Respondam-me, por favor: sendo o verbo concernir transitivo indireto, é possível a construção «no que lhe concerne, tudo está bem»? Acontece que o uso do pronome lhe parece-me estranho nesse caso. Certa feita li em algum lugar que os verbos visar e aspirar, quando transitivos indiretos, não aceitam tal construção. E quanto a concernir?
Encontrei no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa [VOLP da Academia Brasileira de Letras] duas grafias diferentes para o verbo bem-fazer (ou benfazer). Qual seria o correto?
Qual a regência correcta do verbo enamorar? Ou enamorar-se? E. g. «Estava enamorado por Lisboa», ou «Enamorou-se de Lisboa»?
Grato pelo atenção dispensada.
Tenho uma dúvida: devemos dizer «dar à luz», ou «parir»? Qual a expressão correta quando nos referimos a seres humanos?
Deve-se dizer «estalar os dedos», ou «estralar os dedos»? Que expressão lhes parece mais correta e/ou usual?
O verbo representar é um verbo copulativo, ou transitivo?
É possível que já tenham respondido a esta questão, mas, na breve pesquisa que fiz, não a vi tratada. De há uns tempos para cá, ouço com frequência os locutores dos múltiplos telejornais das televisões portuguesas começarem as notícias com um infinitivo: «Dizer ainda que esta noite na Gulbenkian actua a orquestra X», «salientar que, se vai sair de casa, deve vestir um casaco, porque está muito frio», «falar agora sobre o clássico deste sábado no Dragão», etc.
É correcta esta construção em que a introdução da frase está apenas subentendida?
Está correto o verbo interagir reger a preposição com?
Não seria redundância?
Supondo que um professor pergunte aos alunos se na frase «Todos vamos à praia» as regras de concordância foram respeitadas, o aluno deveria responder o quê? E a pergunta mais importante: a silepse (de qualquer tipo) é um desvio gramatical (um erro de concordância)?
Grato!
Tenho dúvidas acerca do uso do pretérito perfeito do conjuntivo.
Encontrei, na Gramática da Língua Portuguesa, (M. H. M. Mateus et al., 2003), Capítulo XV (Inês Duarte) — Subordinação completiva, pág. 609 (cp. 15.1.3) e 606 (cap. 15.1.1.), as seguintes frases:
«Que a Maria não tenha vindo a festa, surpreendeu o João.»
«O Conselho lamentou que não lhe tenha sido comunicada a decisão.»
Pensava que nas subordinadas completivas finitas, neste caso (quando a oração principal se encontra no pretérito perfeito), seria apropriado e gramatical usar o mais que perfeito do conjuntivo:
«Que a Maria não tivesse vindo a festa, surpreendeu o João.»
«O Conselho lamentou que não lhe tivesse sido comunicada a decisão.»
Pedia-vos para me confirmarem a gramaticalidade das frases encontradas na GLP nos subcapítulos em apreço. Caso estejam correctas, a minha pergunta é:
Posso, então, utilizar o pretérito perfeito do conjuntivo nas completivas finitas seleccionadas por todos os verbos psicológicos, ou só por aqueles que são denominados "factivos" e que pressupõem a verdade do complemento frásico (achar bem, detestar, gostar, lamentar)? Neste caso, seriam gramaticais as seguintes frases?
«Achei (achava) bem que lhe tenhas dito a verdade.»
«Detestei (detestava) que te tenhas vestido assim.»
«Lamentei (lamentava) que me tenham dado a resposta negativa.»
«Gostei (gostava) que ele me tenha vindo visitar.»
Verbos psicológicos não factivos:
«Esperava que to tenha dado.»
«Supunha que to tenha dito.»
Obrigada.
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