Segundo li algures, a Sociedade para a Língua Alemã (desconheço como será a palavra em alemão) propôs o feminino “chancelerina” para a nova primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel. A questão que levanto é se, de facto, em português, o feminino de chanceler é mesmo chancelerina ou, antes, “a” chanceler.
Recordo que, entre nós, a embaixatriz não é propriamente o mesmo que a embaixadora, assim como há mulheres (caso das já falecidas Natália Correia e Sophia de Melo Breyner) defendendo que a mulher poeta se deve intitular “a” poeta e não a poetisa.
Muito obrigado.
Sou tradutor de castelhano/catalão-português para uma grande empresa espanhola. Descobri recentemente que eliminavam, nos meus textos, as consoantes não pronunciadas em grupos como: "ct", "cç", "cc", etc. Argumentavam que, em virtude do Acordo Ortográfico, a ausência dessas consoantes deveria prevalecer sobre as formas 'antigas' (!) de escrita e que estas novas formas já estavam a ser ensinadas nas escolas. Por tal, agradecer-vos-ia que me esclarecessem o seguinte:
a) O Acordo já entrou em vigor?
b) Nos meios de comunicação social e no meio académico, aceitam-se essas novas formas ('ação' por 'acção')? Há, em Portugal, quem as utilize?
c) É verdade que, na escola (e no ensino básico), já se ensina às crianças todas estas reformas ortográficas?
d) Não estando em vigor o referido acordo, não parecerá algo híbrido escrever um texto com uma sintaxe com marcas claras do português luso, mas com formas ortográficas (mais) típicas no português do Brasil?
Agradeço-vos, desde já, a vossa atenção e os esclarecimentos que me possam dar.
Sou estudante de mestrado em Coimbra e estou a desenvolver um trabalho sobre as alterações contempladas pelo Acordo Ortográfico de 1990. No que diz respeito aos casos de hifenização, gostaria de saber se vão passar a aglutinar todas as formações com prefixos e formações por recomposição que não são mencionadas nas alíneas da Base XVI, artigo 1.º («Nas formações com prefixos (...) e em formações por recomposição (...) só se emprega o hífen nos seguintes casos (...)»)? Em nenhuma destas alíneas é referida a obrigatoriedade da utilização de hífen quando o segundo elemento começa por -r. Deste modo, passaremos a escrever abreação (em vez de ab-reacção), obrogar (em vez de ob-rogar), subregião (em vez de sub-região), sobroda (em vez de sob-roda) ou adrenal (em vez de ad-renal). E já agora, o que acontece com a forma sub-bibliotecário? Perde um 'b' ao aglutinar?
Parece-me que esta regra tem implicações fonéticas muito sérias, na medida em que interfere com a pronunciação das palavras afectadas. Será que estou a fazer a leitura correcta desta base do Acordo Ortográfico?
Consultei já a lista de palavras cuja grafia altera, incluída no livro "Novo Acordo Ortográfico - Afinal o que vai mudar?", mas gostaria muito de saber a vossa opinião.
Estou convicta de que, na expressão em epígrafe, Boas-Festas e feliz Ano-Novo, se grafam com hífen. No entanto, raramente encontro essas palavras escritas como mandam vários dicionários, nomeadamente o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Aqui mesmo no Ciberdúvidas, já li os votos de boas festas assim, sem hífen. Afinal, como saudamos correctamente?
Gostaria de saber a etimologia e o significado das palavras «escolástico» e «Cardoso».
Lindley Cintra e Celso Cunha, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, dizem que o verbo «haver» quando significa «existir» não tem sujeito e sempre assim ensinei aos meus alunos. Entretanto, em conversa com uma professora de latim, ela mostrou a sua estranheza argumentando com a sintaxe latina do verbo «haver». A dar-lhe razão, na Gramática do Português Actual, de José de Almeida Moura, da Lisboa Editora, lê-se na página 227: «O sujeito das formas existenciais de haver que só apresentam a 3.ª pessoa do singular pode surgir no plural tomado como um conjunto.» Segue o exemplo: «Há livros raros.»
Face a estas duas opiniões tão desencontradas, em que ficamos? No caso do exemplo supracitado, «livros» é complemento directo como defende Lindley Cintra ou é sujeito conforme a Gramática Actual de José Moura?
Agradecia uma opinião fundamentada.
Qual é a função sintáctica desempenhada pelo sintagma «à perna», na frase «A Maria foi operada à perna»?
Gostaria de colocar uma questão relativamente ao género feminino das palavras? Com a evolução da língua portuguesa temos assistido à existência de machismo nas palavras? Será o feminino das palavras minorante relativamente ao masculino?
No livro Morfossintaxe, de Flávia de Barros Carone, encontrei o seguinte conceito para frase nominal: «constituída de qualquer dos elementos secundários que, na oração, se organizam em torno do verbo».
A dúvida que possuo é se todos os complementos verbais podem ser considerados frases nominais. Por exemplo: «Não há quem venha pela montanha com minha sombrinha de teia de aranha».
Qual a origem da expressão «fazer a folha», na acepção de prejudicar alguém?
O significado mais preciso será o de elaborar uma relação de empregados e respectivos salários. Mas qual a explicação de este outro significado? Na minha vida profissional, deparo-me frequentemente com a expressão «faço-te a folha».
Tendo a desvalorizar a ameaça, por considerar que é demasiado genérica e que pode significar muita coisa, desde riscar o carro até bater ou matar.
Mas já tenho ouvido explicações de que se trataria sobretudo de agredir. É, de resto, um dos significados apontados no Dicionário Verbo da Academia das Ciências.
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