Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Modo/Modalidade
Carolina S. Batista Economista São Paulo, Brasil 4K

Gostaria de saber se existe protegei-nos.

Na oração de São Miguel Arcanjo, vi esta conjugação e gostaria de ter certeza de que está correta.

Francisco Sado Estudante Luanda, Angola 9K

Qual é o uso do futuro perfeito do indicativo (ou futuro do presente composto)? Por exemplo, «ele terá sido o primeiro a lá chegar», em vez de «ele foi o primeiro a lá chegar». Para mim, usar esta forma verbal não transmite certeza nas declarações.

Hua Lu Estudante Nanjing, China 46K

Vi uma frase num livro da gramática que dizia assim: «Quem tiver tempo livre e queira fazer um trabalho voluntário pode consultar este site.» Não compreendo o uso do futuro do conjuntivo tiver e do presente do conjuntivo queira. Peço a explicação.

Obrigada.

Jorge Santos Bibliotecário Lisboa, Portugal 6K

Há dias deparei-me com esta frase:

«Atestando a sua importância, alguns anos mais tarde, Simenon veio a ser editado numa coleção autónoma, Romances policiais de Georges Simenon, cujo número de estreia foi o romance O cão amarelo, traduzido por Adolfo Casais Monteiro, publicado previsivelmente em 1939 pela Empresa Nacional de Publicidade.»

O «previsivelmente» foi corrigido para «provavelmente». Porém, não deixei de admitir alguma plausibilidade semântica àquele «previsivelmente». Já que «previvelmente» é «o que se pode prever», e «prever» é, não só «antecipar», mas também «supor» ou «conjeturar». E, sendo assim, aquele «previsivelmente» estaria lá por «de acordo com o que se pode prever/conjeturar». Ou seja:

«[...] cujo número de estreia foi o romance O cão amarelo, traduzido por Adolfo Casais Monteiro, publicado, de acordo com o que [hoje] se pode prever/conjeturar, em 1939 pela Empresa Nacional de Publicidade.»

Gostaria, a este respeito, de obter a vossa opinião.

Obrigado.

Ricardo Fellman Empresário São Paulo, Brasil 86K

A forma «há de ser» é uma forma arcaica, ou, ao contrário, moderna, em comparação com a construção que usa o verbo no futuro do presente?

Exemplo:

«Ela há de ser feliz» e «Ela será feliz».

Há diferenças entre elas além da diferença estilística?

Pode-se dizer que uma seja mais ou menos formal que outra? A depender do contexto, torna-se preferível uma, ou outra? Verifica-se desuso?

Contentar-me-ia muito uma resposta competente como as vossas respostas, do excelente Ciberdúvidas.

Desde já, obrigado.

Ana Souteiro Estudante Mirandela, Portugal 10K

Com o segmento «a própria ciência, mais e melhor do que ninguém, poderá prever, evitar e diminuir os riscos» [Carlos Fiolhais (2011), A Ciência em Portugal, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos, página 64], o enunciador recorre à modalidade epistémica, ou deôntica?

António Conceição Jurista Lisboa, Portugal 3K

É possível que já tenham respondido a esta questão, mas, na breve pesquisa que fiz, não a vi tratada. De há uns tempos para cá, ouço com frequência os locutores dos múltiplos telejornais das televisões portuguesas começarem as notícias com um infinitivo: «Dizer ainda que esta noite na Gulbenkian actua a orquestra X», «salientar que, se vai sair de casa, deve vestir um casaco, porque está muito frio», «falar agora sobre o clássico deste sábado no Dragão», etc.

É correcta esta construção em que a introdução da frase está apenas subentendida?

Valter da Silva Pinto Oficial de justiça Mogi das Cruzes, Brasil 13K

A língua portuguesa é rica em sutilezas e opiniões diversas sobre o mesmo tema. Consultei hoje, agora mesmo, uma resposta dada pelo sempre respeitável professor Carlos Rocha sobre o uso do indicativo ou subjuntivo na seguinte frase: «De resto, não tenho dúvidas de que a FMU é/seja uma excelente faculdade.» Disse o sábio professor que o enunciador assume o valor de verdade se usar o indicativo, ao passo que, se usar o subjuntivo, deixa uma ponta de dúvida quanto à veracidade da afirmação. Há algum tempo, consultei outra resposta dada pelo também respeitável professor José Neves Henriques (21/03/2001) sobre a seguinte dúvida relacionada ao mesmo tema: «Não há dúvida de que ele está (ou esteja).» Segundo sua opinião, a negação da dúvida torna o fato real, certo, absoluto, por isso empregamos o modo indicativo. Com base nessa opinião, jurava, usando uma expressão do consulente Mauro Pinho, ter exterminado tal dúvida. Segundo minha humilde opinião, se uma pessoa diz que «não há dúvida» ou «não tenho dúvida», deve ter elementos suficientes para emitir tal juízo, semelhante a «tenho a certeza». Se houver alguma dúvida, acho melhor expressar «há dúvida» ou «tenho dúvida». Senão, fica difícil entender a intenção do falante, pois, ao mesmo tempo que diz «não tenho dúvidas», restando clara a certeza absoluta do fato ou afirmação (com base em experiência pessoal, opiniões de terceiros que lá estudaram, consulta ao MEC, mercado de trabalho etc.), logo em seguida usa o subjuntivo (seja), deixando dúvida quanto à negação da dúvida.

Grato pela forma sempre cordial com que respondem às nossas dúvidas.

Zélia Carneiro Estudante Queluz, Portugal 5K

Qual é o deslocamento semântico da palavra sempre na frase «sempre és tu, Rui!»?

Mauro Pinho Estudante Porto, Portugal 9K

Agradecia que me esclarecessem uma dúvida decorrente da leitura desta frase: «De resto, não tenho dúvidas que a FMUP é uma excelente faculdade.»

A minha dúvida prende-se com a utilização do presente do indicativo por oposição ao presente do conjuntivo. Por outras palavras, pergunto-me se o uso do presente do indicativo do verbo ser será aceitável neste contexto, ou se o correcto seria mesmo recorrer ao presente do conjuntivo do mesmo — «De resto, não tenho dúvidas que a FMUP seja uma excelente faculdade.»

Gostaria que se justificassem, para que a dúvida fosse completamente exterminada.