Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Ortografia de palavras/Adaptação de estrangeirismos
Jorge Fontes Engenheiro Aveiro, Portugal 16K

Relativamente à palavra baseball ou basebol, queria também alertar para um pequeno busílis, o qual tem criado alguma confusão acerca da definição correcta do nome da modalidade. É certo que os brasileiros denominam a mesma de beisebol; no entanto devemos nós portugueses copiar o brasileirismo ou definir as coisas como são?

Uma questão pertinente: O corredor corre para a "base", ou para a "beise"?

É evidente que na tentativa de adoptar uma definição, mais correcta possível, teremos como génesis a palavra inglesa baseball, até aqui penso que todos estamos de acordo. No entanto, fazer uma tradução directa teríamos algo como "basebola" (caso do futebol, penso que inicialmente denominado "bola-pé" ou "balompé", enfim).

Assim sendo, a tradução mais próxima será através da fonética. Para tal vamos separar a palavra baseball em duas, base e ball, a primeira tanto pela parte fonética como semântica, uma vez que a sua equivalente em português é igual, enquanto a segunda palavra tem por tradução bola, o que daria algo parecido como "basebola". É aqui que entra a fonética da segunda palavra: -ball ou -bol? Serão muito próximos ao nosso ouvido, permitindo desta forma dar um nome algo mais preciso e sonante para a modalidade (penso que relativamente a esta segunda palavra não existe qualquer discórdia, pois, tal como as outras modalidades, a finalização é a mesma; ex: andebol, futebol, etc.). O que dá como resultado basebol [...].

Um exemplo parecido é o nome atribuído à modalidade na Venezuela, onde não se diz baseball, mas sim beisbol. Para a definição deste último nome utilizou-se a aproximação fonética da palavra em castelhano, pois a palavra base, em inglês, soa ao ouvido do venezuelano como "beis"; o mesmo acontece com a palavra ball, que é bol.

Desde já quero pedir desculpas pela minha ousadia. No entanto, penso que este tipo de discussões será sempre em benefício da modalidade.

Um grande a braço e continuem com o excelente trabalho.

Santa Técnico Oeiras, Portugal 8K

Ainda sobre o termo rugby, a adopção da pronúncia "reigbi" pela generalidade dos portugueses tem só que ver com ignorância por um lado e esperteza saloia por outro. Ignorância porque, ouvindo pronunciar a palavra em inglês, grafámo-la "ragbi" (por transcrição fonética); e esperteza saloia, porque olhando para a nossa grafia mas sabendo que a palavra é de origem saxónica, passámos a lê-la à inglesa, ou seja, "reigbi". Lindo, "né"?

A propósito, Rugby é o nome de uma cidade inglesa no condado de Warwickshire em cuja escola, segundo a lenda, um tal Webb Ellis terá inventado a modalidade.

Alexandre Camões Médico Lisboa, Portugal 6K

O prefixo cerebro-, usado nas ciências médicas em termos como cerebrovascular, deve ou não ser seguido de hífen (em contraposição à alternativa "cérebro-vascular")? Parece-me que a tendência actual entre os profissionais da saúde é a de seguir acriticamente os termos ingleses, tanto no que concerne à hifenização, como à própria ortografia. Assim, escrevendo-se «cerebrovascular accident», em português segue-se imediatamente «acidente cerebrovascular». Está, neste caso, correcto?

Horácio Caprichoso Professor Queluz, Portugal 2K

Na tradução de uma obra de língua castelhana surgiram expressões como «adicción al sexo», que eu hesito em traduzir por — «adição ao» ou «dependência do sexo», bem assim como «adicto al sexo» = «dependente» ou «adicto».

Agradeço que me esclareçam qual é no vosso entender a mais correcta na nossa língua.

Gisele Rocha Meditoterapeuta Rio de Janeiro, Brasil 21K

Gostaria de saber como é o plural de workshop em português. Obrigada.

João Carlos Araújo Bancário Lisboa, Portugal 3K

A TSF e o Diário de Notícias têm uma entrevista conjunta que intitulam (e escrevem, conforme leio no jornal do dia 20 de Janeiro p.p.) «Palavra d`honra».

Independentemente de o apóstrofo estar abolido há muito da nossa ortografia (desde quando, já agora?), não se usa(va) apenas entre vogais?

Muito obrigado pelo esclarecimento.

Cleverson Ribeiro dos Santos Bombeiro Paranavaí -PR, Brasil 29K

Nas matérias de ortografia onde se estuda as derivações do uso das letras s e z, encontramos que os sufixos -zinho ou -zito deverão ser usados (quando usados) para se formarem diminutivos derivados de palavras que não contenham a letra s no final, e -s(z)inho ou -s(z)ito para palavras que contenham a letra s no final. Gostaria de saber, já que não encontrei literatura que fale sobre tal detalhe, se a mesma regra se aplica aos aumentativos -zão e -s(z)ão.

Aproveito para dizer que este sítio é muito interessante e instrutivo para quem estuda e quer saber mais sobre a nossa língua. Parabéns!

Rosário Dias Diogo Revisora/preparadora de texto Lisboa, Portugal 7K

Gostaria que me ajudassem a perceber como se deve grafar a palavra (ou palavras) "marca de água" (como sinónimo de filigrana). Será "marca de água", "marca-de-água", ou "marca-d´água"? Alguns dicionários registam-na sem hífen, mas eu pergunto-me se esta não será uma palavra composta (substantivo + preposição + substantivo). Obrigada.

António Vaz Reformado Lisboa, Portugal 6K

Tenho visto ultimamente escrito amêijoa e não ameijoa. Se assim for, deixa ei de ser um ditongo, e passar-se-á a acentuar o ê?

Helena Pitta Tradutora Lisboa, Portugal 9K

Gostaria que me explicassem por que razão a palavra delação não tem consoante dupla (como acção, redacção), uma vez que a vogal anterior é aberta.

Agradeço-vos antecipadamente o esclarecimento.