DÚVIDAS

-Eis, éis
Gostaria de saber porque é que nos plurais de palavras oxítonas terminadas em "el", tais como "anéis" ou "papéis", o "e" leva acento agudo. Este acento parece-me desnecessário. Não serve para indicar a sílaba tónica, pois não poderia deixar de ser a última, mesmo que a palavra não levasse acento, visto que esta termina em ditongo seguido de s. Também não me parece que indique a pronúncia da vogal "e". Na fala do Brasil, o ditongo tónico "ei" pode ter o "e" aberto ou fechado, e é por isso que se escreve "ei" ou "éi" , consoante os casos (por exemplo, "meia", fechado, "idéia", aberto). No entanto, em Portugal não se faz distinção entre duas formas de pronunciar este ditongo, quando tónico, razão pela qual a nossa escrita também não apresenta essa distinção (escrevemos "meia" e "ideia", e o ditongo "ei" é lido da mesma forma nas duas palavras). Porquê, então, o acento gráfico nos plurais das palavras oxítonas terminadas em "el"? Tratar-se-á apenas de uma convenção instituída pelo hábito, ou há razões para isso que se prendem com a história da língua?
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