Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Sílvia Inês Professora Florianópolis, Brasil 13K

Gostaria de saber a etimologia da palavra gene. Vem de «nascer», mas também pode ser «raça», «geração»?

Obrigada.

Virgínia Neumann Revisora São Bento do Sul, Brasil 52K

Está correta a expressão «em aberto»?

Exemplo de frase: «A vaga está em aberto.»

José Campinho Aposentado Barcelos, Portugal 14K

Agradeço me informem o significado (real e figurado) da expressão «palavra de honra».

Nélson Virgínia Rafael Jurista Maputo, Mocambique 140K

Diz-se «comparecer no escritório», ou «comparecer ao escritório»?

Carlos Barros Estudante Fafe, Portugal 15K

É mais correcto dizer-se "omelete", ou "omolete"? Já agora, pastelão na minha terra (no distrito de Braga) é uma palavra equivalente para se pedir uma omelete. Do ponto de vista linguístico, será uma omelete o mesmo que um pastelão?

Desde já muito obrigado.

Pedro Rodrigues Professor Lisboa, Portugal 48K

Tenho visto nos meios de comunicação (jornais, revistas, televisão) adjetivos com maiúscula quando se referem a nacionalidades. Por exemplo: «O atleta Português ficou em primeiro lugar» ou «Presidente Francês desce nas sondagens». O novo Acordo Ortográfico trouxe alguma alteração nesse sentido?

Obrigado pela atenção.

Talita Correia Professora São Paulo, Brasil 39K

O que é linguagem formal e linguagem informal?

Helena Pimentel Investigadora Pombal, Portugal 6K

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o serviço prestado pelo Ciberdúvidas, ao qual recorro diariamente.

A minha dúvida surgiu na sequência da leitura de algumas respostas quanto ao uso do artigo definido com topónimos. Uma questão com a qual todos os pombalenses se debatem é a de explicar por que razão nos referimos «a Pombal» e não «ao Pombal». Ora, por norma, os nomes de cidades derivados de nomes comuns são precedidos de artigo. O facto de tal não acontecer com o topónimo Pombal poderá estar relacionado com o facto de este derivar do nome mouro "Al-Pall-Omar" e não do substantivo comum pombal, como frequentemente se advoga? Ou trata-se simplesmente de uma excepção à regra?

Muito obrigada!

Luiz Carlos Chuvas Advogado Canoas, Brasil 5K

Qual a origem da família Chuvas? É portuguesa? Também são encontrados descendentes no Brasil, eu sou um deles. Gostaria de saber tudo o que for possível a respeito do tema.

Grato.

Marcos Helena Estudante Lisboa, Portugal 10K

[A] propósito da definição, produção e percepção de ditongos, [recebi uma resposta vossa, com exemplos, que]* foi assaz taxativa: «Não sabemos de quem diga que não há ditongos em português.» Ora bem, a meu ver, os exemplos que o(a) prezado(a) consultor(a) listou mais não são que evidentes provas da impropriedade lexical que flutua em torno do conceito ditongo, o qual uso deturpado se generalizou. Em abono da verdade, o Dicionário da Língua Portuguesa – sem Acordo Ortográfico da Porto Editora define ditongo como sendo uma «sequência, numa sílaba, formada por uma vogal e uma semivogal». O verbete enciclopédico da Infopédia vai mais longe, afirmando que o vocábulo inglês fire se pronuncia [‘fajE].

Claro que estas afirmações incorrectas só podem vingar numa língua em que não existem verdadeiros ditongos, mas tão-somente combinações de vogal + semivogal. Nesta linha de pensamento, acresce citar duas fontes: uma informal, extraída de um fórum em linha (1), e outra formal, extraída do Précis de phonétique historique, de Noëlle Laborderie (2).

(1) «Ditongos em diferentes línguas? ■ Eu queria tirar uma dúvida: na língua portuguesa, os ditongos são formados pelo encontro de uma vogal + uma semivogal. em [sic] inglês e em outras línguas germânicas, por exemplo, os ditongos, por sua vez, são formados pelo encontro de duas vogais, sendo a mais forte o núcleo silábico. Foneticamente, existe alguma diferença entre os ditongos formados com as semivogais [j] e [w] e as vogais fracas [i] e [u]?»

(2) On remarque que y se vocalise (devient voyelle) en iꞈ diphtongal, c’est-à-dire un i qui n’est pas centre de syllabe (…).

N.B. – Noëlle Laborderie utiliza o Alfabeto Fonético de Bourciez nas suas transcrições, em oposição com as restantes fontes já citadas.

Conclui-se, pelos exemplos dados, que pronunciar [aj] não é o mesmo que pronunciar [aiꞈ], pois só a última transcrição é um ditongo. Para além do mais, em algumas evoluções fonéticas do latim para o francês, dá-se conta da fase em que o encontro de sons era um ditongo e daquela em que, pela consonantização de um dos elementos desse encontro, passou a ser uma sequência de vogal + semivogal.

Para concluir, não podia deixar de transcrever algumas correctas definições de ditongo, bem como a certa transcrição fonética de fire – /ˈfʌɪə/ (in Oxford Dictionaries).

Oxford «■ a sound formed by the combination of two vowels in a single syllable, in which the sound begins as one vowel and moves towards another (as in coin, loud, and side).»

Larousse «■ Voyelle complexe dont le timbre se modifie graduellement une fois au cours de son émission (par exemple en anglais [ei] day, [ou] nose ; en allemand [au], Haus ; en
espagnol [ue] muerte; en italien [uo] cuore). [En français moderne, il n’existe plus de diphtongues : les graphies eu, au, ou correspondent à des voyelles simples [ø], [o] et [u].]»

[...]

* N. E. – O consulente refere-se a uma resposta que lhe foi enviada diretamente, sem ter sido posta em linha no consultório.