O verbo representar é, na maior parte dos seus possíveis enquadramentos, transitivo (directo: ex.: «este quadro representa a pureza»; directo e indirecto: ex.: «representar [expor] ao governo o problema dos aposentados»). Em determinados contextos, é intransitivo (ex.: «aquele actor já deixou de representar [há muitos anos]». Noutros, pode ainda ser pronominal (ex.: «no sonho, representou-se a imagem de Deus»). (Fontes: Aurélio, Houaiss e Infopédia).
Penso que será pertinente relembrar que, de acordo, por exemplo, com o Dicionário Terminológico, os verbos copulativos (predicativos, de cópula ou de ligação) são verbos que ocorrem «numa frase em que existe um constituinte com a função sintáctica de sujeito e outro com a função sintáctica de predicativo do sujeito», sendo que esta última é desempenhada pelo «constituinte que ocorre em frases com verbos copulativos, que predica1 algo acerca do sujeito». Assim, em sintonia com este raciocínio, são normalmente listados como copulativos os verbos andar, continuar, estar, ficar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-se. Ex.: «O bebé está contente»; «A Maria é astrofísica» (Maria Helena Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, 2003, p. 302).
Deste modo, não me parece que as características do verbo representar permitam que este se possa enquadrar na classe dos chamados verbos copulativos.
1 Isto é, que atribui «propriedades a entidades ou estabelece relações entre entidades» (Mateus e outros, op. cit., p. 182).