DÚVIDAS

Se calhar
Sou estudante do curso de Letras e desenvolvo um trabalho de pesquisa sobre as orações subordinadas condicionais no português europeu escrito. Analiso textos das principais revistas e jornais portugueses. Segundo as regras ortográficas brasileiras, as orações subordinadas adverbiais quando antepostas à oração principal devem vir, obrigatoriamente, separadas por vírgulas. No entanto, nos textos que analiso, encontro freqüentemente orações subordinadas adverbiais condicionais antepostas à oração principal, não separadas por vírgulas, principalmente quando essa oração subordinada adverbial condicional é "se calhar". Gostaria de saber se, segundo as regras ortográficas portuguesas, orações subordinadas condicionais antepostas à oração principal são, obrigatoriamente, separadas por vírgulas. E quais os significados de "se calhar"?
Foram-se as dúvidas, outra vez
Li a resposta de J. N. H,, de 14 de Abril, sobre a expressão/frase «foram-se as dúvidas» e não estou de acordo com o que foi dito nas alíneas a. e b. Em primeiro lugar, acho que não se deve dizer que um verbo é transitivo ou é intransitivo, mas, de preferência, que está em contexto transitivo ou não. Muitos verbos são utilizados ou numa ou noutra situação. No caso concreto de «foram-se as dúvidas», o verbo «ir» encontra-se numa estrutura reflexiva, por isso transitiva. Trata-se de uma construção especial do verbo «ir» que não admite que eu diga «vou embora daqui», mas, sim, «vou-me embora daqui». E é do verbo «ir» que se trata e não do verbo «ser», como é dito erradamente na alínea b. Se não estiverem de acordo, digam-me, por favor. Acho o «Ciberdúvidas» de grande utilidade.
Verbos voluntários e involuntários
Seria possível dizer que os verbos "enxergar" e "olhar" se diferenciam basicamente por expressar este uma ação voluntária e aquele uma ação involuntária? Estaria sempre implícito, no verbo olhar, a "vontade" de captar uma imagem e, no verbo enxergar, não a vontade, mas a possibilidade de captar essa imagem. Por exemplo: 1) Estou olhando para o que está escrito. (Dirijo intencionalmente meus olhos para a tela do computador) 2) Estou enxergando o que está escrito. (A imagem tem condições de ser captada pelos meus olhos, ou estes têm condições de captá-la) Haveria algum contexto em que esses dois verbos não se diferenciassem dessa forma, se é que realmente se possa fazer essa diferenciação? E o que dizer do verbo "ver", no sentido de usar efetivamente a visão? Poderia substituir tanto o "enxergar" quanto o "olhar"? Ou apenas o "enxergar"? E a respeito dos verbos "ouvir" e "escutar"? Seria possível fazer este tipo de diferenciação: voluntário um e involuntário o outro? Por exemplo: a) Estou escutando as pessoas falarem. (É possível captar este som) b) Estou ouvindo as pessoas falarem. (Estou prestando atenção ao que dizem) Será que os significados de "escutar" e "ouvir" se confundem e não se possa diferenciá-los de forma tão rigorosa, a respeito de haver ou não haver a presença da vontade, da forma como pretendo? Gostaria então de que pudessem esclarecer essas dúvidas que me surgem a respeito de serem voluntários ou involuntários os verbos enxergar, olhar, ver, ouvir e escutar. Obrigado.
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