Suponho que a dúvida da consulente esteja em se se deve usar o conjuntivo ou o indicativo nas orações introduzidas pela conjunção condicional se. Devo dizer que sim, a construção que nos apresenta é possível. Aliás, ao consultar a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, verificamos que o primeiro exemplo de uma oração subordinada adverbial condicional é a frase de Fernando Pessoa «Tudo vale a pena/Se a alma não é pequena», onde os dois verbos aparecem no presente do indicativo.
Isto acontece porque uma oração condicional não pressupõe necessariamente uma dúvida ou hipótese. Implica, sim, uma condição. Essa condição não é dada pelo tempo verbal, mas pela presença da conjunção se, e tanto pode ser uma circunstância real, um facto (em cujo caso podemos usar o modo indicativo, «Se está a chover, vou de carro»), como uma hipótese (em cujo caso usamos o conjuntivo, «Se estiver a chover, vou de carro»).
Assim, tomando a frase que a consulente nos apresenta, podemos dizer que, se não houver a certeza de que a cadeia de caracteres-padrão foi criptografada, deverá ser usado o futuro composto do conjuntivo — tiver sido criptografada —, uma vez que esta forma verbal exprime uma suposição ou eventualidade sobre um facto passado. Obtemos então a frase: «Se a cadeia de caracteres-padrão tiver sido criptografada, essa mesma cadeia deve ser fornecida como um valor diferente.» Se houver certeza de que a cadeia de caracteres-padrão foi criptografada, poderemos usar o pretérito perfeito do indicativo — foi criptografada: «Se a cadeia de caracteres-padrão foi criptografada, essa mesma cadeia deve ser fornecida como um valor diferente.»