DÚVIDAS

Oração completiva: «dos dias sabemos nós que são iguais»
Nesta frase, excerto de um texto de Saramago, «Naturalmente, a sua vida era feita de dias, e dos dias sabemos nós que são iguais», a oração «que são iguais» é substantiva completiva, mas, tratando-se de Saramago, eu dei voltas à oração e parece-me que poderia ser adjetiva relativa restritiva, sendo «que» um pronome relativo cujo antecedente é «dias»: «Nós sabemos dos dias que são iguais.» («que são iguais» pode ser substituído pelo adjetivo iguais – «Nós sabemos dos dias iguais»). Não sei se faz sentido a minha dúvida. Isto deixou-me baralhada porque eu vejo «dias» como o antecedente. Obrigada.
Os verbos demorar e levar
1. Na frase «quantos dias DEMORAM para fazer efeito o remédio?», o verbo demorar na frase a seguir deve ficar no plural, concordando com «dias», ou no singular, por indicar passagem de tempo? 2. No caso do verbo levar, em sentido de transcurso de tempo, deve-se seguir a regra dos verbos haver e ter e colocá-los no singular? «Levou 10 dias» ou «levaram 10 dias»? Obrigado!
Modificadores apositivos
Na frase «o presidente do conselho de administração da Infortecnol, empresa do sector das tecnologias de informação e comunicação, Pedro António Manuel, também conhecido por Pedro Manico, chega hoje à minha terra natal», verifica-se que a expressão «o presidente do conselho de administração da Infortecnol» é complementada por três elementos, todos separados por vírgula, que dão informação adicional. Nesse sentido, podem as expressões «empresa do sector das tecnologias de informação e comunicação», «Pedro António Manuel» e «também conhecido por Pedro Manico» ser classificados, conjuntamente, como modificadores apositivos? Se não, que função sintáctica caberá a cada uma delas? Grato pela atenção.
Comparativo: «mais bem do que mal»
É correto dizer «Falaste mais bem dele do que mal» ou dever-se-ia dizer: «Falaste melhor...»? Efetivamente, o senso comum diz-nos que, quando o verbo não está no particípio passado, se deve dizer melhor. No entanto, no entender de alguns puristas como Sá Nogueira, melhor é comparativo de «mais bom» e nunca de «mais bem», como julgo que afirmam numa das vossas respostas. Mesmo assim, esta posição será válida? Tendo fundamento, devemos ser nós mais puristas ou laxistas? Malgrado a insistência neste tópico que se faz presente nas respostas inúmeras dadas aqui na página, gostaria que me elucidassem (e, se o assunto for polémico e não se importarem, debatessem) as minhas dúvidas. Um bem-haja a todos os consultores!
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