Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: verbo
Hua Lu Estudante Nanjing, China 47K

Vi uma frase num livro da gramática que dizia assim: «Quem tiver tempo livre e queira fazer um trabalho voluntário pode consultar este site.» Não compreendo o uso do futuro do conjuntivo tiver e do presente do conjuntivo queira. Peço a explicação.

Obrigada.

Lurdes Augusto Professora Lisboa, Portugal 7K

Na frase «Eles regressam com uma má notícia», poderei afirmar que o segmento «com uma má notícia» é um modificador verbal, uma vez que o verbo regressar só seleciona a preposição a ou de, ou será que devo dizer que é um complemento oblíquo à semelhança do que acontece com expressões como: «Regresso de Lisboa» ; «Regresso a Lisboa»?

Agradeço desde já a vossa colaboração.

Roziane Martins Estudante São Paulo, Brasil 32K

Gostaria de que esclarecessem uma questão sobre emprego do tempo verbal com que eu e minhas colegas da faculdade de Psicologia sempre ficamos em dúvida .

Algumas colegas defendem que, na introdução de um trabalho acadêmico, se deveria, obrigatoriamente, usar o verbo tão-somente no futuro do presente. Argumentam que, na introdução, se relataria, em breves pinceladas, o que, de forma mais detalhada, se falará futuramente no decorrer do texto de que faz parte a referida introdução. Por exemplo: «O presente trabalho buscará avaliar a capacidade do indivíduo em relação a...»

Pois bem. Se o próprio Camões, na “introdução” de Os Lusíadas (Canto I), escreve «Cantando espalharei por toda parte...», não sou eu certamente que me arriscaria a dizer que elas estão erradas quanto a usar o verbo no futuro.

Mas será que usar o verbo no passado também não estaria correto? Por exemplo: «O presente trabalho buscou avaliar a capacidade do indivíduo em relação a...» Ora, seja na introdução ou não, estamos relatando um trabalho que, na verdade, já foi feito, no passado, em um momento anterior ao texto que estamos redigindo, para formalizar esse trabalho realizado.

Será que não é só uma questão de perspectiva, de decidir em que momento do tempo poremos o enunciador em relação ao fato que ele enuncia e de decidir qual fato afinal importa destacar? Devemos destacar o trabalho realizado, que se formaliza com o texto, ou destacar o próprio texto cujo curso segue após sua introdução?! Fico imaginando também se, com o verbo no passado, o texto ficaria mais discreto, como talvez conviesse a um texto científico. Não se trata de poesia, vale lembrar. Aliás, será que o verbo no passado produziria um efeito de maior certeza sobre o que foi feito, ao passo que o verbo no futuro não, pelo menos no caso em tela?

Muito obrigada.

Marcos Helena Estudante Lisboa, Portugal 13K

Dos erros de língua que os falantes produzem, os que mais me inquietam são, sem dúvida, o desrespeito pela reminiscência do sistema casual latino (o célebre *«vi ela») e a falta de sensibilidade estética em colocando os pronomes pessoais com função de complemento (o não menos omnipresente *«porque sentei-me»). Logo a seguir vêm aquelas deformações expressivas das formas do presente do conjuntivo:

(i) «Estás pr'aí a estrabuchar... Tu queres é que eu te *"deia" uma boa palmadona!»

(ii) «Mas se tu não me falas, porque é que queres que eu *"vaia" à festa?»

Gostaria de saber se apontais alguma explicação para este arrebatado prolongamento tão caricato...

José Monteiro Professor Guarda, Portugal 7K

Já li as respostas à questão da subclasse do verbo parecer e concordo com os argumentos, mas no livro Cão como nós de Manuel Alegre surge a seguinte frase: «... o canil que lhe parecia uma prisão.» Podemos considerar que nesta frase o verbo é transitivo? Se não podemos, que função sintáctica desempenha o pronome lhe?

Agradeço desde já a atenção dispensada ao assunto.

Muito obrigado.

Antero Gasalho Estudante Covilhã, Portugal 6K

Encontrei este pressuposto verbo "entrevir" numa pesquisa no vosso site relativamente a interveio. Efectuei então uma pesquisa sobre este pressuposto verbo "entrevir" e não existe! Ou será que existe?

Obrigado.

Fernando Pestana Professor de Português Rio de Janeiro, Brasil 25K

Consultando as regras de concordância, eu me deparei com a possibilidade de, em algumas construções frasais, duas regras diferentes concorrerem.

Por exemplo, existe (1) a regra de concordância quando os núcleos do sujeito são formados por verbos no infinitivo e (2) a regra de concordância quando os núcleos do sujeito composto são ligados por ou. Exemplo: «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado GASTA(M) muita água.»

Afinal, nessa frase, (1) segue-se a regra de concordância do sujeito com verbos no infinitivo, a saber: o verbo deve ficar obrigatoriamente na 3.ª pessoa do singular (gasta), ou (2) segue-se a regra de concordância dos núcleos do sujeito composto ligados pela conjunção ou com valor aditivo, o que levaria o verbo gastar ao plural (gastam)? Em outras palavras, qual das duas regras devemos seguir e qual frase está certa: 1) «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado GASTA muita água», ou 2) «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado GASTAM muita água»?

Marcos Helena Estudante Lisboa, Portugal 16K

Gostava de saber se o processo foi análogo em português. Os antigos gramáticos já se tinham apercebido?

«De même, les formes de la conjugaison passive – forme suffixée amatur au présent et périphrastique amatus est au parfait – ayant été ressenties comme insuffisamment marquées temporellement, ont fait l'objet d'une régularisation qui se perpétue en français : création de amatus fuit (d'où fr. il fut aimé) pour remplacer amatus est, ce dernier se substituant à amatur (d'où fr. il est aimé)» (Ghislaine Viré, Le regard réflexif porté sur la langue latine).*

[Tradução do consultor Gonçalo Neves: «De igual maneira, as formas da conjugação passiva – forma sufixada amatur no presente e perifrástica amatus est no perfeito [do indicativo] – evidenciando uma marcação insuficiente do ponto de vista temporal, sofreram um processo de regularização, que se perpetuou em francês, com a criação de amatus fuit (donde il fut aimé em francês), para substituir amatus est, forma que ocupou o lugar de amatur (donde il est aimé em francês).»

Fátima Saraiva Professora Esmoriz, Portugal 53K

Existe a expressão «estão completadas»?

Clara Caldeira Jornalista Lisboa, Portugal 7K

O verbo "espetacularizar" existe? Ou algo que signifique tornar qualquer coisa um espetáculo, por exemplo como em «espetacularizar notícias»?

Obrigada.