Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Débora Lucena Estudante Rio de Janeiro, Brasil 11K

As frases abaixo se apresentam na voz ativa ou passiva?

1) «Há estudos feitos em ambiente natural...»

2) «... o que nos é contado pelo biólogo Salten...»

José Passos Reformado Santarém, Portugal 7K

Obrigado mais uma vez pela vossa resposta, e mais uma vez peço desculpa por insistir:

A situação é esta: ouço com frequência, numa das nossas estações de rádio públicas, a seguinte frase:

«Obrigado por se ligar connosco!» O locutor agradece pelo facto de eu, ou outra pessoa, ter ligado telefonicamente para aquela estação. Pergunto: O locutor não deveria dizer: «Obrigado por se ligar (ou se ter ligado) a nós»?

Muitíssimo obrigado.

José Passos Reformado Santarém, Portugal 32K

Tenho dúvidas sobre a correcção da frase «Obrigado por se ligar connosco».

Quem se liga... liga-se "com" alguma coisa, ou liga-se "a" alguma coisa?

Os meus agradecimentos.

Graça Ribeiro Professora Faro, Portugal 38K

Ensinamos aos alunos que pertencem à mesma classe as palavras que se podem substituir entre si no eixo paradigmático, mantendo a gramaticalidade da frase. Ora, o critério distributivo não é aplicável à classe dos quantificadores, uma vez que se podem comportar como determinantes (quantificadores existenciais, universais e interrogativos), mas também podem ter um comportamento misto, precedendo o nome ou substituindo o grupo nominal (quantificadores numerais). Se a distinção determinante/quantificador tem apenas uma base semântica, como evitar a mera memorização de definições (e de listas de palavras) no trabalho de explicitação com os alunos?

Já em relação aos pronomes indefinidos, o DT não fixou qualquer alteração relativamente à tradição gramatical, ao associar na mesma subclasse o uso pronominal dos determinantes indefinidos e dos quantificadores existenciais, universais e interrogativos. A base semântica, relevante para fixar a quantificação nominal, não foi aqui considerada.

Tenho, pois, as maiores dúvidas sobre a condução de um processo de observação que permita tirar conclusões e sistematizar as propriedades das classes e subclasses em apreço:

Determinante indefinido vs. pronome indefinido

Vieram [outros] alunos./Vieram [outros].

Mas... quantificador (existencial/universal) vs. pronome indefinido

Vieram [alguns] alunos./Vieram [alguns].

Vieram [todos] os alunos./Vieram [todos].

Sempre... quantificador numeral

Vieram [dois] alunos./Vieram [dois].

Espero ter conseguido explicar as minhas dúvidas. Obrigada pela atenção.

Gao Lili Professora Macau, China 8K

«Uma vez que já estamos em Março», ou «uma vez que já estejamos em Março»?

Os dois são correctos?

Graça Marques Professora Leiria, Portugal 35K

Na frase do tipo interrogativo «Não vais comigo à biblioteca?», o advérbio de negação não tem uma ideia de negação; penso que será apenas um intensificador que dá à frase uma forma enfática, pois na sua forma neutra a frase apresentar-se-ia: «Vais comigo à biblioteca?» Assim sendo, a minha questão é se a frase se classifica, em termos de forma, como afirmativa ou negativa.

Obrigada.

Julio Reija Tradutor Madrid, Espanha 38K

Quais as diferenças semânticas e/ou de utilização de «a próxima vez», «da próxima vez» e «na próxima vez»?

Muito obrigado

Virgílio Dias Professor Castelo Branco, Portugal 8K

Saúdo o regresso do nosso Ciberdúvidas. Ele faz falta a quem, diariamente, há anos, se lhe habituou à companhia.

1. Pequeno comentário à seguinte resposta vossa:

«a palavra queijo, apesar de não ter uma concretização lexical na segunda oração, acaba por estar presente de forma subentendida: «Eu comprei um queijo, e tu ainda me deste um [queijo].»

— Logo, aquele segundo um seria artigo indefinido, como o primeiro.

Não seguimos tal opinião. Os pronomes estão sempre em vez duma palavra que, ausente, poderia estar presente. Mas, porque o não estão, é que há pronomes.

Se fosse válido este princípio do Ciber, desapareceriam os pronomes possessivos, demonstrativos e muitos indefinidos. E eles fazem falta ao estudo da frase.

A análise categorial tem de ser capaz de atribuir categoria às palavras da frase — independentemente daquelas que lá poderiam estar.

2. Embora seja aceitável (?) a classificação daqueles um como determinantes artigos indefinidos, é minha opinião que se trata de dois quantificadores, sendo um adjectival e outro pronominal.

«Eu comprei um queijo, e tu ainda me deste um» [Fiquei com dois].

3. Porque tenho muito respeito pelo trabalho dos colegas, só discordo se propuser uma alternativa. É o que faço agora:

«Eu comprei um queijo...»

— um: quantificador adjectival determinativo (numeral cardinal)

«e tu ainda me deste um»

— um: quantificador pronominal  (numeral cardinal).

Justificação:

Os quantificadores constituem uma categoria gramatical de cariz predominantemente semântico que, no entanto, lhes não cumula a função. Na realidade, eles desempenham uma função transversal a diversas categorias de palavras, e podem ser quantificadores adjectivais, pronominais e adverbiais.
Na análise categorial, é nossa opinião que deveremos sempre referir a classe própria: quantificador, seguida da classificação categorial complementar.

Foi o que fizemos na descrição proposta.

Eu teria muito gosto em discutir esta análise com o Autor da resposta — eu não sou dono da Verdade! —  mas não é — não tem sido — esse o entendimento do Ciber, e só me resta aceitar.

Ana Fernandes Estudante Porto, Portugal 6K

Gostaria de saber se é gramaticalmente correcto dizer, por exemplo, «Não é por as gerações...»?

Ou dever-se-á apenas dizer: «Não é pelo facto das gerações...»?

A utilização do por é correcta?

Obrigada.

Luan Côrtes Estudante de Medicina Feira de Santana, Brasil 98K

É correto ou aceitável o uso (como no exemplo abaixo) do presente do subjuntivo em orações subordinadas com a locução conjuntiva «tão logo»?

«Entrarei em contato com Lúcia, tão logo ela volte de Nárnia.»