Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Orações
Silas Camilo Monteiro Cardozo Vendedor São José dos Campos, Brasil 6K

Caros amigos, minha dúvida é referente a um parágrafo de um livro que estou lendo. Eis o parágrafo:

«Na noite anterior ao desabamento, em Friuli, da represa Vajont, em 9 de outubro de 1963, provocando uma imensa catástrofe, ouviram-se estalos que provinham daquele lado, sem que ninguém fizesse caso.»

Quando li pela primeira vez o texto, entendi que 9 de outubro de 1963 era a data do desabamento da represa. Ao ler outra vez o mesmo texto, entendi que a data de 9 de outubro de 1963 era referente à "noite anterior ao desabamento". Nesse tipo de estrutura textual, qual a interpretação correta a se fazer? Que tipo de estrutura é essa?

Desde já agradecido, despeço-me com um fraterno abraço!

Lucília Oliveira Geóloga Kiel, Alemanha 25K

Frases do tipo:

«Eu gosto de chocolate, por ser macio e doce.»

Estão correctas? Têm infinitivo pessoal e são conclusivas?

Agradecia resposta a esta pergunta e, se possível, alguma informação adicional acerca do uso de por como conector.

Muito obrigada.

Rogério Silva Estudante Macau, China 9K

Deparei-me com a seguinte frase que me suscitou uma pequena dúvida:

«Uma vez na intimidade do seu quarto, atirou-se para cima da sua cama.»

Qual o significado aqui de «uma vez»? Não me parece que tenha o sentido de «um dia», pois penso que logo a seguir estaria uma vírgula, certo?

Já agora, diz-se «parece-me que tenha a ver com...», ou «parece-me que tem a ver com...»?

Muito obrigado!

Felipe Telino Estudante Olinda, Brasil 5K

No conto Missa do Galo, Machado de Assis escreve: «... e, mais de uma vez, ouvindo dizer ao Menezes que ia ao teatro...» Como se explica esse «ouvindo dizer ao...»? Porque quem diz... diz alguma coisa a alguém, não é? Então, a frase deveria ser «ouvindo dizer o Menezes» ou «ouvindo dizer Menezes»... não é?! Ou a 1.ª opção se justifica? Como?

Patrícia de Souza Professora Niterói, Brasil 7K

Na oração «Poluída que estava, a praia foi interditada», qual seria a classe gramatical da palavra que?

Francisca Santos Professora Aveiro, Portugal 12K

Num livro de estudo de preparação para exame nacional é feita a diferenciação entre oração justaposta assindética e oração justaposta por justaposição. Para a primeira é dado o exemplo «Cheguei a casa, vi televisão, conversei com os meus pais e fui dormir»; para o segundo, «A mãe chegou: a casa estava toda desarrumada.» As duas frases têm em comum o facto de não possuírem qualquer conjunção a unir as orações, por isso classificá-las-ia de orações coordenadas assindéticas. A minha questão é: tendo como base os exemplos referidos, como diferenciar a oração coordenada assindética da oração coordenada por justaposição?

Grata pela atenção disponibilizada.

Maria Cristina Fernandes Roque Professora Alverca, Portugal 6K

Na frase: «Ele vive como lhe apetece», retirada da Gramática da Areal, «como lhe apetece» é referido como subordinada substantiva relativa com a função modificador do grupo verbal, «vive». A minha questão reside na análise da dita oração, ou seja, identificação da função sintáctica do advérbio relativo como, das posições de sujeito, de complemento directo, etc. Ou não é possível proceder a uma análise dessa oração?

Obrigada pela vossa atenção.

Helena Perdigão Bruno Professora Évora, Portugal 27K

Relativamente às funções sintácticas (FS) desempenhadas pelas orações subordinadas adverbiais, julgo estar certa ao dizer que:

— as causais, as finais e as temporais desempenham sempre a FS de modificador (frásico) do grupo verbal (GV);

— as concessivas e as condicionais desempenham sempre a FS de modificador (frásico) da frase;

— as comparativas e as consecutivas (aquelas que, julgo, têm pouca, ou nenhuma, mobilidade) também são modificadores. E agora aqui vai a dúvida: são modificadores da frase, ou do GV?

Grata pela prontidão com que a equipa do Ciberdúvidas sempre me responde!

Sofia Oliveira Estudante Porto, Portugal 37K

Gostaria de saber como se processou a evolução do significado da palavra embora para que de uma ideia de «em boa hora» derive uma significação de «porém».

Tânia Oliveira Professora Coimbra, Portugal 14K

Tenho alguma dificuldade em definir o sujeito e o complemento directo em frases do tipo:

«É aconselhável que se faça a prevenção rodoviária.»

«É obrigatório que se respeitem os sinais de trânsito.»

«Que tu tenhas estudado deu muita alegria aos teus pais.»

Estas frases não possuem um sujeito definido. A minha primeira impressão é que, por exemplo, «que se faça a prevenção rodoviária» seja uma oração subordinada completiva com função de complemento directo, pois faço a pergunta simples: «O que é obrigatório? — Que se faça a prevenção rodoviária.» E assim nesta frase o sujeito é indeterminado.

Agradeço que me possam esclarecer estas dúvidas.