Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Mário Carvalho estudante Portugal 19K

Como estudante, foi-me proposto realizar um trabalho em que relate quais as influências da Língua Kimbundu, oriunda de Angola, no Português.

Normalmente a influência é inversa, com a língua do país colonizador a introduzir-se na língua nativa. O processo inverso também ocorre no entanto.

A minha pergunta é por isso: Qual a influência do Kimbundu sobre o Português? Quais as palavras ou termos comuns mais usados?

T. Sugnetic Croácia 17K

Em reposta à pergunta do dia 11 de Abril de 2000, respondida por o senhor F. V. Peixoto da Fonseca, devo reparar:

O r brasileiro em palavra tarde pode ser:

Pronunciado como r inicial ou r duplo, ou seja, mais ou menos como o h inglês e j castelhano. Assim o pronunciam no Rio de Janeiro, em Espírito Santo, em zona vasta de Minas, em Distrito Federal, em região Nordeste do país, bem como em região do Norte do Brasil. Dá para calcularmos, então, que mais de cinqüenta por cento dos brasileiros têm esta pronúncia. O povo chama esta espécie do r de "r puxado". Muitas vezes este r não se pronuncia e anulam-se as diferenças como, por exemplo, a entre consegui e conseguir.

Outro jeito brasileiro de pronunciar a palavra tarde é com o r pronunciado como o entre vogais. Assim pronunciam os portugueses. Quanto aos brasileiros, apenas os paulistas e os sulistas usam este jeito de pronunciar. Esta espécie do r é conhecida pelo povo brasileiro como "r arrastado". Dá para calcularmos que menos de 50 % dos brasileiros têm esta pronúncia.

O senhor escreveu a Annne Oliveira, brasileira de Manaus: "Proferi-lo como o j espanhol é pouco ou nada aconselhável, e talvez seja por viver no México que o faz soar assim."

A Anne não usa o r puxado por viver no México mas por ser de Manaus. Lá, como em quase todo o Brasil, falam assim. O r arrastado de São Paulo e Sul do Brasil não foi substituído por r mais novo, o puxado, por causa da forte influência da língua italiana nestas terras.

Eu acho que o Brasil deve ter sua pronúncia (ou pronúncias), e que não são os portugueses os que possam achá-la errada ou correta. Aposto que para vocês, portugueses, a pronúncia de s e z como /s, z/ em vez de /ch, j/ , freqüentíssima no Brasil, também é errada.

Voltando ao assunto de usar o r puxado em palavras como falar, tarde, verde....

Bertil Malmberg na sua obra 'La phonétique' (1954) diz que essa troca de r anterior por r posterior ocorreu, ou ainda está ocorrendo em muitas línguas da Europa: em francês, alemão, dinamarquês, em dialetos italianos (o de Torino), em dialetos castelhanos (uns dialetos na América) e num dialeto inglês.

Espero que a Anne ficará satisfeita e que o senhor professor procurará umas palavras como tarde, verde, sorte, ver, no melhor dicionário inglês-português brasileiro (o da Collins). O dicionário regista a pronúncia carioca da cada palavra.

Por exemplo, pode encontrar-se:

/suxpriende(x)/ para surpreender e não /surpriender/. Todos os brasileiros acham a pronúncia carioca a mais correta. Pois então, o r da Anne está certo.

Obrigado.

Jane EUA 5K

Não pode dizer "arcar" com um problema em vez de "cope" ou "arcando" em vez de "coping?"

Mauro Cesar Brasil 27K

Gostaria de saber se a palavra cônjuge existe na forma feminina.

Ex.: A cônjuge varoa ou O cônjuge varoa.

Pedro Vieira Redactor publicitário Portugal 8K

Qual é a forma correcta:

"Conhecer os cantos à casa" ou "conhecer os cantos da casa"?

Madalena Mendonça Santos Portugal 6K

Pode parecer desajustado, mas antes de colocar a questão que me leva a dirigir-me ao vosso "sábio conhecimento" gostaria de salvaguardar qualquer ideia de elitismo, ou outro "ismo" que possa estar relacionado com separação de classes.

Então "é assim" (expressão mais na moda, não há!):

Ultimamente, com tanta tecnologia à minha volta, sou forçada a recorrer frequentemente aos serviços de apoio ao cliente. Sou atendida por vozes jovens, simpáticas, vozes com paciência e vontade de resolver os nossos problemas de internet, telemóvel, etc., etc.

Estes jovens têm certamente um período de formação, durante o qual lhes são ensinadas certamente normas de tratamento, bem como a personalização máxima, o que acontece quando nos perguntam logo, logo, o nome. Mas não me soa bem quando tratam por Senhora Maria, Senhora Clara, em vez do vulgar Senhora, sem nome à frente. Os homens também são tratados por Senhor (primeiro nome) + ( apelido). Ora acontece que o nosso hábito é ouvir apenas o apelido, ou, tratando-se de um nome conhecido então o nome contendo o apelido ou mesmo apelidos.

Por exemplo, o Senhor Vasco Valente pode não ser o cronista do DN. O Senhor João Bom pode não ser o coordenador do Ciberdúvidas. O senhor António Antunes pode não ter escrito tanto, ou, olhando para a minha estante, o Senhor José Ferreira nunca passou por Choraquelogobebes.

Mary Fátima L. Mendonça Professora de língua portuguesa na Universidade Fe Brasil 9K

Gostaria de saber se a palavra (não encontrada em dicionários brasileiros) re-harmonizar (utilizada na música) perde o "h" assim como em desarmonia, ficando rearmonizar.

Professora de língua portuguesa na Universidade Federal de Goiás - Goiânia (GO).

Thiago Nascimento 27K

Gostaria de saber a etimologia das palavras católico e catolicismo.

Fernando Bueno Brasil 46K

Talvez o melhor aportuguesamento seja "píteça". É mais de acordo com a pronúncia.

Fernando Jordão Engenheiro Porto, Portugal 69K

Perante estas frases :

"Estudo, então, pressuponho que vou ter boa nota" ou "Chove, então, a seca passará".

Para mim, a palavra "então", nesta situação tem valor de (conjunção) conclusiva, tal como "logo" o teria também. Porém, nos dicionários e gramáticas, só surge como advérbio de tempo, sabendo eu que é a situação mais usual, por exemplo: "Então (naquela altura) tinha tido muito sucesso".

Estará o meu raciocínio correcto ou viciado? Se não, pelo menos o valor de conclusão/consequência não existe?

Desculpem o incómodo e felizmente que o vosso/nosso "site" existe.