Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Aspecto (verbos)
Thalysom da Costa Teixeira Escriturário/Tradutor São João da Boa Vista, Brasil 1K

Só tenho visto conteúdos em que se diz que o pretérito perfeito só é usado para ações terminadas no passado e que não tem relação com o presente, isto é, pretérito absoluto.

Mas, às vezes, sinto que possui parcialmente o valor do present perfect do inglês. Por exemplo, em «Maria, a maçã caiu ao chão», o verbo cair pode nos mostrar que a maçã ainda está caída ou que ela já foi removida do chão.

A ambiguidade é resolvida pelo contexto, é claro. Mas em alguns casos, não se dá para perceber muito bem. Existe alguma expressão para se referir a esse aspecto que envolve a língua portuguesa?

Outro exemplo: «Claro! Ela roubou o meu carro.» Pode ter dois significados: «que o meu carro está com ela»; e «que o meu carro tinha sido roubado por ela, mas o recuperei».

Ana Santos Estudante Porto, Portugal 1K

Gostaria de esclarecer a seguinte dúvida: por que razão é classificada nas frases «Ando a ler O ano da morte de Ricardo Reis» (situação iterativa), «Os alunos, naquela tarde de chuva, contavam entusiasmados todo o dinheiro recolhido para a viagem de finalistas» (situação imperfetiva)?

Como distinguir corretamente uma situação iterativa de uma situação imperfetiva?

Obrigada pela atenção.

Bohdan Litkovets Tradutor Lisboa, Portugal 811

Caros peritos da língua,

Considerem a frase:

«Putin descreveu o leste da Ucrânia como "território histórico" da Rússia e voltou a insistir que a Rússia tinha tentado negociar um acordo pacífico antes de enviar tropas, mas "foi enganada".»

Como compreender o valor aspetual da construção "tinha tentado negociar"? É télico ou atélico?

Isto parece-me ser aberto à interpretação de cada um da frase.

Estamos a falar de uma ação/tentativa de fazer um acordo? Ou talvez de uma série de tentativas contínuas que se prolongaram por um longo período de tempo? Não tenho certeza, mas talvez o verbo tentar seja por si só um operador aspetual na frase, cujo valor não consigo determinar.

Agradeceria um comentário de um especialista.

Rafael Silva Estudante Vialonga, Portugal 895

«Continuo a fazer a viagem como sempre fiz.»

Qual é o valor aspetual?

Obrigado.

Eduarda Mendes Professora Lisboa , Portugal 939

«Vinha a comer.»

Como explicar esta frase a um nativo de língua inglesa?

Obrigada.

Marília do Rosário Figueiras Ferreira Professora Vendas Novas, Portugal 1K

Não consigo perceber por que razão os particípios são formas verbais não finitas.

Obrigada.

Eduardo Marques Assistente Portugal 1K

Gostaria de perceber a diferença e função das expressões que usam o verbo estar e um substantivo ao invés da conjugação perifrástica, como nos seguintes exemplos:

– «Estar à procura» e «estar a procurar»;

– «Estar à espreita» e «estar a espreitar»;

– «Estar à espera» e «estar a esperar»;

– (...)

Há alguma justificação para a origem destas expressões?

Cristina Simões Professora Coimbra, Portugal 1K

Gostaria de uma opinião sobre o valor aspetual do segmento destacado:

«Sabe também quão extraordinário será o trabalho desse Poeta, que deverá assumir toda a poesia (portuguesa, europeia e outra) e que, para isso, vai precisar de toda uma galáxia de poetas. Dado não existirem fora dele, acabaria por reduzi-los aos que no seu interior vinham representando o seu singular «drama em gente».

Grata, desde já, pela atenção dispensada.

Fátima Oliveira Professora Portugal 1K

Gostaria que me esclarecessem quanto ao valor aspetual configurado no seguinte enunciado:

«(Mas quantas vezes, ao lado desse progresso,) vamos deparando com uma acrescida aridez relacional.»

A questão prende-se essencialmente com o valor aspetual presente no complexo verbal «vamos deparando».

Por um lado, parece poder ser imperfetivo; mas será aceitável o habitual ou iterativo?

Obrigada.

Mayara Gomes Estudante Fortaleza, Brasil 1K

Estou em dúvida nessas frases. Não seria correto o uso do pretérito perfeito?

A) Há poucas semanas, encontrávamo-nos para celebrar o Natal. Entre as luzes do presépio, renovávamos os votos de esperança.

B) Olhamos para o ano que se despedia, e ansiávamos pelo novo que receberíamos semanas depois. Todos naquela noite reconheceram que o ano fora turbulento.

Na frase B, não seria foi ao invés de fora?

Grata.