Por que razão Ansiães (toponímico: Carrazeda de Ansiães) e outros se escreve com um s, e anciães («velhos») se escreve com c?
Obrigado.
No Brasil, até há poucos anos, ouviam-se de pessoas, normalmente incultas e de origem rural, orações como estas: «Comprei as ferramentas por mode que preciso delas para o trabalho», «Você vai à feira por mode quê?», «Estou ajuntando dinheiro pro mode comprar uma mesa», «Pru mode de que a senhora quer falar com a minha filha»; «Aprumode que as moças estão fazendo um bolo.»
Como podeis observar, nelas aparecem as locuções «por mode», «pro mode», «pru mode», «aprumode». Sempre que as ouvia, já desde a minha infância, elas chamavam-me a atenção e deixavam-me encabulado, pois mal entendia o seu significado. Tempos depois, quando eu já era adulto, nunca pude descobrir a real origem das mesmas.
Tudo o que sei de fato a seu respeito é o seguinte: a) Que eram consideradas do dialeto caipira do Brasil falado por pessoas, em geral de pouca instrução, do campo ou de cidades do interior do país. b) O seu uso se dava em todo o território brasileiro. c) É possível que estas expressões ainda não tenham morrido de todo no Brasil hodierno. d) O significado delas, ao que parece, são por causa, por que razão (ou motivo), por que, para.
Quanto à origem dessas expressões, não encontrei nada de certo, porém, há pouco, descobri, pelo Diccionario da Real Academia Galega em linha, que em galego existe a locução «por mor de», a qual, segundo o mesmo, «Indica a causa, o motivo de que algo suceda». Pelas similitudes fonéticas e semânticas entre a locução galega e a primeira das expressões acima mencionadas («por mode»), comecei a imaginar que esta poderia ser uma derivação deturpada daquela, a qual teria passado ao português do Brasil através dos dialetos do Norte de Portugal. Então, «por mor de» teria virado, possivelmente aqui no Brasil mesmo, «por mode», sendo esta, por sua vez, também distorcida para «pro mode», «pru mode», «aprumode».
Em plena dúvida quanto ao assunto acima ventilado, recorro à luz refulgente deste sol de primeira grandeza chamado Ciberdúvidas.
Muito obrigado.
Vejo e ouço repetidamente esta expressão «x quilómetros de distância» (e outras semelhantes, como «a poucos passos de distância» ou «sala com 24 m² de área») em todos os meios de comunicação. Gostaria de saber se estas redundâncias podem ser consideradas erros — não se diz 2 horas de tempo, por exemplo. A noção da grandeza em questão parece-me suficientemente implícita na unidade de medida, desde que não haja outras grandezas envolvidas (como numa relação altura-largura, por exemplo).
Obrigado.
É correto usar a preposição a na expressão «facilidade de aprendizado a novas tecnologias»? No caso, a preposição a estaria no lugar da locução adverbial «em relação a».
O verbo arriscar, quando usado pronominalmente, rege a preposição a? Ou seja, podemos considerar correctas as seguintes construções:
— «arriscamos, pois, dizer que este entendimento é consensual»;
— «arriscamo-nos, pois, a dizer que este entendimento é consensual»?
Sendo arriscar(-se) transitivo, na primeira frase o complemento directo é «dizer»; já na segunda frase o complemento directo é o pronome pessoal, razão por que se entende, depois, a necessidade da preposição. Estarei a fazer o raciocínio correcto?
Gostaria de saber que tipo de texto é uma ementa? Instrucional, ou expositivo/informativo?
Obrigada.
Gostaria de saber o que significa a palavra pupia, que também aparece escrita como popia.
Trata-se da designação de um doce da região do Alentejo.
Muito obrigada.
Gostaria de saber qual a tradução da frase: «échelas usted más blandas» (Cena II), da peça de teatro Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett.
Constitui erro escrever «normal» em vez de «normais» na frase «Ministro considera normal protestos que pedem sua saída do cargo»?
No Brasil, de alguns anos para cá, tem sido cada vez mais usado o verbo sucatear, o qual significa «transformar em sucata». Exemplos: «Aquele prefeito, com a sua má administração, sucateou os carros, caminhões e patrolas da prefeitura»; «Dez por cento da frota de carros daquele Estado estão sucateados»; «Há muito o arsenal das Forças Armadas vem passando por um processo de sucateamento.»
O verbo em apreço também pode, segundo os dicionários brasileiros, significar «vender algo como sucata». Com esta acepção, não percebo o seu uso entre os meus patrícios.
Bom, o que gostaria de saber é se o uso deste verbo está certo, ou se se deveria usar em seu lugar o verbo sucatar. Já ouvi que este seria o correto, pois verbos terminados em –ear são frequentativos, os quais indicam ação repetida ou frequente, o que não seria o caso de um verbo que significa que algo foi convertido em sucata, ou vendido como tal. E, de fato, o Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0 remete o consulente do verbete sucatear para o sucatar.
A título de curiosidade: qual o verbo usado em Portugal para indicar que algo virou sucata?
Com a palavra a equipa mais sábia do mundo quando o assunto tem que ver com a língua de Camões e Machado de Assis. Nem é necessário dizer o nome dela de tão claro que é!
Para lá de grato.
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