Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Sílvia Araújo Brasil 16K

O que significa «briófita»? Qual é a origem da palavra?

Luís Veiga Professor Bragança, Portugal 124K

Surgem várias dúvidas no que concerne a divisão silábica de muitas palavras, nomeadamente porque não há uniformidade de critérios em muitas situações.

Assim: a palavra carro deve, na minha opinião, ter como divisão silábica “ca-rro” e como translineação “car-ro”. Mas já verifiquei que, como disse, não há uniformidade de critérios.

O que eu questionava no momento era a palavra “dia”, no que concerne a sua divisao silábica: “di-a” ou “dia”?

Obrigado.

Elmer Camacho Brasil 8K

Qual(is) a(s) forma(s) correta(s) e respectivo(s) plural(is) de: – grupo motobomba, grupo de motobomba, grupo motor-bomba, grupo de motor-bomba, grupo motor bomba, grupo de motor bomba; – banco de prova, banco de provas.

Catarina Henriques Lisboa Portugal 6K

A minha dúvida recai sobre esta expressão «Vivó Verão!». Escreve-se «Vivo Verão!» ou «Viv'o Verão!»?
Não sei se se pode fazer esta espécie de contracção, e em caso de se poder, não sei se é assim que se faz... se me puderem ajudar agradeço.

Irina Ribeiro Portugal 7K

1. Tendo em conta a definição de complemeto do nome [«Constituinte do grupo nominal que se encontra à direita do núcleo (o nome) e é seleccionado por ele. O complemento do nome pode ser um grupo preposicional (frásico ou não frásico) ou um grupo adjectival.»], será que posso chamar
– Complemento preposicional não frásico do nome em vez de Complemento preposicional nome?
– Complemento preposicional frásico do nome em vez de Complemento frásico nome?

2. Na TLEBS não aparece o Complemento adjectival do nome, mas devia, não devia?
3. Na terminologia surgem os termos: modificador do nome, modificador do nome restritivo, modificador adjectival.

Mas será que posso usar os seguintes termos?:

– Modificador adjectival restritivo do nome: Função sintáctica desempenhada por um constituinte adjectival que pode ser constituído por adjectivo ou grupo adjectival. Este modificador, apesar de não ser seleccionado pelo grupo nominal que modifica, restringe (limita) a referência do núcleo (nome). Ex. [Os alunos interessados] visitaram com o museu Soares dos Reis.

– Modificador preposicional restritivo do nome: Função sintáctica desempenhada por um grupo preposicional que, apesar de não ser seleccionado pelo grupo nominal que modifica, restringe (limita) a referência do núcleo (nome). Ex. [A viagem de Braga ao Porto] foi divertida.

Carlos Correia Jurista Portugal 6K

Na área da medicina aparecem muitas palavras compostas, muitas delas traduzidas directamente das línguas estrangeiras. Que regras aplicar?

Fernando Santos Tradutor Cascais, Portugal 8K

Há alguns dados sobre a época em que este fonema se passou a pronunciar de forma tão diferente nas duas línguas peninsulares?

Carlos Correia Jurista Portugal 6K

Como é que se escreve? “bronco-espasmo”; “broncoespasmo”; “broncospasmo” E porquê? Muito obrigado.

Manuel Morais Portugal 9K

No Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem, Rodrigo de Sá Nogueira (4.ª ed., p. 351) utiliza a preposição «sobre» no seguinte contexto: «Ora, como não existe 'poucocho', [...], nem 'verdocho', a forma pseudo-literária [sic] 'poucochinho', sobre não ser a que o povo usa, é falsa, bárbara e mal feita [sic].» Depois de ter compulsado os dicionários de que disponho, em nenhum deles encontrei qualquer referência ao valor causal da preposição “sobre”. Serei eu quem não está a interpretar devidamente o que o autor pretendeu significar, ou ter-se-á socorrido ele mesmo de um valor insueto de tal preposição? Antecipadamente grato,

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Brasil 28K

Considerados amigos do Ciberdúvidas,

Estou-lhes enviando a lista completa dos prefixos portugueses que, em palavras compostas, ligam-se pelo hífen ao segundo elemento iniciado por qualquer letra, sem ou com exceções. Procurarei elencar também essas últimas, segundo os registros de gramáticas e prontuários do nosso idioma.

Preciso da ajuda do Ciberdúvidas sobretudo para saber se as exceções para cada prefixo são apenas as enumeradas abaixo ou se existem outras. Necessito da lista completa das mesmas. Por favor, forneçam-ma. Careço também de saber se essas ressalvas diferem entre a ortografia do português brasileiro e a do português europeu, isto é, se em uma vertente da nossa língua há mais restrições do que na outra ao serem usados estes prefixos abaixo elencados sem o hífen. Por obséquio, também neste caso, dêem-me uma resposta completa.

Desejo também ser esclarecido se as exceções são apenas as construções vernáculas em que deveria normalmente entrar o hífen, mas este ficou de fora. Estas, aliás, parecem ser palavras surgidas em nossa língua antes das reformas ortográficas do século passado. Antes daquela época, ao que parece, usava-se pouco o hífen, daí o fato de esses vocábulos terem sido forjados sem o tracinho. Com o surgimento dessa profusão de hífenes, aliás, desnecessários na maioria dos casos, prefixos que antes não exigiam hífen para se unir a qualquer palavra, iniciada por qualquer letra, passaram a exigi-lo, porém os casos anteriores em que num vocábulo composto o prefixo uniu-se sem o hífen, esta palavra permaneceu inalterada, não recebendo com a reforma ortográfica, o traço-de-união, tornando-se então este vocábulo uma exceção. Exemplos: "pospasto", "prejulgar", "coestaduano", etc. Estas reservas, aliás, só fazem complicar a vida de quem escreve, de vestibulandos e de quem pretende entrar em um concurso público de provas e títulos. Imaginem a dificuldade que não é aprender tantas exceções.

Caso seja positiva a resposta ao questionamento do parágrafo anterior, então, devo concluir que palavras latinas, que vieram para o idioma português com prefixos, como, exemplificando, "prae", que em latim é usado sem hífen e sem acento, cujo aportuguesamento ficou "pre", também sem traço-de-união e sem acento, não devem ser contadas como exceções.

Exemplos: "prescrever", "prescrito", "preposição", "preservar", etc. Engano-me?

Aqui vai a lista:

01 – Os prefixos "grã-", "grão-", "pára-", "recém-", "vice-" e "vizo-", em palavras compostas, unem-se sempre pelo hífen a qualquer segundo elemento iniciado por qualquer letra, sem exceções. É assim tanto no Brasil como em Portugal.

02 – No Brasil, o prefixo "super-" une-se sempre pelo hífen a qualquer palavra, sem exceções. Em Portugal, une-se pelo hífen ao segundo elemento iniciado "r" e "h", como "hiper-", "inter-", "super-".

03 – Os prefixos "além-" e "aquém-" unem-se a todas as palavras pelo hífen, exceto em Alentejo, "alentejano" e "Aquentejo". É assim nos dois lados do Atlântico.

04 – O prefixo "bel-" une-se a todos os vocábulos pelo hífen, sem exceções, em todos os países lusoparlantes.

05 – O prefixo "bem-" une-se pelo tracinho a todo e qualquer elemento, salvo nos seguintes casos: "bempostano", "bendizente", "bendizer", "benfazejo", "benfazer", "Benfica", "benquerença", "benquerente", "benquistar", "benquisto"; "Benvindo(a)", nome de pessoa. O Aurélio consigna apenas "bem-fazer" para o português brasileiro. Em Portugal: "bem-fazer", "bem-querente", segundo o dicionário em linha da Porto Editora. Em Portugal, todavia, o prefixo "bem-" une-se pelo hífen apenas a palavra iniciada por vogal e "h", quando na pronúncia se ouve o ditongo "ei", tal como ocorre em "bem-amado".

06 – O prefixo "co-" une-se sempre pelo hífen, menos nos seguintes casos: "coabitação", "coabitar", "coadquirente", "coadquirir", "coatividade", "coeficiente", "coequação", "coessência", "coessencial", "coestadual", "coestaduano", "coexistir", "coirmão", "colateral", "colocutor", "cologaritmo", "coobrigar", "correlativo", "correligionário". O Aurélio, para o Brasil, registra apenas co-logaritmo, como, aliás, é em Portugal.

07 – O prefixo "ex-" liga-se pelo hífen a qualquer palavra. Reservas: "exabundância", "exerdar", "expatriar", "exsuar", "exsudar", "exsudato", "exsurgir".

08 – O prefixo "pós-" une-se por meio do traço-de-união a toda e qualquer palavra. Ressalvas: "poscefálico", "posfácio", "pospasto", "pospontar", "pospor".

09 – O prefixo "pré-" une-se por intermédio do tracinho a toda e qualquer palavra. Restrições: "preadaptar", "prealegar", "preanunciar", "precondição", "predeterminar", "predizer", "preeminente", "preestabelecer", "preestipulado", "preexistir", "prejulgar", "prenome", "pressupor".

10 – O prefixo "pró-" liga-se através do hífen a todos os vocábulos. Reservas: "procônsul", "procriar", "pronome", "propor", "prossecretário", "protórax".

11 – O prefixo "sem-" também sempre exige o hífen. Exceção: "sensabor".

12 – O prefixo "sota-" sempre exige o hífen. Ressalvas: "sotaproa", "sotaventar", "sotavento".

13 – O prefixo "soto-" outrossim sempre exige o hífen. Exceção: "sotopor".

Espero que o nosso querido Ciberdúvidas, que já resolveu casos muito mais intricados do que este, não se acovarde agora, antes dê ao mesmo uma resposta completa e magistral.

Muito obrigado por tudo.