DÚVIDAS

«Ter de», «tornar a», «voltar a» + infinitivo: posição do pronome átono
Nas frases – tomadas dos artigos jornalísticos do escritor Antonio Lobo Antunes: «Torna a emprestar-me a chave do apartamento...» «Vou ter de mandar-te ao oculista.» «Voltarmos a habituar-nos um ao outro.» Nestas frases, os pronomes me, te e nos poderiam colocar-se diante do verbo, ou seja, «voltarmos a nos habituar», «vou ter de te mandar ao oculista», «torna a me emprestar»? Não sei se é uma licença do escritor, ou se pode escrever-se desse modo. E nestas outras frases: «terás de vir visitar-me a Espanha», ou «terás de me vir visitar»? «Gostaria muito de ver-te em París», ou «gostaria muito de te ver em Paris»? Muito obrigada e desculpas por ser um bocadinho longo.
«O qual» como determinante («a qual lei»)
Traduzindo para português o segmento frásico em francês «[...] laquelle loi a créé une Commission pour la transparence financière de la vie politique [...]», obtemos «a qual lei criou uma Comissão para a transparência financeira da vida política». Actualmente, segundo o Dicionário Terminológico, cujo é considerado o único determinante relativo da língua portuguesa. Mas como classificar morfologicamente «a qual» senão como também um determinante relativo?
Futuro simples vs. futuro perifrástico: história
Em frases como «eu vou comprar um carro», «ela vai viajar amanhã» e em muitas outras similares, todas muito comuns no português do Brasil, sendo mesmo as costumeiras e preferidas por aqui, o verbo ir deve ser considerado um verbo auxiliar para fazer o futuro? Se sim, este verbo, nos casos acima mencionados, pode ser considerado o equivalente ao inglês will, verbo auxiliar para fazer o tempo verbal futuro na língua inglesa? As referidas expressões podem ser convertidas em formas equivalentes mais sintéticas em nossa língua, de modo que poderíamos dizer «eu comprarei um carro», «ela viajará amanhã», mas estão longe de ser as mais usadas no Brasil. Por último pergunto-vos se as duas maneiras são corretas, e se as duas mais sintéticas não seriam as mais eruditas. Indago ainda qual dos dois modos de fazer o tempo verbal futuro é o mais antigo no nosso idioma. Muito obrigado.
O aportuguesamento de topónimos romanos da Dalmácia
Em leitura de informações sobre a Dalmácia romana me deparei com cinco topônimos (Senia, Vegium, Aenona, Aequum, Oneum) que não estou encontrando uma forma aportuguesada. Como o latim tem regras relativamente bem fixas para transliteração, pensei que, na ordem, estes topônimos poderiam ser grafados como Sênia, Végio, Enona, Équo (à semelhança de os équos) e Oneu/Oneia (à semelhança de Dorileu/Dorileia e Lilibeu/Lilibeia). Estas formas seriam possíveis nestes casos, ou será que alguma fonte sugere outra forma?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa