É de conhecimento do Ciberdúvidas alguma doutrina que aponte a locução «logo que» como conjunção condicional?
Pergunto isso porque sempre vejo em manuais de gramática que a referida locução pertence às conjunções temporais.
Porém vi em um livro de português o seguinte exemplo no rol do exemplário condicional: «Irei, logo que me permitam.»
Obrigado.
Tenho uma dúvida sobre o uso e a semântica (significado) das locuções "em lugar de", "em vez de" e "ao invés de".
Meu principal interesse é a faceta fraseológica das locuções: a forma e o significado cristalizados.
Ocorre que nos dicionários gerais que normalmente nos esclarecem dúvidas quanto ao emprego das locuções acima, apresentam definições circulares (circularidade lexicográfica). Por exemplo, dicionários como Aulete, Houaiss, entre outros, definem a locução em lugar de = em vez de = ao invés de. Por que isso ocorre? É por falta de abonação que os dicionários têm essa circularidade na definição das locuções? Estão ainda estas locuções em processo de gramaticalização? Há realmente sinonímia fraseológica nas três locuções?
Aguardo ansioso sua resposta.
Tenho visto, mesmo em muito jornais portugueses de referência, a expressão «pegar fogo» em vez de incendiar.
Sei que é uma expressão muito utilizada no português do Brasil, mas é correta?
Deixo o exemplo do título de uma notícia do Jornal Expresso «Três mulheres lésbicas morrem queimadas após homem pegar fogo a quarto onde viviam». Não seria após homem incendiar quarto onde viviam?
Agradeço desde já a disponibilidade
Ao ler um artigo de opinião num jornal português, a expressão «no imediato» deixou-me com uma dúvida.
No Brasil, é muito mais comum o uso de imediatamente, mas não sei se o significado é o mesmo no contexto de uso.
A oração era esta: «Devido à dimensão dos recursos, no imediato esses serviços são disponibilizados pelo oligopólio das grandes empresas tecnológicas.»
Talvez a interpretação seja a de que os serviços são «imediatamente disponibilizados» pelo oligopólio citado ou «estão imediatamente disponíveis» no oligopólio mencionado.
Agradeço-lhes muito pela ajuda para saber se a interpretação de «no imediato» é correta no contexto enviado.
Li uma explicação vossa acerca da expressão «sendo que», que também me parece ser um outro "bordão linguístico" questionável.
Na frase apresentada, é aceitável que se use tal expressão? É que não estou a associá-la a um valor de causa...
«As pessoas confundem amor e paixão, SENDO QUE são coisas diferentes.»
Obrigado.
Qual a diferença entre palavra «sob égide» e «sob auspício»?
Qual é a origem da expressão «compasso de espera»? Terá algo a ver com o compasso pascal?
Obrigado.
Em recente concurso público para professores no Brasil, uma das questões pedia ao candidato que identificasse entre as alternativas a frase em que se usava incorretamente o sinal de crase. De acordo com a banca examinadora, o erro, destacado, estaria em «Socorristas enfrentam condições meteorológicas adversas enquanto trabalham para liberar estradas e FORNECER AJUDA ÀS CERCA DE 3500 PESSOAS ainda presas em comunidade isoladas».
Em minha argumentação, tentei demonstrar que na frase em questão não haveria erro por tratar-se de um verbo bitransitivo (fornecer) regendo um objeto direto ("ajuda") e um indireto («as cerca de 3.500 pessoas»), sendo que este último, por exigir preposição, admitiria crase em «fornecer ajuda a» + «as cerca de», já que o "as" tratar-se-ia, em princípio, de um artigo definido feminino plural.
Tentando antecipar a contra-argumentação da banca, expliquei ainda que, caso a expressão «a cerca de» fosse iniciada por preposição, o sentido não seria de quantidade aproximada, mas de distância aproximada (p. ex., «a cerca de dez quilômetros») e que, fosse esse o caso, naturalmente não se admitiria crase. Contudo, para minha surpresa, a resposta ao meu recurso foi, literalmente:
«Decisão: Indeferido Argumento: Na frase da alternativa b, a expressão "às cerca de" está errada. A expressão é formada de preposição 'a' e não de crase; além disso, 'às' está no plural quando o termo posterior (cerca) está no singular.»
Apenas isso, sem mais.
Não acho que minha interpretação esteja incorreta. Ao ler passagens como «expressão formada de preposição e não de crase» e ao notar que consideraram um advérbio invariável ("cerca") como «termo no singular», fico com a impressão de que as sutilezas da questão escolhida talvez estejam além da simples aplicação de esquemas reducionistas como os que se vê em https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/acerca-cerca-ha-cerca-de.htm, fonte que acredito ter inspirado o preparador do exame. Contudo, falta-me autoridade para, caso esteja certo, fazer valer meu argumento. Agradeceria imensamente esclarecimentos.
Seja como for, por toda a ajuda e orientação que o Ciberdúvidas tem-me proporcionado ao longo dos anos, registro aqui meus mais profundos agradecimentos. Este site é insuperável, seja na clareza, na amplitude ou na solidez de suas explicações. Que possam continuar sempre assim.
Na frase «Não é porque o carro à nossa frente passou no amarelo que devemos arriscar transitar num vermelho», podemos considerar a oração introduzida por que como sendo uma oração substantiva completiva?
Gostaria de saber em quais circunstâncias devo usar «em direção a» ou «na direção de» e qual a diferença.
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