As frases que apresenta são muito interessantes e, sobretudo, raramente são incluídas no estudo da língua (apetecia-me dizer da gramática…) no ensino não superior. Qualquer delas tem um sujeito bem definido. Do ponto de vista sintáctico, entenda-se. São frases que têm como sujeito uma oração completiva, que pode ser substituída pelo pronome isto ou isso em posição pré-verbal, como se verifica em 1.1, 2.1 e 3.1.
1 — «É aconselhável que se faça a prevenção rodoviária.»
1.1 — «Isso é aconselhável.»
Sujeito — «que se faça a prevenção rodoviária».
Predicado — «é aconselhável».
Predicativo do sujeito — «aconselhável».
Frases que têm como predicado um verbo copulativo seguido de necessário, provável, aconselhável, obrigatório, preciso, etc. têm, na sua estrutura habitual, o sujeito em posição pós-predicado. Este sujeito pode ser uma oração completiva com função de sujeito, como é o caso nos exemplos que apresenta. Pode ainda ser uma oração infinitiva, em frases como «É aconselhável fazer uma pausa», em que «fazer uma pausa» é o sujeito.
2 — «É obrigatório que se respeitem os sinais de trânsito.»
2.1 — «Isso é obrigatório.»
Sujeito — «que se respeitem os sinais de trânsito».
Predicado — «é obrigatório».
3 — «Que tu tenhas estudado deu muita alegria aos teus pais.»
3.1 — «Isso deu muita alegria aos teus pais.»
Sujeito — «Que tu tenhas estudado».
Predicado — «deu muita alegria aos teus pais».
Repare que em qualquer dos exemplos o predicado está saturado, ou seja, completo. Em 1 e 2, o verbo copulativo pede um predicativo do sujeito que está expresso, respectivamente por aconselhável e obrigatório. Em 3, o verbo dar, transitivo directo e indirecto, pede complemento directo — «muita alegria» — e complemento indirecto — «aos teus pais» —, ambos expressos. Se pretender aprofundar este tema, poderá recorrer à Gramática da Língua Portuguesa, de Mira Mateus e outras, 2003, p. 606.
Bom trabalho!