Na frase apresentada pelo consulente a preposição de não é necessária, sendo que o uso mais aceitável, em português europeu, será «A perseverança ajuda-nos a lidar com esse tal medo».
Em dicionários e gramáticas do português, não se encontram informações relevantes sobre o uso da preposição de com «esse tal». Contudo, uma pesquisa no corpus do português, organizado por Mark Davies, mostra que o uso da preposição de com «esse tal» é sobretudo comum no português do Brasil, mas apenas com nomes próprios, como ilustram os exemplos (1) e (2).
(1) «Eu não conheço esse tal de Jerônimo.» (Pedro Correa Cabral, em “Xambioá – Guerrilha do Araguaia”)
(2) «Em primeiro lugar em as pesquisas, está esse tal de Francisco Cardoso Fernando Henrique Cardoso.» (Folha de São Paulo)
Já em português europeu, parece existir e tendência para usar a expressão «esse tal» sem preposição a segui-la, quer com nomes próprios, como exemplificado em (3), quer com nomes comuns, como se observa em (4).
(3) «também o teu mais recente padrão de génio universal, esse tal Proust.» (José Régio, em “Os Avisos do Destino”)
(4) «E então, esse tal rapaz ia à ronda em Espanha» (Dialetos portugueses, Instituto Camões).
Portanto, do ponto de vista dos usos do português europeu, aconselha-se a não utilização da preposição de a seguir a «esse tal».
Nota: Em relação ao uso da preposição com «um tal», leia-se esta resposta.