Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Manuela Vieira Professora Lisboa, Portugal 62K

Gostaria de ser informada quanto à diferença entre «agente do estado» e «funcionário público».

Maria de Nazaré Dias Maia Aposentada Florianópolis, Brasil 5K

O que quer dizer diuturno?

 

Clara Pereira Funcionária pública Lisboa, Portugal 28K

Gostaria que me confirmassem se a expressão «fazer uma tempestade num copo de água» é uma expressão idiomática. Podendo ser considerada uma figura de estilo, de que figura se trata?

Os meus agradecimentos.

Pedro Santos Arquitecto Lisboa, Portugal 27K

Deve dizer-se, rigorosamente:

a) «Temos muito a aprender com os mais velhos»;

b) «Temos muito que (e não «de», com sentido de obrigação) aprender com os mais velhos»; ou

c) «Temos muito para aprender com os mais velhos»?

As formas que me parecem mais correctas são a b) e c); no entanto, ouço dizer muitas a vezes como em a). Para outras formas verbais, como, por exemplo, «fazer», é igual?

Desde já, muito obrigado.

Vanessa Silveira Publicitária Rio de Janeiro, Brasil 159K

Qual é a diferença entre marido e esposo? É verdade que esposo é uma palavra que só pode ser usada no dia do casamento?

Manuel Vieira Engenheiro civil Lisboa, Portugal 2K

Como traduzir "steric effect", efeitos estes que resultam em repulsões entre nuvens electrónicas que rodeiam átomos forçados a aproximarem-se no espaço, apesar de estarem separados. Considerando que são efeitos descritos na química orgânica, onde existem termos como estereoquímica e estereoisómero, pergunto se se traduz para "efeitos estéreos", ou então para evitar a confusão com o estéreo radiofónico, empregar a opção "efeito estérico". Esta opção é mais próxima da utilizada em francês "effet stérique".

Um obrigado antecipado e pelo sítio Ciberdúvidas.

Aida Lemos Professora Braga, Portugal 8K

Numa questão em que se pretende localizar erros (sem especificação de tipo), não se deveria considerar como "erro" a expressão «gotas de orvalhos»?

Muito obrigada.

Sérgio Ricardo Vieira Gonçalves Aposentado Porto Velho, Brasil 130K

Qual a diferença entre os sufixos -ose e -ite na designação de estados mórbidos em linguagem médica? Aparentemente, -ose designa casos crônicos, enquanto -ite se aplica a males passageiros, mas já encontrei exceções.

Grato, desde já.

Antonio Xavier Balbé Revisor de textos Porto Alegre, Brasil 13K

Tenho visto seqüenciamento, mas outro dia me apareceu seqüenciação. A meu ver é também aceitável, mas estarei certo?

Obrigado.

João Carlos Araújo Lisboa, Portugal 22K

Num blogue intitulado Grafofone critica-se o jornalista Mário Crespo por ter empregado o adjectivo judia, em vez de judaica, nesta frase: «[Aristides de Sousa Mendes] ajudou a população judia.» 

Transcrevo a argumentação do autor do referido blogue, Ricardo Cruz:

«Hoje faz cinquenta anos que morreu (na miséria e escorraçado pelo governo português de então) Aristides de Sousa Mendes. A sua actuação durante a II Grande Guerra terá salvo centenas de milhares de pessoas da morte em campos de concentração. O jornalista da SIC Notícias, Mário Crespo, estava a apresentar uma pequena reportagem sobre a actuação de Aristides de Sousa Mendes , quando o ouço dizer "ajudou a população judia". Pois realmente a verdade é que essa afirmação é falsa... Quem ele ajudou efectivamente foi a população judaica.

Mário Crespo: errar é humano, mas há erros e erros. Para quem está numa posição na qual o que diz é ouvido por milhares de pessoas e tido como normativamente correcto, torna-se importante ter atenção a estes deslizes. Não me leve a mal, se calhar fui eu que ouvi bem demais!

Para que não restem dúvidas:

os adjectivos biformes terminados em -eu formam o feminino em -eia: europeu, europeia; hebreu, hebreia.

Contudo, judeu e sandeu são excepções: judia e sandia.

Mas a questão não reside aqui. O jornalista utilizou uma analogia entre o substantivo gentílico e o adjectivo correspondente. É que na maioria dos casos, ambos são iguais. Ex.:

português — civilização portuguesa;

alemão — civilização alemã;

russo — civilização russa;

italiano — civilização italiana.

Mas:

judeu — civilização judaica;
hebreu — civilização hebraica. (por acaso o povo também pode ser chamado de hebraico).

Conclusão: cuidado com as analogias. Há diferenças e existem por variados motivos. A de judaica reside na etimologia (do latim judaicus, a, um e por sua vez do grego ioudaikos, e, on.»

Não discordando deste argumentário, a verdade é que qualquer dicionário (da Academia das Ciências de Lisboa, os vários da Porto Editora ou o Houaiss) dá como sinónimos os adjectivos judeu/judia («mulher judia», «população judia») e judaico/judaica

Gostava de saber a opinião do Ciberdúvidas.

Obrigado.