Registei um nome de associação: «Centro de Competências Ferroviário». O que eu queria dizer era referente ao centro e, salvo melhor opinião, não me parece que seja português mal escrito.
No entanto, sofri algumas criticas dizendo que é português mal escrito: que se for referente ao centro, deveria ser «Centro Ferroviário de Competências»; se for referente às competências, que deveria ser «Centro de Competências Ferroviárias». Ora, como eu referi, quero-me referir ao centro, e não me soou bem ficar «Centro Ferroviário de Competências», daí ter colocado como coloquei.
Muito obrigado pela Vossa atenção.
Em cores originadas de adjetivos compostos apenas o segundo elemento sofre a concordância nominal.
A minha dúvida é se isso se mantém quando vem antecedido da palavra cor, como nos exemplos: "roupa na cor amarelo-esverdeada" / "vermelho-clara" / "azul-escura" etc.
Ou seja, concorda em singular feminino, pois é antecedido da palavra cor, certo?
Ou a cor ficaria invariável: «roupa na cor "amarelo- esverdeado" / "vermelho-claro" / "azul-escuro"» etc?
Que nome se deve usar para designar a qualidade do que é abstrato? O termo "abstratividade" existe?...
Muito agradeço uma resposta a estas questões e a indicação do termo mais adequado para o que pretendo.
Obrigada!
A palavra coitado vem de coito ou de coita?
Em meio da análise das funções sintáticas na expressão «(...) todos [os instrumentos] eram de um manejo laborioso e lento», excerto do conto "Civilização" de Eça de Queirós, deparei-me com dúvidas, particularmente quanto aos dois adjetivos.
A predicação do sujeito «todos» pelo constituinte «de um manejo laborioso e lento» parece-me óbvia, numa das muitas aceções do verbo «ser», como «ter uma certa qualidade» ou «mostrar-se». Mas, ao interrogar a função sintática específica dos adjetivos como elementos ligados ao nome «manejo», permanece a questão: trata-se de um complemento do nome (apesar de serem adjetivos qualificativos e não relacionais), por fazer falta à especificação do seu sentido?
Vejamos o que sucederia na ausência dos referidos adjetivos: «Todos [os instrumentos] eram de um manejo». Este enunciado não seria de modo algum congruente. Ou devemos considerar em todo o caso que se trata de um modificador do nome restritivo, por serem adjetivos qualificativos? Aqui, no Ciberdúvidas, numa questão similar, atribui-se ao adjetivo neste tipo de expressão, isto é, interno ao predicativo do sujeito, a função de modificador do nome restritivo.
O certo é que existem muitas expressões análogas, como por exemplo, «Este é um homem de um prestígio enorme» ou «enorme prestígio». Nesta, pode-se retirar, sem perda de sentido, o adjetivo qualificativo: «Este é um homem de prestígio». A palavra «prestígio» tem, neste caso, valor semântico suficiente para assegurar a gramaticalidade do enunciado. No caso em apreço, com a palavra «manejo», porém, parece-me não estar assegurada a mesma condição.
Outro exemplo em que o adjetivo é essencial: «Esta lata é de abertura fácil». Ou, ainda: «Este assunto é de grande importância». Pergunta-se «De que tipo de abertura é esta lata?/Qual o tipo de abertura desta lata?». Resposta: «Fácil».
Aplicando à frase inicial: «Como é o manejo de todos estes instrumentos?» Resposta: «Laborioso e lento», sendo que o que a pergunta realmente quer saber e que os adjetivos exprimem é «o modo como se manejam».
Obrigada!
A questão é sobre regências (se este é o nome correto a dar quando não se trata de um verbo) da expressão «estar entusiasmado».
Penso que está correto «estar entusiasmado com um livro». Presumo que também será correto escrever «estar entusiasmado por o trabalho ser interessante» no sentido de justificar o entusiasmo.
Mas posso utilizar "estar entusiasmado para" quando é uma atividade no futuro? Por exemplo: «Estou entusiasmado para ir à praia.»
Obrigada.
«O Manuel, tarimbado em discursos, tomou a palavra.»
«Em» é a regência correcta de tarimbado?
Como sempre, grato pelos vossos esclarecimentos.
O consulente escreve de acordo com a norma ortográfica de 1945.
Percebi recentemente que teria tendência a escrever "inverosímel" em vez de inverosímil.
Intrigada, procurei encontrar uma explicação para esta tendência e percebi que, além de normalmente se pronunciar "inverosímel", o plural de inverosímil segue a regra de formação do plural das palavras terminadas em -el – inverosímeis.
Esta constatação despertou-me a curiosidade pela etimologia da palavra, mas não encontro nada que justifique a terminação em -il com plural em -eis.
Agradeço desde já uma eventual explicação, se a houver.
Estou a reparar, não sem alguma surpresa, que os dicionários da Porto Editora e Priberam não contemplam o adjetivo "rócheo", que julgo ser sinónimo de rochoso. Estou a ver mal?
Deparei com este problema em virtude de ter visto o termo escrito com acento numa obra que segue a grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.
Leva acento, não leva? E, mais importante: o termo existe?
Um acordo vantajoso (adjetivo) é um acordo em que há vantagem (substantivo). Um acordo prejudicial (adjetivo) é um acordo que dá prejuízo (substantivo). Um acordo desleal (adjetivo) é um acordo em que há deslealdade (substantivo). Nesses exemplos temos um substantivo associado a um adjetivo correspondente. Por que não podemos fazer essa mesma associação para o sintagma "um acordo tácito"? Qual seria o substantivo associado ao adjetivo "tácito"?
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