Num livro de estudo de preparação para exame nacional é feita a diferenciação entre oração justaposta assindética e oração justaposta por justaposição. Para a primeira é dado o exemplo «Cheguei a casa, vi televisão, conversei com os meus pais e fui dormir»; para o segundo, «A mãe chegou: a casa estava toda desarrumada.» As duas frases têm em comum o facto de não possuírem qualquer conjunção a unir as orações, por isso classificá-las-ia de orações coordenadas assindéticas. A minha questão é: tendo como base os exemplos referidos, como diferenciar a oração coordenada assindética da oração coordenada por justaposição?
Grata pela atenção disponibilizada.
Na frase: «Ele vive como lhe apetece», retirada da Gramática da Areal, «como lhe apetece» é referido como subordinada substantiva relativa com a função modificador do grupo verbal, «vive». A minha questão reside na análise da dita oração, ou seja, identificação da função sintáctica do advérbio relativo como, das posições de sujeito, de complemento directo, etc. Ou não é possível proceder a uma análise dessa oração?
Obrigada pela vossa atenção.
Relativamente às funções sintácticas (FS) desempenhadas pelas orações subordinadas adverbiais, julgo estar certa ao dizer que:
— as causais, as finais e as temporais desempenham sempre a FS de modificador (frásico) do grupo verbal (GV);
— as concessivas e as condicionais desempenham sempre a FS de modificador (frásico) da frase;
— as comparativas e as consecutivas (aquelas que, julgo, têm pouca, ou nenhuma, mobilidade) também são modificadores. E agora aqui vai a dúvida: são modificadores da frase, ou do GV?
Grata pela prontidão com que a equipa do Ciberdúvidas sempre me responde!
Gostaria de saber como se processou a evolução do significado da palavra embora para que de uma ideia de «em boa hora» derive uma significação de «porém».
Tenho alguma dificuldade em definir o sujeito e o complemento directo em frases do tipo:
«É aconselhável que se faça a prevenção rodoviária.»
«É obrigatório que se respeitem os sinais de trânsito.»
«Que tu tenhas estudado deu muita alegria aos teus pais.»
Estas frases não possuem um sujeito definido. A minha primeira impressão é que, por exemplo, «que se faça a prevenção rodoviária» seja uma oração subordinada completiva com função de complemento directo, pois faço a pergunta simples: «O que é obrigatório? — Que se faça a prevenção rodoviária.» E assim nesta frase o sujeito é indeterminado.
Agradeço que me possam esclarecer estas dúvidas.
O qual como conjunção pluraliza? Ou seja, diz-se: «Corríamos quais baratas tontas pelo escritório», ou «Corríamos qual baratas tontas pelo escritório»?
Obrigada.
Primeiro agradeço pelas várias vezes em que fui atendido, em minhas dúvidas, pelo Ciberdúvidas.
Minha dúvida é a respeito da construção de uma frase que, aos meus ouvidos, não pareceu muito apropriada: «Professor, para favorecer que os alunos construam uma história pessoal de leitura...» Esse «para favorecer que os alunos» me pareceu agramatical, pois entendo que favorece-se alguém ou alguma coisa (inclusive procurei a construção em www.corpusdoportugues.org e não encontrei nada semelhante), de modo que, para mim, a construção adequada seria: «para favorecer os alunos a que construam (a construir) uma história...» Estou certo, ou a outra construção é possível?
Muito obrigado.
É muito normal ouvir um tempo verbal que me deixa sérias dúvidas.
Frequentemente em relatos de futebol (mas o "fenómeno" tem vindo a espalhar-se...), ouve-se «se ele tem acertado», «se ele tem passado», etc., em vez do que me parece mais correcto «se ele acertasse», «se ele passasse» ou ainda «se tivesse acertado» ou «se tivesse passado». Pois sempre tive a ideia de que dizer «se tem passado» implica uma ideia de continuidade no tempo.
É correcto usar «se o jogador tem acertado na baliza» (sem existir a tal noção de continuidade em vez de «se o jogador tivesse acertado» ou «se o jogador acertasse» (naquele preciso momento)?
Obrigado!
Na Gramática Universal da Língua Portuguesa, de António Afonso Borregana, a palavra nem aparece no quadro dos advérbios de negação. Procurei informação em outras gramáticas e encontrei uma grande diversidade de informação. Pergunto:
1. Nem, além de conjunção, também pode ser advérbio de negação? Em que casos?
2. Apenas a palavra não é advérbio de negação, ou também nunca e jamais?
Em Celso Cunha e Lindley Cintra apenas figura não como advérbio de negação...
Obrigada.
Gostaria de saber se, nas três frases seguintes, há alguma impropriedade gramatical:
«E, já no semestre seguinte, o insigne mestre não falava de outra coisa que não Os Lusíadas, monumental e imorredoura criação do gênio de Camões.»
«E, já no semestre seguinte, o insigne mestre não falava de outra coisa senão Os Lusíadas, monumental e imorredoura criação do gênio de Camões.»
«E, já no semestre seguinte, o insigne mestre não falava de outra coisa senão de Os Lusíadas, monumental e imorredoura criação do gênio de Camões.»
Obrigado.
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