Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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André dos Santos Campos Portugal 6K

Conhecendo a tradição latina de uso de vocábulos iniciados em "sp", a língua portuguesa assimilou a tendência de acrescentar uma vogal antecedendo a junção das consoantes "s" e "p", ao contrário do que sucede noutros idiomas de herança latina. Gostaria de saber se é possível considerar como regra geral da língua portuguesa a não aceitação do uso de palavras iniciadas por "sp", excepto se constituírem derivados de vocábulos estrangeiros.

Agradecendo antecipadamente.

Maria da Graça Portugal 3K

Gostava que me ajudassem mais uma vez.

Na palavra “esqueço”, do presente do indicativo do verbo “esquecer”, a vogal “e”, da segunda sílaba, é uma vogal aberta ou fechada?

Qual a explicação linguística?

Obrigada, mais uma vez.

Joaquim Barradas Portugal 5K

Qual a forma mais correcta e usual de escrever e pronunciar a designação genérica dos descendentes de Héracles: Heraclidas ou Heráclidas?
Agradecido pela atenção.

Domingos Alves Portugal 20K

Antes de mais quero felicitar-vos pelo excelente serviço que prestam às comunidades lusófonas.
A minha dúvida é a seguinte:
– Dióspiro é uma palavra esdrúxula ou uma palavra grave? Tenho ouvido as duas formas, qual é a mais correcta?
Obrigado.

Paulo Cassiano de Matos Brasil 3K

Tenho dúvida de como se conjuga o verbo viger. É conjugado na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo? É conjugado como o verbo ter?

Maria José Veiga Professora universitária Aveiro, Portugal 6K

Estou a fazer uma investigação em tradução para legendagem e não encontro dicionarizada a profissão do "legendador", enquanto profissional de tradução audiovisual. Apesar de encontrar a palavra "legendário", não me parece muito correcta e adequada ao caso em questão.

Pedro F. Múrias Portugal 6K

Começo por agradecer a resposta de F. V. Peixoto da Fonseca à minha pergunta anterior sobre a etimologia de «eis». Perguntei por que motivo «eis» não teria por étimo o latim «ecce». F. V. Peixoto da Fonseca respondeu que «Ecce nunca poderia dar eis em português, pois as regras da nossa fonética histórica não o permitiriam.»

Penso que compreendi a resposta de F. V. Peixoto da Fonseca. Ouso, ainda assim, pedir um esclarecimento. A que «regra» ou «regras» se refere F. V. Peixoto da Fonseca? A que pronúncia do latim «ecce» se reporta F. V. Peixoto da Fonseca para a sua conclusão? Dada a proximidade semântica, por que motivo não poderia a transformação fonética de «ecce» em «eis» ser considerada uma «excepção»?

Sem querer abusar dos colaboradores do Ciberdúvidas, cujo trabalho gratuito e desinteressado só pode ser enaltecido, deixo ainda os seguintes aspectos à sua consideração:

O «c» latino, quando sucedido por «i» ou «e», deu em português (como noutras línguas novilatinas) o som |s|. Assim, «ecce» pode ter tido, a certo ponto, a pronúncia |éksè|. Esta pronúncia é próxima da de «ex» (faltaria só uma simples apócope), que J. P. Machado e o «Dicionário da Academia» entendem ter dado «eis». Ora, se «ex» pode, por que não «ecce»? [Quanto à grafia «por que», cf. Peres, João Andrade / Móia, Telmo – «Áreas críticas da língua portuguesa», Caminho, Lisboa, 1995, pp. 340 e ss.]
O «c» inicial das consoantes duplas latinas originou frequentemente em português a semivogal «i». Assim, «noctem» deu «noite», «octo», «oito», etc.
Em «ecce», lá está uma consoante dupla. Por que não havia de surgir daí um «i»?
Tomemos como exemplo as palavras latinas começadas por «exce-». «Excelsum» (no acusativo) deu «excelso», pronunciado «eiscelso» no português padrão.

Ora, em certo momento da evolução do latim (digamos, no latim clássico, do tempo de Cícero), «excelsum» terá sido pronunciado |èkskélsum|. Às tantas, terá passado a |èksélsum|. Ora este |èksé| não é nada improvável para certo momento de «ecce». Logo...

Ainda hoje, em certa «pronúncia eclesiástica» (por assim dizer) do latim, «ecce» é lido |ékchè|. Não poderia daí ter resultado «eis»?
Não no «Dicionário Etimológico», mas no «Grande Dicionário da Língua Portuguesa», J. P. Machado indica «ecce» como étimo de «eis». Por que motivo terá o autor pensado nisso?

Agradeço antecipadamente a resposta do Ciberdúvidas, bem como, em geral, o trabalho dos colaboradores do Ciberdúvidas. Não tomem a minha insistência por discordância ou, muito menos, por falta de consideração. É uma dúvida sincera.

Joana Martins dos Santos Eng.ª Florestal Portugal 7K

Costuma dizer-se «Os centros de responsabilidade afectos ao Departamento...». No entanto, há dias disse «Os centros de responsabilidade afectados ao Departamento...», o que suscitou várias gargalhadas. Gostaria de saber se o que disse, e embora não seja muito comum, é ou não erro de português.

Por outro lado, gostaria de saber se se conjuga «Os centros de responsabilidade que se afectam ao departamento...» ou «Os centros de responsabilidade que afectam o departamento...»

Obrigada pela atenção.

Inês Moreira Sintra, Portugal 16K

Uma vez que o tema priorizar/prioritizar já foi abordado no Ciberdúvidas, tomo a liberdade de partilhar convosco a seguinte curiosidade: na Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2004, de 21 de Abril (que operacionaliza a reforma da Administração Pública), publicada na I Série-B do “Diário da República”, são utilizados várias vezes os termos "prioritário/a" e "prioritização". Na página 2408, por exemplo, aparece o título "Critérios a considerar para a prioritização de processos associados ao utente" e a frase «Esta reflexão deverá ser orientada de acordo com as vertentes de prioritização anteriormente referidas.»

Confesso que o termo "prioritização" me fere um pouco os ouvidos, mas parece-me que será rapidamente "disseminado", por via da influência que este diploma terá na elaboração de planos e relatórios de actividades em toda a Administração Pública.

Desculpem o tempo que lhes tomo, especialmente porque a questão já foi devidamente esclarecida pelo Ciberdúvidas.

Muito obrigada pelo excelente apoio que diariamente disponibilizam.

Fernando José Teixeira Portugal 3K

Na época em que realizaram as obras na igreja da Colegiada, obras idênticas realizavam-se noutras igrejas para as adaptar às novas correntes estéticas: assim, os administradores das capelas dos absidíolos de S. Francisco não teriam tido dificuldade em adquirir e reaproveitar duas capelas góticas fora de moda, vítimas do processo de "barroquização" das igrejas então em curso".

É aceitável o uso da palavra "barroquização" neste contexto?