Em Portugal o caso parece resolvido com piza (Porto Editora). Segundo tenho ouvido, aqui, piza (prato) e pisa (do verbo pisar) são palavras homófonas. O aportuguesamento não suscita dúvidas. Pela sua sugestão, no entanto, verifica-se que é diferente a pronúncia brasileira desta palavra – mais perto do termo original. Daí que o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras registe, sem aportuguesamento, o italiano pizza. Quererão os académicos do seu país aceitar a sugestão que nos apresenta?
N.B. (23/09/2013) – A forma "píteça" tem asido atribuída pelo gramático brasileiro Luiz Pedro Sacconi, que a terá proposto em 1000 Erros de Português da Atualidade (1990). Trata-se de uma forma que acaba por soar como "pítiça" no português do Brasil, e não "pitsa", como parece ser a pronúncia de pizza que está generalizada naquele país. Em alternativa, poderia propor-se "pitsa", "pitsaiolo" (pizzaiolo, «indivíduo que prepara pizza»), "pitsaria" (pizzaria, «lugar onde se faz pizza), formas não atestados, da mesma maneira que há outras palavras de origem estrangeira com ts, como tsar, tsarevna, tsé-tsé e tsunami (agradecimentos a Luciano Eduardo de Oliveira por estas sugestões). Note-se ainda que a forma pizzaria é problemática quanto à aplicação das regras ortográficas, uma vez que, como híbrido, alia um sufixo característico do português (-aria) com uma base de derivação que mantém a forma gráfica italiana (pizza).