Na nova terminologia gramatical [ensino básico e secundário em Portugal], porém passou a ser um advérbio. A minha dúvida é a seguinte: em frases como «Comi o gelado, mas não gostei» e «Comi o gelado, porém, não gostei», como explico aos alunos que «mas» é conjunção, e «porém» é advérbio (conectivo)?
Obrigada!
O morfema gramatical tem a função de enquadrar o morfema lexical dentro de categorias da língua? Exemplo?
Qual é a forma correcta: “espaciotemporal”, ou “espácio-temporal”?
Na vossa resposta, com data de 09/06/1998, a uma pergunta semelhante, é afirmado que a forma correcta é “espaciotemporal”. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa regista precisamente essa forma; de igual modo o faz a última versão do Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora. No entanto, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, regista a forma “espácio-temporal”, e o dicionário da Priberam, também.
Numa outra resposta, com data de 29/04/1998, sobre o uso do hífen em palavras com o antepositivo sócio-, é dito o seguinte: b) O Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves, na página 216, menciona um dos casos em que se deve usar o hífen:
«Nos compostos em que entram, morfologicamente individualizados e formando uma aderência de sentidos, um ou mais elementos de natureza adjectiva terminados em o e uma forma adjectiva.»
Entre os vários exemplos, cita os seguintes: físico-químico, póstero-palatal, trágico-marítimo, ântero-inferior; latino-cristão, grego-latino, afro-negro.
Ora, nos poucos dicionários em que a palavra “espácio” aparece registada, ela é classificada como adjectivo.
Assim, retomo a questão: qual é a forma correcta – “espaciotemporal”, ou “espácio-temporal”?
Existe a palavra em português do Brasil "re-evangelizar"? E qual o seu significado, pois trata-se de uma expressão muito usada no italiano?
A palavra "ciborgue", como forma portuguesa do inglês "cyborg", está correcta? Ainda que apareça nos dicionários de Inglês-Português e Português-Inglês da Porto Editora, a forma não surge no dicionário da Academia, nem é aceite pelo Flip.
Obrigada desde já.
Li este post no blogue de uma amiga que é operadora de caixa num supermercado:
«Por vezes quando o separador do cliente seguinte não está a separar as compras, eu pergunto: "é só?" ou "é tudo?" Uso inconscientemente uma destas expressões. Penso que as duas expressões são correctas, mas hoje uma cliente corrigiu-me e disse-me: diga antes "é tudo", o "é só" não soa bem! Ainda estou a pensar no caso, e não consigo perceber o que ela quis dizer...»
Uma vez que também fiquei com dúvidas agradecia que me esclarecessem.
Obrigada!
A minha dúvida é sobre a expressão portuguesa «dar um pulo» ou «dar um pulinho».
Exactamente qual é o seu significado? Intuitivamente tem para mim um significado de brevidade, algo que se faz rapidamente, «num pulinho».
Mas como não sei o significado exacto, não sei qual destas duas é a mais correcta: a) «Vou a Lisboa dar um pulinho», ou b) «Vou dar um pulinho a Lisboa»?
Como se deve traduzir Port-au-Prince? "Porto Príncipe", como fizeram os brasileiros? "Porto de Príncipe"?
Obrigado.
Gostava de saber qual a origem etimológica da palavra estética e o que significava na altura.
Recorri a diversos dicionários e enciclopédias e encontrei respostas diferentes.
Antecipadamente grato.
Vocês costumam ser bem eficientes em suas respostas e/ou reflexões, sendo assim quereria ouvir suas opiniões sobre minha humilde reflexão. Tentarei aqui abranger a visão morfossintaticossemântica.
Eu não concordo com as gramáticas quando afirmam que as orações subordinadas adjetivas só exercem função sintática de adjunto adnominal (nem cabe dizer que Celso Cunha, por exemplo, diz que as orações subordinadas adjetivas explicativas se "assemelham" a um aposto, porque, até onde sei, o aposto é essencialmente um termo de natureza substantiva, como ele mesmo o diz). Segundo minha tese, as explicativas exercem função sintática de predicativo, e não de adjunto adnominal; por exemplo, em «Os alunos chatos chegaram», «chatos» é um adjunto adnominal, pois tem caráter restritivo, limitador; faz parte do sintagma nominal; é uma característica inerente do termo «aluno»; não é, portanto, separado por vírgulas; inclusive é possível transformar tal termo — de valor adjetivo — em uma oração subordinada adjetiva restritiva: «Os alunos que são chatos chegaram.» Até aí, OK! Mas em «Os alunos, chatos, chegaram», «chatos» é um predicativo do sujeito, pois tem caráter explicativo; não faz parte do sintagma nominal; é uma característica atribuída ao termo «aluno»; é, portanto, separado por vírgulas; inclusive é possível transformar tal termo — de valor adjetivo — em uma oração subordinada adjetiva explicativa: «Os alunos, que são chatos, chegaram.» É visível a mudança não só semântica, mas principalmente sintática! Afinal de contas, para que serviriam as vírgulas? Eu sei que o adjetivo pode exercer essas duas funções sintáticas, sendo o adjunto adnominal NUNCA separado por vírgulas (exceto, óbvio, quando numa enumeração), como bem o dizem Celso Cunha e Lindley Cintra, Evanildo Bechara, Napoleão Mendes de Almeida, etc. Por que motivo, então, as gramáticas insistem, inclusive a desses ilustres, a dizer que as orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas exercem função sintática SÓ de adjunto adnominal? Acho que fui o mais claro possível na minha defesa de tese, talvez não tão delongado como gostaria, por saber que a prolixidade não é uma virtude.
Grande abraço para todos e, quem sabe, não haverá aqui uma concordância.
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