Aqui, no Brasil, a maioria, ao dizer os números de um telefone ou de outra coisa qualquer, nunca pronuncia seis, invariavelmente profere meia. Tal fenômeno pode comprovar-se no país inteiro. Pergunto-vos: Está de acordo com a gramática semelhante uso, isto é, meia em vez de seis?
[Sobre] a eventual existência de nomes próprios comuns aos dois géneros, [...] a existirem alguns exemplos, precisava de a eles recorrer.
Peço, pois, o favor de me informarem o que se lhes oferecer sobre o assunto.
Comentário sobre o desaparecimento da terminologia do conceito de circunstância:
— ao ser substituído o conceito de circunstância, inviabiliza-se o estudo paralelo e complementar entre o sentido do texto e os mecanismos linguísticos que o servem, empobrecendo e reduzindo a uma categoria meramente linguística a análise da frase;
— inviabiliza um estudo diacrónico da língua. Ex.: «O rapaz está na praia»: pela terminologia tradicional, «na praia» seria complemento circunstancial de lugar onde, que correspondia no latim a in + ablativo. Na evolução do latim para o português, operou-se a simplificação sintáctica, anulando a declinação, passando-se para uma língua analítica, introduzindo o artigo definido, que o latim desconhecia – in = em + artigo feminino = na.
Gostaria que me esclarecessem sobre quais as vantagens metodológicas da nova terminologia, bem como quais os pressupostos linguísticos e de filosofia da linguagem que estão associados à conceptualização de complemento oblíquo.
Muito obrigada.
Emergente pode associar-se a emergência?
Com a polémica instalada no que respeita ao novo acordo ortográfico e como tradutora de inglês para português europeu, gostava de saber como é que este novo acordo poderá alterar a vida dos tradutores em Portugal.
Já se viu que vamos todos (na CPLP) escrever da mesma forma em termos ortográficos, mas as diferenças linguísticas entre os vários países da CPLP não são só ortográficas. O léxico é diferente e a construção das frases também. Parece que tudo isso está a ser esquecido, porque a ortografia comum não muda assim tanto a forma como nos expressamos.
A minha questão, portanto, prende-se com o não saber se o nosso mercado vai extinguir-se, com a possibilidade de termos colegas brasileiros a traduzir para toda a CPLP. Será que a nossa especificidade linguística vai desaparecer por sermos só 10 milhões de falantes? Será que os nossos clientes vão dar a traduzir todo o material no Brasil por ser notoriamente mais barato? E será que o léxico (técnico e não só) brasileiro vai acabar por extinguir o nosso?
Ou seja, será que quando uma agência internacional tiver de traduzir texto para português, não vai ter de especificar a que país da CPLP se destina? Afinal, se o acordo é ortográfico, nós continuaremos a dizer autocarro em vez de ônibus, isto para dar só um exemplo. Ou será que isso também vai mudar?
Sei que esta questão pode não parecer ter importância, mas, para quem passa o dia a traduzir, garanto que é uma preocupação enorme.
Obrigada.
Na frase «Não o imagino tendo raiva de alguém», qual é a função sintática do gerúndio (tendo)? E poder-se-ia considerar nesse caso o pronome oblíquo como sujeito acusativo desse gerúndio?
Desde já, muito obrigado.
As pessoas costumam empregar as duas frases: «Carla Bruni pode estar grávida do presidente» (Diário de Notícias – 11/01/08) e «Fernanda Serrano grávida do terceiro filho» (Caras – 15/01/09). Como posso evitar mal-entendidos, deixando claro que, se a Carla Bruni estiver grávida, o pai do bebé é o presidente, e que nascerá o terceiro filho da Fernanda Serrano?
Qual a tradução correcta para português de Portugal dos termos científicos Dark Matter e Dark Energy? Os termos que me parecem mais comuns, e com os quais estou mais familiarizado são «Matéria Negra» e «Energia Negra». Porém, recentemente vi um programa num canal de TV por cabo cujo título era «Energia Escura» e «Matéria Escura». Após uma breve pesquisa na Internet, verifiquei que nos sítios ".pt" o termo mais utilizado era «Matéria Negra» e «Energia Negra»; nos sítios ".br" os termos usados eram «Matéria Escura» e «Energia Escura». Quais os termos científicos correctos em português de Portugal?
Obrigado.
Há pouco, passei por uma ambulância que, entre outras inscrições normais, e que já nos habituámos a ver, ostentava a palavra "medicalizável". Julgo não ser difícil de concluir que se trata de uma palavra relacionada com actos médicos; no entanto, gostaria de saber qual o significado exato da palavra.
Trata-se de um neologismo?
Há já muito tempo que tenciono obter uma explicação para o significado da palavra réquiem.
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