A forma verbal "envelopar" existe em português de Portugal?
Grata pela resposta.
A expressão «dar que falar» está correcta?
[N. E.: A consulente escreve de acordo com a ortografia de 1945.]
Tenho visto algumas frases em que a construção ao + infinitivo me parece inadequada, possivelmente por resultar de traduções literais do inglês by + ing form, e gostaria de saber se a sua aplicação está correta ou não nos exemplos de 1 a 3.
1) Pode ver mais informações ao clicar neste link.
2) Publica um anúncio ao aceder à página principal.
3) Descobre mais novidades ao ler este artigo.
Intuitivamente, costumo usar a construção ao + infinitivo em orações temporais ou temporais-causais e valido a sua utilização substituindo-a por quando ou marcas temporais similares, como nestes exemplos.
4) Ao sair de casa, reparei que me tinha esquecido da chave. (Quando saí de casa, reparei que me tinha esquecido da chave)
5) A rapariga corou ao ver o rapaz. (A rapariga corou porque/quando viu o rapaz)
6) Ouviu as notícias ao preparar o jantar. (Ouvi as notícias enquanto preparava o jantar)
Eu percebo que nos exemplos de 1 a 3 se possam substituir as expressões ao + infinitivo por quando e, ainda assim, obter frases gramaticais. Contudo, parece-me que há uma notória alteração no significado destas frases. Para ser mais exata, estas frases são exemplos inspirados em traduções do inglês em que a forma ao + infinitivo serve de tradução de by + formas terminadas em -ing, que optei por não partilhar na plataforma por razões de confidencialidade. No entanto, em inglês seria mais ou menos assim:
1) You can see more info by clicking on this link traduzido como «Pode ver mais informações ao clicar neste link»;
2) You can publish an ad by accessing the home page traduzido como «Publica um anúncio ao aceder à página principal»;
3) Learn more news by reading this article traduzido como «Descobre mais novidades quando leres este artigo».
Partindo dos exemplos em inglês, não me parece que haja uma intenção temporal/causal nas construções introduzidas por by + formas terminadas em -ing. Na verdade, estas construções parecem-me muito próximas daquilo a que anteriormente designávamos como complemento circunstancial de modo:
1) Como é que podes ver mais informações? Clicando no link.
2) Como é que podes publicar um anúncio? Acedendo à página inicial.
3) Como é que descobrir mais novidades? Lendo este artigo.
Convocando outros exemplos, não me parece que na nossa língua se utilize o ao + infinitivo para descrever a forma como certas ações são concluídas e daí a minha estranheza perante estas estruturas.
Parece-me mais natural dizer:
7) «Visitámos vários países viajando de bicicleta» do que *Visitámos vários países ao viajar de bicicleta
8) «Ela informa-se das notícias lendo o jornal» do que *Ela informa-se das notícias ao ler o jornal
9) «Desloco-me ao escritório conduzindo» do que *Desloco-me ao meu escritório ao conduzir.
Ou seja, se a minha intenção é a de explicar de que forma concluo determinada ação, é natural a aplicação desta estrutura?
Obrigada pela ajuda.
Gostava de saber o que significa a palavra medieval cescas.
Exemplo: na cantiga de escárnio de Aires Vuitorom "A lealdade do Bezerra pela beira muito anda", consta (verso 34):
«Diz Pacheco: "Alhur, Conde, pede que vos digam: Crescas!"»
Obrigado e bem hajam por este site.
Estou a terminar um doutoramento numa instituição e gostaria de saber se devo dizer que sou "doutoranda nessa instituição" ou "doutoranda dessa instituição".
Muito obrigada.
Agradecia que me elucidassem sobre as duas frases. Devemos usar o indicativo ou o conjuntivo, ou ambos, tendo neste caso significado diferente?
«É difícil declarar que ainda é necessário.»
«É difícil declarar que ainda seja necessário.»
Sinceros agradecimentos,
A minha questão prende-se com a diferença de significado entre "meta" e "objetivo", uma vez que os artigos que encontrei online sobre o tema são inconsistentes.
Por um lado, temos artigos que sugerem que "as metas são mais abrangentes e representam conquistas de longo prazo, e os objetivos são mais detalhados e orientados para a ação" (por exemplo, https://speedio.com.br/blog/diferenca-de-meta-e-objetivo/). Ou seja,
– Uma meta é um resultado geral que se pretende alcançar a médio/longo prazo. A meta é essencialmente a "linha de chegada".
– Os objetivos são resultados específicos que se pretende alcançar a curto/médio prazo. Os objetivos ajudam a alcançar as metas.
Por outro lado, temos artigos que dizem precisamente o contrário (por exemplo, https://happyflow.pt/objetivos-e-metas-o-que-sao-diferencas-importancia/):
– "Um objetivo define um propósito de concretização. Ou seja, indica com clareza aonde se quer chegar, e em que posição se quer estar num futuro mais ou menos próximo."
– "As metas são marcos que devem ser superados ao longo do caminho, para que seja possível atingir o que se deseja. Isto é, são os passos concretos e mensuráveis que se tomam para alcançar um objetivo específico."
Esta dúvida surgiu no contexto de uma aplicação de desporto, em que os atletas podem definir "goals". Estes "goals" são objetivos/metas específicas e mensuráveis de curto, médio ou longo prazo, por exemplo, correr 100 km num mês. À primeira vista, a palavra mais indicada parecer ser "metas" porque se trata de uma aplicação de desporto; no entanto, "meta" tem sempre esta ideia de "linha de chegada" ou "ponto final", e parece um pouco estranho dizer-se "as minhas metas de corrida para esta semana são...".
Obrigado pela vossa ajuda.
O assunto que me traz hoje aqui é alusivo à perceção lógica de algo.
Se pretendo dizer que um assunto carece de sentido comum, devo empregar «senso comum» ou «sentido comum»?
Por outra parte, um raciocínio lógico é algo que faz sentido. Visto assim, dizer sentido ou «senso comum», não seria redundante?
Aproveito para agradecer encarecidamente o afinco de todos os membros desta maravilhosa página web!
Muito obrigado a todos!
Qual é a classe gramatical e a função sintática de chega na seguinte frase:
(2) «Chega mudei de cor.»
O chega da frase parece-me um regionalismo do Nordeste do Brasil e serve também para intensificar o sentido da frase.
Agradeço todos os esclarecimentos que puderem me oferecer.
Já tenho surpreendido a palavra foodie aqui e ali, sobretudo em revistas de tendências do tipo Time Out...
Por exemplo, na revista Activa, em 23/05/2025, lê-se:
«Falámos com a fundadora do Lisbon Insiders, um guia e uma plataforma para foodies e epicuristas [...].»
O anglicismo foodie já foi aportuguesado?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações