Um artigo disponível na Internet pode ser bem a resposta a esta dúvida. Trata-se de Seleção e Uso de Lexemas na Perspectiva da Geolinguística, de Roseli Silveira [consultado em 25/05/09].
Recorrendo ao conceito de sema («cada unidade mínima de significação, que, combinada com outras, define o significado de morfemas e palavras; traço semântico, componente semântico», Dicionário Houaiss) e apoiada nos trabalhos de F. Rastier, a referida autora distingue «dois tipos de semas: (i) inerentes, que são os traços específicos, recorrentes, que resumem relações reflexivas no seio de classes semânticas, e (ii) aferentes, que resumem relações não reflexivas entre classes, e podem ser produzidos por uma inferência (que traduz uma expectativa socializada)». No processo que leva à manifestação do lexema em discurso, «pode ocorrer a atualização de semas subjacentes que venham agregar-se aos já existentes, ampliando, reduzindo ou provocando desvios eufóricos/disfóricos no inventário dos semas». Ou seja, numa palavra, há traços de significação que, contextualmente, podem contribuir para uma interpretação mais positiva (eufórica) ou mais negativa (disfórica) dessa palavra.