Devo felicitar-vos pelo excelente trabalho que têm vindo a fazer!
Tenho uma dúvida no que diz respeito ao complemento do nome referente ao nome retrato nos contextos seguintes:
1. O retrato da tua filha está perfeito.
2. O retrato que o artista elaborou está exposto na galeria.
Na frase 1, foi indicado que «da tua filha» seria um complemento do nome. Percebi a análise, visto que o nome retrato pode ser entendido como denotando uma representação visual ou gráfica e, ao retirar «da tua filha», o sentido referencial de retrato seria impreciso.
Contudo, na frase 2, a expressão «que o artista elaborou» foi considerada como modificador do nome restritivo. Sei que é uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva e sei que estas costumam ter a função sintática de modificador do nome restritivo. Todavia, o sentido referencial de retrato não ficaria impreciso se esta fosse retirada, dado que é um modificador? Se a frase fosse «O retrato da tua filha que o artista elaborou está exposto na galeria», entenderia muito melhor a análise... Que justificação pode ser dada para se considerar ambas as análises sintáticas corretas?
Posso inferir que, não importando o contexto, se aparecer uma oração subordinada adjetiva relativa, esta terá sempre, sem exceção, a função sintática de modificador do nome, mesmo que eu saiba que o nome possa exigir um complemento do nome (como alguns nomes deverbais: «A oferta da casa foi feita ao casal» vs. «A oferta que o casal recebeu foi uma casa»?
Obrigada pela vossa atenção!
Relativamente ao uso de «reduzir pela metade», «reduzir para a metade» ou «reduzir à metade», gostaria de saber qual destas formas é mais correta nestes dois exemplos:
(1) «Após o desconfinamento, embora os locais recreativos começassem a acolher os clientes, a lotação permitida estava reduzida à metade.»
(2) «Embora a sala de espera possuísse diversos assentos, a proximidade entre as fileiras da frente reduziam-nos para a metade.»
Não sei se as opções que usei são as mais corretas.
Podem esclarecer-me esta dúvida, por favor?
Muito obrigada!
Tanto quanto pude averiguar, os dicionários de verbos da língua portuguesa, como, por exemplo, o da Infopédia (Porto Editora), registam impactado como a única forma possível do particípio passado do verbo impactar.
É, pois, com alguma perplexidade, que me deparo recorrentemente com formulações como «o dardo tinha impacto o alvo».
Neste exemplo, parece-me que o adjectivo impacto está a ser utilizado em vez do particípio passado impactado, cujo emprego seria mais correcto.
Estará a escapar-me alguma coisa?
Muito obrigado!
Podiam ajudar-e a confirmar se o constituinte «da comarca de arredores» é complemento do nome pessoas?
A frase é: «E recolherom-se dentro à cidade pessoas da comarca de arredores.»
Parece-me que é porque faz parte do sujeito, mas tenho dúvidas.
Obrigado pelo descanso que nos dão enquanto professores. Felicitações pelo vosso maravilhoso trabalho.
Outro dia, numa conversa casual, certa pessoa disse a seguinte frase:
«A Atena (nome de um cão) anda cheia de quereres!»
Outra pessoa comentou que a frase estaria errada, e que o certo seria «cheia de querer», no singular.
De fato, a expressão conhecida, até onde me lembro, aparece no singular.
Achei exagerada essa acusação de erro, primeiro, porque a língua é viva e pode naturalmente se inflexionar; e, segundo, de nenhuma maneira me parece que o sentido da frase foi perdido no plural; e, finamente, é possível justificá-lo, acredito, argumentando que a pessoa que usou a expressão tratou a palavra querer como um substantivo.
Consigo imaginar perfeitamente uma situação em que quereres sejam contáveis: 1 querer, 2 quereres, 3...
Bom, estou longe ser um entendido da língua e gostaria de saber como se pode elucidar essa questão.
«Cheia de quereres» a mim é totalmente inteligível, mas o que podem me dizer os estudiosos? Como a gramática funciona neste caso?
Desde já agradecido abraço
Na frase «Nas últimas férias, fiz a minha primeira viagem de avião», devo considerar «de avião» complemento do nome ou complemento oblíquo, uma vez que o verbo "fazer", neste contexto, é transitivo direto?
Qual frase está correta ou ambas estão?
«Ganhei como prêmio um cheque de um mil reais.»
«Ganhei como prêmio um cheque de mil reais.»
Aprendi que o pronome quem concorda com a terceira pessoa do singular.
Por que então há exceções?
Exemplo 1: «Quem são vocês?»
Exemplo 2: «Foram eles quem fizeram essa bagunça?»
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Na frase «Todos concordaram com o que você fez ontem», como classificar a oração «com o que você fez ontem»?
Julgo que será subordinada substantiva relativa, mas estou com dúvidas.
«Tanto... quanto» é locução conjuntiva comparativa quando essas palavras ligam orações ou elementos de mesma função sintática, funcionando como elementos coesivos. Porém, as duas palavras também estão inclusas nas classes morfológicas de pronomes indefinidos e de advérbios de intensidade.
1. Como locução conjuntiva, a expressão é sempre invariável ou há casos em que pode flexionar de acordo com o substantivo?
Por exemplo, todas as seguintes frases estão corretas e empregam esse tipo de conectivo?
«Tanto cães quanto gatos são amáveis.»
«Tanto Joana quanto Bia estavam lá.»
«Pegou tantos docinhos quantos pôde.» [Conjunção, pronome ou ambos?]
«Olha, eu estou assistindo tanto quanto você.» [Conjunção, advérbio ou ambos?]
O que me leva à segunda pergunta:
2. Esse conectivo é derivado dos pronomes e advérbios ou têm algo de essencialmente diferente, que o constitui como conjunção?
Obrigada.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações