A expressão «palavra de honra» designa a «promessa que se faz, dando como garantia a própria honra. Deu a sua palavra de honra» (dicionário da Academia das Ciências de Lisboa) ou a «declaração verbal de compromisso dada a outrem» (Dicionário Eletrônico Houaiss, Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2001).
Se atendermos ao significado de «sentido figurado» dado pelo Dicionário Houaiss – «que se caracteriza por uso abundante e sistemático das figuras de palavras (tropos), como a metáfora, a metonímia e a sinédoque» –, pode-se considerar que «palavra de honra» é uma sinédoque, porque está por «promessa» ou «declaração de compromiosso», ou seja, o vocábulo palavra ocorre em alusão a uma realidade que faz parte, como sejam uma frase ou um enunciado. No entanto, esta sinédoque está totalmente integrada na linguagem corrente, de tal maneira que os dicionários chegam a indicá-la como uma extensão de sentido, como acontece no Dicionário Houaiss, que, entre as aceções que lhe atribui, define igualmente palavra como «manifestação verbal escrita; declaração». E recorde-se ainda outro exemplo, o de «pedir a palavra», que significa «solicitar permissão para falar, em reuniões, assembléias etc.» (idem).
Observe-se, além disso, que a locução «palavra de honra», seguida de oração completiva, vem a ser uma elipse da expressão «dou a minha palavra de honra», usada como sinónima do verbo jurar ou garantir. Não se afastando o significado destas expressões significativamente de «palavra de honra», quando introduzem uma oração subordinada substantiva completiva, o mais que se pode dizer é que são todas sinónimas. Ou seja, quando se diz que «palavra de honra que gostei» pode substituir «juro que gostei», ou «garanto que gostei», o que se afirma diz respeito à relação de sinonímia, não se tratando de um uso em sentido figurado (ou melhor, metafórico) de «palavra de honra».