Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Roberto Reis Brasil 15K

O plural de vírus é viruses ou vírus?

Jorge de Azevedo Moreira Brasil 16K

Tenho uma dúvida concernente à formação de palavras. Segundo a gramática de Celso Cunha, se um vocábulo denota ação ele será derivado de um verbo, e, ao contrário, se denota substância ou estado, ele seria primitivo, e o verbo correspondente, este sim, seria o derivado. Assim, canto, dança e beijo seriam derivados respectivos de cantar, dançar e beija – o que constitui exemplos claros de derivação regressiva. Por outro lado, arquivar, ancorar e azeitar, seriam primitivos de arquivo, âncora e azeite, respectivamente; creio que plantar também seria derivado de planta. A questão é a seguinte: que tipo de derivação é esta última?

É fácil compreendermos que ancorar vem de âncora, mas isto seria uma derivação prefixal? Se sim, por que motivo, já que a terminação "ar" não é exatamente um sufixo, mas antes a junção de uma volgal temática com a desinência modo-temporal de infinitivo. Numa gramática de segundo grau – da qual não me recordo o nome –, verifiquei um exemplo similar aos anteriores em que o "ar" aparece como sufixo.

Afinal, para efeito de derivação de um substantivo para o verbo, nós devemos considerar o "ar" (ou "er" ou "ir") como sufixos? Ou estaríamos efetivamente diante de um tipo de derivação à parte?

E em relação a palavras como "embarcar"? Seria uma derivação parassintética, com os afixos "em" e "ar" – pois aí o primitivo seria barco, não?

Queira perdoar-me o "mail" extenso, mas achei que seria uma dúvida interessante, de um tópico que sempre suscita dúvidas no ensino de segundo grau.

Um abraço e desde já agradecido pela atenção,

Alan Silva Rio de Janeiro, Brasil 10K

Por favor, sei que deve haver bastantes perguntas para vós, e apesar de não haver outras questões ainda respondidas vou-me permitir apresentar mais outra.

As frases:

"É-me estranho a forma como ele escreve."

"Sou-te querido?"

"Foram-lhe cortadas as mãos."

Estão corretas? Os pronomes oblíquos estariam empregues como objeto indireto (como penso)? De contrário, como analisar estas frases sob a luz da regência verbal consonante com os pronomes?

Tudo para contrastar com a frase do fantástico F. Pessoa: "Universo, eu sou-te!".

Este sim, indubitavelmente empregue, o pronome, como objeto direto, e portanto errado, como sugere a gramática normativa. Mas quem vai fazer questão com a genialidade de Pessoa que precisou de heterónimos para extravasar suas inspirações.

Phyllis Gonçalves Brasil 29K

Gostaria de saber sobre a influência das línguas grega e latina no português.

Jaqueline de Medeiros Brand Brasil 9K

Na palavra helicóptero, é correto afirmar que he forma um dígrafo?

Pedro Dinis Couto Portugal 168K

A minha dúvida é a seguinte: tem-me sido dito que não é gramaticalmente correcto colocar vírgulas depois dos e (Ex.: «...e, se pretender,...») devido ao sentido de continuação que este já implica e que conjuntamente com a vírgula seria exacerbado. Pode-se ou não?

Delfim Fernando Marado Torres Portugal 3K

Um acto pode ser apócrifo? Se sim, qual o significado? Obrigado.

Jorge Ramalho Silva Ferreira Técnico superior do Instituto do Consumidor Portugal 7K

Sou técnico superior do Instituto do Consumidor, em Lisboa.

Antes de escrever asneira... pergunto:

Devo escrever "Os desafios actuais da segurança e qualidade alimentar" ou "Os desafios actuais da segurança e qualidade alimentares"?

Ou como abreviar correctamente a frase "Os desafios actuais da segurança alimentar e da qualidade alimentar"?

Grato pela atenção.

Mónica Pina Lisboa, Portugal 7K

Acabo de ouvir uma investigadora médica (sobre a chamada doença dos pezinhos) a empregar o verbo "lentificar", no sentido de tornar a progressão da doença mais lenta. Está correcto?

Obrigada.

José Barreto Portugal 11K

Junto "email" enviado para o Dicionário da Língua Portuguesa "on-line" (em linha) da Porto Editora (D.L.P.O.), sobre um erro que é, aliás, muito frequente no meio informático ("e não só", como sói dizer-se):

«Caros Srs., Sr.ªs

«Aqui vai mais um comentário meu. Não sou especialista da língua, mas talvez não seja preciso sê-lo para descobrir certos erros e lacunas, até em sítios à partida insuspeitos, como um bom dicionário. Caso do vosso.

«Na página de ajuda do D.L.P.O., aparece um intrigante capítulo intitulado FONTE FONÉTICA, onde se diz: "Para visualizar correctamente as transcrições fonéticas e as etimologias das entradas terá de instalar a fonte Fonetica [sic] no seu computador. Trata-se de uma fonte TrueType que deverá copiar a partir da página principal do Dicionário e instalar no seu computador. Para verificar se tem a fonte fonética correctamente instalada...» etc.

«Não é, evidentemente, para aquela falta de acento no e que queria chamar agora a atenção (embora seja um erro ortográfico), mas sim para o uso errado que ali se faz da palavra fonte.

«Trata-se duma "tradução" incorrecta e bárbara do termo inglês "font", cuja verdadeira tradução para português será não fonte, mas tipo (como quando se diz: um livro impresso em tipo 8 ou em tipo Garamond, etc).

«Vejamos, em primeiro lugar, a definição da palavra "font" em inglês (a definição que para aqui interessa, pois tem várias), tal qual vem no Merriam Webster Dictionary:

FONT (2)

Function: noun

Etymology: Middle French fonte act of founding, from (assumed) Vulgar Latin fundita, feminine of funditus, past participle of Latin fundere to found, pour.

Date: circa 1688:

AN ASSORTMENT OR SET OF TYPE ALL OF ONE SIZE AND STYLE.

«Ou seja, a palavra inglesa "font" significa, em tipografia e informática, um conjunto ou sortimento de tipos ou caracteres (tipográficos) todos do mesmo tamanho e estilo.

«A palavra portuguesa que mais se aproxima desse significado é precisamente, como já referi, tipo (e não fonte, como também já referi).

«Procurando no vosso dicionário em fonte, claro que não se encontra – e ainda bem! – o sentido erróneo em que ela é usada na vossa página de ajuda ao D.L.P.O. Numa tipografia portuguesa ninguém utilizaria a palavra fonte nesse sentido. Com o pessoal de informática, o caso já é diferente, pois no seu seio imperam e pululam os barbarismos mais descabelados.

«Dir-me-ão que em inglês há dois termos, "type" e "font", que em português se dizem ambos tipo, o que se prestará a confusões na cabeça dos informáticos.

«Pois será, mas podíamos utilizar alternativamente a palavra caracteres, cunho, caixa, etc, consoante o caso. Não me compete a mim resolver o problema. Fonte é que está muito mal. Fonte fonética, não! Caracteres fonéticos, melhor.

«No D.L.P.O., por sinal, só vem um sentido tipográfico da palavra portuguesa tipo: "cunho ou carácter tipográfico".

«Haveria a registar no vosso dicionário, na minha modesta opinião, um outro sentido tipográfico da palavra tipo: conjunto de caracteres tipográficos da mesma dimensão e estilo.

«Que me dizem a isto?

José Barreto.»