Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Sandra Basílio Professora Albufeira, Portugal 312

No segmento frásico «Uma versão que, segundo o encenador, não contém todo o original do autor romântico», a expressão «segundo o encenador» desempenha a função sintática de modificador do grupo verbal?

A expressão está inserida dentro de um modificador restritivo, mas é "secundarizado" pelas vírgulas, o que lhe pode atribuir uma função diferente.

Obrigada pela atenção.

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 340

Há alguns dias, no calor de uma discussão, ouvi uma expressão entre dois assistentes operacionais do meu serviço durante a pausa do pequeno-almoço. O facto é que que nunca tinha ouvido isso.

Não sei se a frase correta era:

(I) «estás aqui estás a alombar»

ou se era:

(II) «estás aqui estás a lombar»

Só sei que os meus colegas irromperam numa discussão entre eles e separaram-nos.

Poderiam dizer-me que significa, por favor?

Muito obrigada!

José Luiz Masson de Almeida Prado Médico São Paulo, Brasil 348

Deve-se colocar vírgula em frases como «Ei-los, colocam tudo na coberta» ou «Ei-lo, solve o congresso»?

Achava que era sem vírgula, mas encontrei essas duas frases com vírgula.

José Carlos Gomes Assessor de comunicação Portugal 609

Gostaria de saber qual a forma correta de escrever a seguinte frase: «alguma coisa boa há de acontecer-me» ou «alguma coisa boa há de me acontecer»?

Obrigado

Kauã Girão Estudante Fortaleza, Brasil 371

Existem palavras em português afetadas pelo fenômeno da «pronúncia ortográfica», no qual a pronúncia de uma palavra é alterada por influência da ortografia e passa a se adequar a ela?

Se sim, quais são elas?

Dan Pessoa Estudante São Paulo, Brasil 305

Meu comentário é acerca da palavra perafita.

Presumidamente, até 1990 se escrevia, em Portugal, “pera-fita”, e no Brasil “péra-fita” (para distinguir de pera, preposição, e pêra, fruta), segundo o Acordo Ortográfico de 1945 e o Formulário Ortográfico de 1943. Porém, hoje em dia, não tenho certeza de como se escreve: os dicionários que consultei – o Aulete, a Infopédia, o Priberam e o dicionário da Academia de Ciências de Lisboa registram unanimente perafita, sendo que o verbete não consta nos dicionários Michaelis e Houaiss. O Vocabulário Ortográfico do Português não difere.

Agora – e surge daí uma confusão – no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras aparece apenas a grafia hifenada pera-fita.

Então, às perguntas: essa palavra perdeu, ou não, o hífen desde 1943? Como? E seria por analogia com “pára”, “pêra”, etc. que o VOLP optou por eliminar o acento na grafia sem hífen? Infelizmente não tenho como acessar vocabulários ortográficos de outros períodos (além do atual e do de 1911) para descobrir mais.

Reconheço que essa pergunta é mais uma tese do que uma pergunta, então sou receptivo a quaisquer comentários, mesmo que não sejam bem respostas.

Obrigado.

Mónica Gonçalves Estudante Tavira, Portugal 422

Na frase «Frequentemente, dedicamos uma aula à leitura de poesia», a forma verbal tem valor iterativo ou habitual? Porquê?

Obrigada.

Vadym Blankov Gerente de escritório Vinítsia, Ucrânia 271

Conhece a etimologia de dois topónimos do concelho de Paços de Ferreira: "Cacães", da freguesia de Eiriz, e "Cô" da freguesia de Penamaior?

É especialmente problemático encontrar qualquer coisa sobre o segundo topónimo. 

Ficarei muito feliz por receber a sua ajuda.

Julian Alves Estudante Nápoles, Itália 286

Eu gostaria de tocar mais uma vez num assunto que já foi tratado cá no Ciberdúvidas, porém as respostas ainda não me satisfizeram. No dia 8 de outubro de 2024, quanto à minha pergunta em torno da frase “Bons olhos o vejam” e quanto à sua colocação pronominal enclítica, vós me respondestes o seguinte:

«Quanto à colocação do clítico, a próclise (colocação antes do verbo) ocorre porque a frase é optativa/exclamativa. Quando a frase inclui uma palavra exclamativa ou a própria frase tem uma natureza exclamativa, esses fatores geram próclise.»

De tal resposta se conclui que não seria possível construções como essas: «Vejam-no bons olhos» e «Bons olhos vejam-no».

Entretanto, recentemente, ao tratar do uso do infinitivo pessoal no seu Dicionário de Questões Vernáculas, Napoleão Mendes de Almeida traz a seguinte frase: «Perdoe-te o céu o haveres-me enganado», isso que me fez questionar se há realmente possibilidade de usar a ênclise em orações subjuntivas independentes sem a conjunção que, quando o verbo é o vocábulo que inicia a oração, como a frase : «Perdoe-te o céu o haveres-me enganado.»

O que vós dizeis sobre isso?

Desde já, muito obrigado.

Raquel Pires Tradutora Lisboa, Portugal 200

Em alguns dicionários, o verbo ticar nem se encontra dicionarizado. Noutros aparece como português do Brasil. Mas hoje em dia ouvimos muito o uso desse verbo para assinalar uma caixa, por exemplo.

É correto usar em Portugal? Ou é um brasileirismo? Ou até um anglicismo?