Gostaria de saber se o verbo apaixonar, quando não pronominal, pode ter como agente uma pessoa, a saber: «O professor apaixonou a aluna.» Existe registro em nossos cânones cultos dessa construção, ou o sujeito de apaixonar, como verbo transitivo direto, é sempre uma "coisa"? Afinal, o registro de «pessoa apaixonando pessoa» faz parte do português?
Obrigado!
Sempre me perguntei se é possível tirar a ambiguidade de frases negativas sucedidas por conjunções causais. Por exemplo, em «Ele não foi à aula, porque estava com preguiça», o fato de o sujeito estar com preguiça pode ser de fato a causa de sua ausência; por outro ângulo, o interlocutor pode, na verdade, estar clarificando que esta não é a verdadeira causa, mas que há outra razão. Adicionando mais detalhes para que este segundo caso fique claro: «Ele não foi à aula, porque estava com preguiça, mas porque estava doente.»
Pergunto-lhes se, neste segundo sentido, a segunda oração não acaba se tornando subordinada explicativa, já que estar com preguiça não é a causa da ausência, mas uma explicação.
Alguns escritores têm vindo a trabalhar em dupla. A minha questão é a seguinte: na necessidade de pronunciar o nome do autor, por exemplo, Lars Kepler (pseudónimo de uma dupla de escritores de sucesso na Suécia: Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril), devo usar o artigo definido no plural ou no singular? «Os Lars Kepler» ou «o Lars Kepler»? E para o caso de querer referir obra e autor, pode-se escrever/dizer «O Homem de Areia dos Lars Kepler» ou o correto será mesmo «de Lars Kepler»?
Grato pela vossa atenção.
Estou a trabalhar num conteúdo de Psicologia e deparei-me com uma dificuldade inesperada: a de distinguir entre emotivo e emocional. Não consigo entender o que distingue ambas as palavras. As definições dos dicionários que consulto habitualmente (Priberam e Infopédia) parecem-me muito semelhantes, e fico com a sensação de que são termos absolutamente sinónimos cuja utilização é apenas uma opção estilística de quem escreve. Ou não será assim e haverá alguma subtileza que me escapa? Em termos científicos representam a mesma coisa? Infelizmente, após muita pesquisa nada encontrei sobre esta questão.
Felicito-os pelo vosso extraordinário trabalho e agradeço antecipadamente a vossa ajuda.
A palavra distópico existe? É que eu li a sinopse do livro Divergente, de Veronica Roth, onde dizia que a história se passava num lugar "distópico". Fui procurar essa palavra no dicionário mas não a encontrei, por isso fiquei na dúvida.
Agradeço antecipadamente a todos os que tiverem a amabilidade de me responder.
Pode-se usar a palavra entretido neste sentido: «O futebol é uma atividade entretida...»?
Qual a diferença, se há alguma, entre ofender (por palavras) e insultar?
Obrigado.
Atendendo ao texto seguinte, agradeço os vossos comentários sobre o acerto/erro das expressões círculo vicioso/ciclo vicioso.
Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (2006)
Círculo (geometria) =< Porção de plano limitada por uma circunferência.
Circunferência (geometria) =< Limite exterior do círculo; Curva plana fechada cujos pontos são equidistantes do centro;
Ciclo (física) =< Conjunto de transformações por que pode passar um sistema material que, partindo de um dado estado inicial, volta ao mesmo estado.
Vicioso =< Que tem vícios.
Vício =< Defeito pelo qual uma pessoa ou uma coisa se afasta do tipo considerado normal, ficando inapto a cumprir um determinado fim.
Notas
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1) Um círculo é um espaço geométrico num plano (a duas dimensões, portanto).
2) Uma circunferência é uma linha imaginária que delimita o círculo.
3) Um ciclo é um conjunto finito de acções, acontecimentos ou transformações, passíveis de repetição (e repetidas dentro do ciclo pela mesma ordem inicial).
4) Um vício é uma repetição não intencional, não natural, não programada, de acções, acontecimentos ou transformações que teimam em permanecer ao longo do tempo.
5) Um ciclo vicioso é a repetição não intencional, não natural e não programada (mas viciada) de um ciclo.
6) Um ciclo não tem nada a ver com um círculo; as acções, os acontecimentos ou as transformações não são circulares, mas, sim, ordenadas e repetidas (dentro do ciclo) pela mesma ordem inicial.
Quando se chama círculo vicioso a um ciclo vicioso está-se a associar (erradamente) o ciclo a uma circunferência, que por definição é viciosa, no sentido de que não tem princípio nem fim.
E por analogia ortográfica (que não semântica) entre os dois termos ciclo e círculo o erro vai persistindo.
Viciosamente...
Qual o significado de alteridade?
Como perguntar: «de que gosta mais?», ou «do que gosta mais?»?
Muito obrigada.
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