciadoras sejam elas geográficas ou cronológicas).
Obrigado e parabéns pelo vosso trabalho.
No Auto da Barca do Inferno, [de Gil Vicente], nomeadamente na cena do Onzeneiro, o recurso estilístico presente na expressão «me deu Saturno quebranto» é a metáfora, ou o eufemismo?
Poderiam me explicar se a frase «O povo estourou de tanto rir» é uma metonímia, ou uma metáfora?
Ao menos no Brasil, para se designar a subdivisão administrativa de cunho municipal e local, se diz apenas município; já em Portugal, usa-se sobretudo concelho, mas município também encontra algum uso.
Tenho dúvidas se concelho é, em todas as suas acepções, sinônimo de município. Poderíeis dirimir estas minhas dúvidas?
Quanto à palavra municipalidade, pergunto-vos se ela seria, em todos os sentidos, sinônimo de município e concelho.
Muito obrigado.
Diz o Acordo Ortográfico: «... Base XIX... 1. A letra minúscula inicial é usada:... f) Nos axiónimos…» No entanto, diz o n.º 2: «A letra maiúscula inicial é usada:... i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente…»
Assim, a letra minúscula é, então, usada, ou opcional?
Agradeço a vossa resposta.
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