A coesão assenta ou em processos lexicais ou em processos gramaticais.
No contexto de ensino-aprendizagem, considera-se, no âmbito da coesão gramatical, a coesão referencial, a coesão temporal e a coesão interfrásica. No âmbito lexical, considera-se a coesão lexical.
A anáfora é um dos processos que são colocados ao serviço da construção da coesão textual. A anáfora desenvolve-se com base na criação de cadeias referenciais que assentam na relação semântica existente entre palavras de um texto. De acordo com Lopes e Carapinha1, há três tipos de anáfora, a saber:
(i) anáfora direta (ou correferencial), que se subdivide em anáfora pronominal, anáfora zero, anáfora nominal por repetição (ou total) ou por substituição (ou parcial), e anáfora adverbial;
(ii) anáfora associativa (ou anáfora indireta ou não correferencial);
(iii) outras anáforas discursivas, como nominalização resumptiva, pronominalização resumptiva e adverbialização resumptiva.
Nas Aprendizagens Essenciais para o ensino secundário2, não se especifica quais os tipos de anáfora que deverão ser estudados em sala de aula, apenas se indicando que a anáfora deve ser estudada como um processo ao serviço da coesão, pelo que, por defeito, será possível abordar os três tipos acima referidos. Recorde-se, por fim, que a anáfora não correferencial é construída por meio de expressões nominais definidas ou por pronomes que são interpretados referencialmente sem que exista um antecedente no texto.
Disponha sempre!
1. Lopes e Carapinha. Texto, coesão e coerência. Almedina, 2013.
2. Documento de referência curricular que orienta a disciplina de português no ensino secundário em Portugal.