Olá, compatriotas do português!
Envio uma primeira palavra de agradecimento pela existência e continuidade deste espaço — Obrigado!
Colocando a minha questão, é frequente falarmos de anglicismos e galicismos mas estou a trabalhar neste momento em algo que poderei resumir como as influências da língua de Camões no inglês no contexto de traduções realizadas por falantes não-nativos do inglês e gostaria de saber que denominação dar em português a uma palavra presente no texto inglês mas com marcada influência lusa, seria um "lusismo" ou um "portuguesismo"?
Espero ter explicado correctamente a minha dúvida e, mais uma vez, obrigado pela vossa existência e pelo vosso bom trabalho!
Quando num determinado lugar se usam muitos instrumentos para medir os mais diversos parâmetros (temperatura, qualidade do ar, movimentos, etc., etc.) diz-se que esse lugar está "instrumentado", ou "instrumentalizado", ou aplica-se outro termo?
Trabalho muito em questões relacionadas com desenvolvimento regional e até agora sempre vi oposto ao conceito de centralidade e interioridade o termo perifericidade. Ora qual não foi o meu espanto quando hoje deparei com documentos de fontes aparentemente fidedignas (oficiais) que falam em "pericidade"... Quererão esclarecer-me?
Cultíssimo quão atenciosíssimo consultor Carlos Rocha,
Confesso-lhe que não conhecia as palavras farelhão e sua variante farilhão, mas como diz o ditado: viver, viver; aprender, aprender.
Depois de as ter conhecido, mercê dos seus ensinamentos, percebi, consultando alguns dicionários, que as palavras supermencionadas podem significar, além de "ilhota escarpada e pequeno promontório", como mostrou V. Sa., também "certo tipo de abrolhos". Esta última é do Novo Dicionário Eletrônico Aurélio, versão 5.0. Quais seriam esses abrolhos chamados de farelhões? O léxico não esclarece de forma inequívoca se são os que estão em alto mar, longe de qualquer costa, ou também aqueles próximos a algum litoral, porém dá uma pista que indica que são pelo menos aqueles escolhos próximos da costa, ao transcrever, como exemplo, o seguinte verso do meu patrício o poeta Alberto de Oliveira: «Nisto, de encontro aos farelhões da costa,/ Ruge, rimbomba, anseia, estala o oceano...» (in Poesias, 1.ª série, p. 102.).
Como não está claro, peço a V. Sa. que me diga se farelhão/farilhão é apenas um abrolho próximo a um litoral ou também um que está em alto mar.
Também gostaria de saber se a etimologia de farelhão/farilhão é a mesma do espanhol farellón, o que também não ficou claro.
Seria interessante fazer um pequeno quadro comparativo dos significados de farallón, segundo um bom dicionário castelhano-castelhano, com uma definição correta de farelhão em português para sabermos se têm ambas as palavras as mesmas acepções ou não. Que tal?
Muito obrigado.
Gostaria de saber se a palavra instale-a é ou não acentuada no seguinte contexto: «Antes de utilizar pela primeira vez, retire a pilha de lítio incluída, e instale-a no produto de acordo com o seguinte procedimento.»
Gostaria também de saber se é correcto dizermos: «Se o cabo de alimentação for desconectado...» Tenho dúvidas quanto à utilização das palavras conectar e desconectar neste contexto de manual de instruções.
Obrigada pela vossa atenção.
Como se deve ler (pronunciar) o nome científico da bactéria Escherichia coli? Sempre pensei que o ch fosse lido como "que". Assim seria "Esqueriquia coli". Mas a pronúncia mais frequente entre professores é "Exerixia" (aqui o x não se lerá "cs" mas sim "ch", que só substituí para realçar a dúvida). E como se pronuncia o e inicial: lê-se "Éssequeriquia"?
Antecipadamente grata.
Li, recentemente, numa legenda de um filme a palavra "tespiano". Existe? O que significa?
Como se diz em bom português europeu "pochete"?
Obrigado.
Gostaria de saber quando uma pessoa, numa proposição bastante recorrente, usa da expressão «eu deduzi que querias dizer isso» estará correcta, em detrimento da expressão, a meu ver, mais correcta «eu induzi que querias dizer isso». Pois a indução acontece quando se parte do particular para o geral, e a dedução, do geral para o particular.
Numa situação quotidiana, qual é a expressão mais correcta a ser usada?
Antes de mais nada, quero felicitá-los pelas cuidadosas e precisas explicações às dúvidas formuladas. Destaco os comentários sobre o plural de decibel. Magnífico!
Ilustra uma polêmica freqüente nas revisões de textos técnicos. Muitos técnicos e cientistas, principalmente no Brasil, acreditam que não precisam usar as regras da gramática portuguesa nos seus escritos técnicos. Nasce assim entre eles uma linguagem distorcida e idiossincrática num hermetismo até anticientífico. O mais comum é a criação de neologismos, principalmente, mal aportuguesados do inglês, para exprimir pensamentos já representados por vocábulos da nossa língua. Este é o caso da palavra “massivo”, cada vez mais usada no jornalismo brasileiro para traduzir “massive”, quando a tradução correta é maciço. Entre muitas outras, tenho encontrado “intervencionar” para exprimir intervir, “revegetar” para substituir replantar.
Depois de procurar em vão, como já esperava, por estes neologismos nos melhores dicionários de nossa língua, deparei-me na Internet com um "Portal da Língua Portuguesa" (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) que até conjugava o verbo “intervencionar”.
Pergunto, pois, quais as regras e os cuidados na criação de neologismos? É aceitável usar neologismos no lugar de palavras já existentes, mesmo que já figurem como tradução de termos estrangeiros nos melhores dicionários bilíngües? Qual a orientação sobre este assunto que posso ter ao fazer revisões nos textos técnicos?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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