Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Coesão/Coerência
José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 249

Consideremos a frase «As ruas de Lisboa estão animadas. Por ALI encontramos muitos turistas».

Qual é o valor do advérbio de lugar ali, nesta frase? Será anafórico?

Cordialmente.

Geobson Freitas Silveira Agente de correios Bela Cruz, Brasil 1K

A conjunção ou indubitavelmente é classificada como conjunção alternativa em qualquer livro de gramática. Não obstante, vejo que no contexto abaixo o sentido expresso por ela está mais adição em vez de alternância. Seria correto classificá-lo como conjunção aditiva?

«O professor fala português ou inglês fluentemente.»

Obrigado.

Eugénia Mesquita Explicadora Lisboa, Portugal 659

Quais são os processos de coesão?

Ainda se fala de correferência não anafórica?

Obrigada.

Geobson Freitas Silveira Trabalhador público Bela Cruz, Brasil 870

Gostaria, por gentileza, de saber se é correto classificar o vocábulo afinal, no contexto abaixo, como conjunção explicativa, porque, a meu ver, sua função, na aplicação em questão, se aproxima muito do sentido expresso pela conjunção porque.

«Esqueça aquela garota, afinal ela não merece seus sentimentos.»

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria , Brasil 733

Na frase:

«Eu nunca sei como, quando e onde ele vai atacar.»

Há verbos implícitos nesta frase? Quais?

E na frase:

«O cão morrerá, se não de fome, de sede.»

Há verbos implícitos nesta frase? Quais? Como saber se há verbos implícitos numa frase?

Obrigado.

José Domingos Estudante Luanda, Angola 988

As frases têm problemas de coesão ou coerência?

«As escola está fechado.»

«Quando chegamos em tua casa, você tinhas saído.»

«Um relógio comprou a Maria.»

«Eu nasci gémeos.»

 

Mónica Isabel Domingues Gonçalves Estudante Tavira, Portugal 1K

Na frase «Talvez o conhecimento de tantos poemas lindíssimos de amor que escreveu despertasse o interesse de milhões de alunos para a obra maior da nossa literatura», a expressão «a maior obra da nossa literatura» é uma referência a Os Lusíadas.

Estamos perante uma referenciação anafórica por substituição ( sinonímia) ou conceptual?

David da Silva Santos Advogado Guaratinguetá, Brasil 4K

«A mãe bateu na filha porque estava bêbeda»

 Observem o período acima, dizem que ele é ambíguo, pois na proposição não há como dizer quem estava bêbeda: a mãe ou a filha. Contudo, a meu ver não existe ambiguidade pelos motivos que abaixo apresento. Para fins didáticos, separei o período acima em três partes, a saber:

1º Parte: a mãe bateu na filha. Temos um sujeito agente simples "mãe", um verbo transitivo indireto "bateu" e um objeto indireto "filha". Esta oração é clara e não há ambiguidade nela.

2ª Parte: estava bêbeda. Na forma em que o verbo "estava" se apresenta, ele esconde dois sujeitos, o primeiro é o pronome do caso reto "eu" e o segundo é o também pronome do caso reto "ela", portanto, é aqui que está a ambiguidade. Esse verbo é de ligação e ele diz duas coisas ao mesmo tempo, veja: eu estava bêbeda; ela estava bêbeda.

3ª Parte: porque. Essa palavra "porque" é um conectivo cuja finalidade é fazer uma subordinação, por este método, as propriedades da oração subordinada passam para a oração principal e é a partir daqui que as coisas começam a ficar mais claras. Realizando o translado temos que, por meio do conectivo, as propriedades da oração subordinada transferem-se para a oração principal. Desse modo, o sujeito agente oculto “eu” refere-se ao sujeito agente expresso “mãe” da oração principal. Todavia, a mesma lógica não pode ser aplicada ao sujeito agente oculto “ela” da oração subordinada, porque não há outro sujeito agente expresso na oração principal na terceira pessoa do singular.

Concluímos então, que o adjetivo “bêbeda” de modo algum manda seta para “filha”, posto tratar-se de um objeto indireto e não sujeito oculto do verbo “estava”. Ademais, considerando-se "porque estava" uma locução adverbial, tal locução manda seta para o verbo "bateu", então teremos que "a mãe bateu porque estava bêbeda". Semanticamente temos uma mulher praticando um ato influenciada pelo uso de entorpecente. Portanto, a filha é vítima três vezes: da mãe, das sovas e do entorpecente.

Caso esteja correta minha análise, o erro maior praticado pelos intérpretes encontra-se quando alguém faz uma interpretação de um texto sem aplicar primeiro uma análise morfossintática.

Está correta minha análise? A locução adverbial é de causa? Se não estiver, por favor, expliquem onde errei.

Obrigado.

Victor Santos Escritor Brasil 1K

Sei que o pretérito mais-que-perfeito figura na ação que ocorre antes de outra ação que é indicada pelo pretérito perfeito:

«Eu comera o bolo quando ela chegou.»

A primeira ação é a de comer o bolo, a segunda é a de ela chegar. Conheço também que podemos usar a forma do composto:

«Eu tinha comido o bolo quando ela chegou.»

Aquelas duas relações são muito claras para mim, mas há um terceiro caso sobre o qual estou em dúvida, não tenho certeza de como posso classificá-lo.

«Eu comi o bolo quando ela chegou.»

Ambas as formas verbais (comi, chegou) são as do pretérito perfeito. Mas não consigo indicar com certeza qual ocorreu primeiro.

Seguindo o raciocínio das primeiras, parto do pressuposto de que seja «comi» a primeira ação e «chegou» a segunda. Esta é também uma dúvida que tenho, mas não a principal, que vem a seguir:

O significado da primeira forma (comi) é o mesmo de comera, tinha comido? Isto é, há alguma equivalência de sentido, pelo menos neste caso, entre o pretérito perfeito e o pretérito mais-que-perfeito, de modo que eu pudesse substituir uma forma pela outra?

Esta dúvida surge por causa da ideia de que a ação de comer ocorre antes da ação de chegar.

Sugestões de outros artigos e referências são bem-vindas.

Grato.

Terrence Fraser-Bradshaw Educador Georgetown, Guiana 1K

Gostava de saber se o uso de quem nesta oração «A mulher quem canta» estava correta ou não.

Grato pela resposta.