Com efeito, tanto o dicionário Priberam como o Dicionário da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências, consideram que as expressões são equivalentes.
No Corpus do Português, de Mark Davies, encontramos registos de uso das duas construções em autores clássicos. Estas surgem associadas, com frequência, a verbos de movimento que envolvem algum tipo de contacto físico [tocar, acariciar, pousar, passar (a mão), bater, roçar, beijar...], pelo que parece atestado o uso equivalente das duas construções.
«Ao de leve» é uma locução adverbial cristalizada, pelo que a preposição a, que a encabeça, não é regida pelo verbo da frase, como se pode observar pelas possibilidades de construção com o verbo tocar:
(1) «tocar ao de leve»
(2) «tocar de leve»
(3) «tocar levemente»
(4) «tocar com leveza»
Não nos é possível determinar a origem histórica da locução «ao de leve», mas poderemos aventar que a preposição a poderá ter aqui um valor metafórico associado à transferência de movimento de um agente para um destinatário1, um valor que a preposição assume com alguma frequência.
Disponha sempre!
1. cf. Raposo e Xavier in Raposo et al., Gramática do português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1550-1551.